quarta-feira, 21 de maio de 2008

Pobres ...de espírito

Está quente o debate sobre a pobreza na Madeira.
Em Bruxelas, dizemos que somos pobres e precisámos de fundos estruturais.
Na Madeira ninguém reconhece a existência de pobreza.
Faz lembrar aquele frase, julgo que do Pe. António Vieira: "Se está nos limos, faz-se verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo"
Ora, ele há causas sobre as quais não basta ver a realidade num planisfério. É preciso olhar para ela a três dimensões.
E o que acho é que o povo madeirense anda anestesiado. Delicia-se com caprichos fúteis em vez, por exemplo de discutir o relatório de segurança interna que colocou a Madeira no 6.º lugar dos crimes participados às autoridades. Não vejo ideias para uma nova divisão administrativa da Madeira. Não vejo escandalizarem-se com a taxa de analfabetismo na Região (cerca de 8% ???). Que povo superior é este que só sabe assentar o nome?
Andamos iludidos em grandes falácias.
Incubados e autofágicos (que se autoconsomem) a olhar para o nosso úmbigo.
É esta geração SMS (Short Message Service) que trata tudo pela rama.
Não é a caixa de Pandora mas de lá não saem grandes virtudes.
É Portugal de tanga e a tanga do costume.
O que certas coisas precisam é de um manifesto em português rude, parafraseando, pelas antípodas, o "manifesto anti-Portas em português suave", escrito em 1995 por Carlos Candal.
O início do manifesta até poderia ser o mesmo: "Real Senhor ía passando... encostado à bananeira, diz o preto para a preta: está bonita a brincadeira"....
E de pobreza... pelos vistos para além da real também há a de espírito.
Desculpem mas "Homo sum, humani nihil ad me alienum puto' (Sou humano e nada do que é humano me é estranho)

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