terça-feira, 27 de maio de 2008

Boicote às gasolineiras? Porque não apostar forte nas renováveis

Com a escalada de preços dos combustíveis e as desgarradas iniciativas nacionais que apelam ao boicote ao abastecimento nas gasolineiras (valem o que valem) lembrei-me de um 'ponto de ordem' que escrevi no Diário de Notícias da Madeira a 26 de Junho de 2007. Está desactualizado pelo tempo entretanto mediado e por anúncios entretanto feitos (tranformar o Porto Santo em ilha sustentável- biocombustível através de micro-algas) mas, com a devida vénia ao DN, passo a transcrevê-lo:

Porque não apostar em barragens?

Portugal é um dos países da União Europeia (UE) que menos aproveita o potencial hídrico para produção de energia eléctrica. Ainda recentemente, o ministro da Economia disse que pretende construir cinco novas barragens. Até 2020, a UE quer atingir a meta de 20% de energias renováveis, contra os actuais 7%. Portugal, que se tinha comprometido a atingir a quota de 39% de electricidade 'verde' em 2010, aumentou a sua meta para 45%. As cinco novas barragens deverão contribuir para atingir essa meta. E por cá? Região que consome toneladas de combustível fóssil, na Central dos Socorridos, para produzir energia eléctrica! Cujos primórdios se habituaram a aproveitar a água para moer cereais e serrar madeira! Que tem, e bem, algumas centrais hídricas!A AREAM tem em curso o projecto 'Wavegen' para aproveitar a energia das ondas do mar. No entanto, a instalação da central, na costa Norte da Madeira, é ainda uma miragem. Enquanto isso, e enquanto se espera pelo gás natural para alimentar a Central dos Socorridos, porque não pensar noutros projectos? Em açudes (ou barragens) em vales estreitos cuja implantação só teria impactes ambientais negativos na fase de construção.A tendência actual, e ambientalmente mais correcta, é a instalação de mini ou micro-hídricas. A Madeira tem enorme potencial nesta matéria. Há ribeiras com caudais ao longo de todo o ano, casos da Ribeira da Janela. Porque não importar a tecnologia continental e fazer cá barragens à nossa escala, aproveitando fundos comunitários? Lembro que as barragens têm outras vantagens, por exemplo, ao nível da correcção torrencial e na captação de aves migratórias. Além disso seriam um óptimo filão em termos turísticos (pesca, remo, etc.). Já estou a ver casas de campo, ou hotéis, a nascer nas margens dos açudes!...

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