quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Memórias: Café de cevada e do "bom"

O café de cevada é um substituto muito popular do café tradicional. Na Madeira usa-se muito, algumas vezes misturado com café do "bom". Que o digam os clientes da 'Pretinha dos Cafés'.
Lembro-me quando era garoto e estudava no Funchal. Aos fins-de-semana, quando ia ao Porto Moniz o meu avó dava-me um dinheirinho (com alguns extras para comprar um bolo ou beber um copo de leite). A missão era, no fim-de-semana seguinte levar um saco de café de cevada misturado com café do "bom". Algumas vezes também me pedia que levasse uma caixa de bolachas 'quadradas' da fábrica 'Santo António'. No fim-de-semana seguinte... missão cumprida.
Dizem que o café de cevada é uma óptima alternativa e que cria menos dependência. O café de cevada é considerado mais saudável do que o tradicional por não conter cafeína e ainda oferecer todas as propriedades nutricionais e medicinais que o cereal contém.
Se hoje a cevada é conhecida pela maioria apenas como ingrediente principal no fabrico de cerveja, para os povos antigos ela tinha grande importância. Sem o saber, os antigos (populações rurais madeirenses) optavam pelo mais saudável.
A ingestão excessiva de café do "bom" pode causar problemas de comportamento, alterações cardíacas, câncer na bexiga e aumento do colesterol. A cafeína produz insónia e excitação nervosa. O café de cevada pode ser uma alternativa.
Os antigos sabiam que o café de cevada acalma os nervos e é um excelente fortificante para o cérebro. Se for misturado com leite ao pequeno almoço tanto melhor. Não é por acaso que nas prateleiras das tradicionais mercearias madeirenses existe esse objecto inconfundível que é o frasco de café 'Pensal'. E, para os mais dependentes, 'Mokambo' essa bebida à base de chicória, cevada e café. 'Bolero', 'Brasa' ou 'Tofina' para os mais requintados.

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