terça-feira, 28 de abril de 2009

Ganhou a abstenção

16 mil associados apenas 150 votantes...
Onde andam os maritimistas?!
Que conforto tem uma direcção eleita por apenas 0,94% dos sócios?!
Sim porque nunca percebei essa coisa de haver sócios com direito a mais votos do que outros (150 votantes, 2492 votos).
Mas isso aplica-se a todos os clubes e não apenas ao Marítimo.
Porque é que só apareceu uma lista aos órgãos sociais do Marítimo?
Questões para os maritimistas responderem.

2 comentários:

il _messaggero disse...

Apenas o reflexo da sociedade madeirense. Uma sociedade amorfa e reactiva. uma sociedade que prefere ser conduzida que ter que decidir os seu próprio rumo.

Uma sociedade que abomina o debate e onde o sentido crítico não é estimulado e reduz-se à mera inveja ou desabafo ocasional.

Olhemos à questão das listas.

Haveria reais condições para outro nome avançar?
Não há neste momento uma excessiva politização do clube [aliás extensível a todas as agremiações da região]?
Será que sem o apoio da casa rosa [leia-se Quinta Vigia] haveria candidato que perdurasse?
Não é nocivo este autêntico soporífero que é a subsidiodependência, qual droga.

O que me chateia no meio disto tudo é o facto de não haver cultura de debate no clube e na sociedade. Opiniões diferentes são logo catalogadas como negativas e nocivas. Vistas como ameaças. E isso é mau. Por outro lado, o "unamismo" é muito apoiado e cultivado. Olha-se ao partido no poder ou ao principal partido da oposição.

Isto obviamente reflecte-se no clube.

No Marítimo, não o Marítimo engravatado da SAD, mas o velhinho Marítimo popular isto não acontecia. E os sócios, sentiam que o clube era deles. O Marítimo era de todos e não coutada de alguns, como agora por vezes acontece. E as cúpulas do clube não eram tão autistas como por vezes, nos últimos anos estas aparentam estar. O sentido de auto-crítica é essencial. E por vezes parece que o mesmo não existe.

Mas há também o outro lado. O clube está muito afastado dos sócios e simpatizantes. E estes também não se sentem compelidos a intervir e participar nos canais criados [que em abono da verdade e em defesa da direcção existem]. Na verdade preferem se abstrair e olhar apenas aos resultados da equipa. Poroutro lado, as ditas elites elegíveis, não tendo o apoio beneplácito do GR, não avançam. As razões já todos conhecemos: não se querem chatear; nem estão para ser prejudicados profissionalmente; não estão para ser achincalhados na praça pública, o que até acaba por ser compreensível.

Enquanto o Marítimo não tiver em mente que os tempos são outros [urge adaptar o clube a um novo contexto] e que a massa adepta é o maior activo que um clube pode dispor, a situação não se alterará.
E não é o betão [aplaudo a criação de condições, mas condeno a erosão da dimensão humana do clube] ou discursos irreais falando em Champions que irão inverter esta situação.

A memória do velhinho e centenário Marítimo popular, assim o determina e exige. O clube não estará morto, mas apenas adormecido. Saiba alguém despertar a sua verdadeira matriz.

Vamos Marítimo!

post scriptum: quanto a esta direcção, mesmo não concordando com muitas decisões e opções tomadas [a erosão do clube é bem visível], resta-me desejar a maior das felicidades! Que consigam inverter a situação, colocando o Marítimo na senda do futuro.

post post scriptum: a ponderação de votos é normal em todos os clube e decorre da antiguidade do número de sócio.

Unknown disse...

Grande Emanuel, o meu abraço.

Mas deixo aqui outra reflexão, tão ou mais engraçada que esta.

Quem quer explicar porque é que um clube com o maior crescimento de sempre da sua história, incluindo em infraestruturas, mostra-se incapaz de aumentar o seu património humano, leia-se, sócios e adeptos?

Eu sei... mas não digo.