terça-feira, 30 de junho de 2009

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (N e O)

-Nabo: Tubérculo muito cultivada nas hortas madeirenses por causa das suas raízes alimentares. Existe o branco e o roxo. É também comum designar-se de 'nabo' quem não tem jeito para nada.
-Não-me-deixes: Planta muito cultivada nos jardins da Madeira e cujas flores variam muito de cor.
-Nespereira/Nêspera: Árvore introduzida na Madeira em 1846 ou 1847. Frutifica de Fevereiro até Junho e é oriunda do Japão. Os frutos carnudos e acerbos, antes da colheita, são açucarados e saborosos.
-Nogueira: Árvore originaria da Europa austro-oriental e da Ásia, e produz frutos a princípio verdes e depois negros, com o caroço (noz) sulcado. A amêndoa é a parte comestível destes frutos. A madeira da nogueira é muito procurada para certas obras de luxo, e a casca da árvore fornece uma tintura castanho-escura. O chá das folhas e da parte externa dos frutos (epicarpo e parte do mesocarpo) emprega-se internamente para purificar o sangue.
-Novelos: Planta muito cultivada no Monte, Santana, Camacha e em diversas outras localidades da ilha. Tem flores azuis ou rosadas, geralmente estéreis, dispostas em corimbos amplos.
-Orquídeas: Planta ornamental. Na haste repetem-se pequenas flores purpúreas e inodoras, reunidas em espigas ás vezes alongadas. Cultiva-se, sobretudo, em cântaros.
-Orvalho: É o vapor de água que se depõe em pequeníssimas gotas sobre a terra e as plantas em virtude do resfriamento produzido pela irradiação nocturna. Os madeirenses chamam sereno ao orvalho, reservando este último nome para designar a chuva miúda.
-Oregãos: Planta indígena, muito frequente na Madeira. Tem cheiro e sabor agradáveis, e flores reunidas em espigas. É usada nas cozinhas e pode substituir a manjerona.
-Ouriços do Mar: Existem diversas espécies. Vivem em abundância nos charcos perto da costa, não sendo aproveitados porém como alimento.

Cumprimentar com chapéu alheio

Quem é o governante que faz 'show off' com medidas do 'Simplex'? Medidas que não são projectos regionais mas nacionais embora com as devidas adaptações.
É o caso do Balcão das Heranças, serviço em atendimento único que permite realizar todas as operações e actos relacionados com a sucessão por morte, como partilhar os bens do falecido entre os herdeiros, pagar os impostos devidos ou pedir ou realizar ou realizar todos os registos dos bens partilhados.
É o caso do Balcão Divórcio com Partilha, serviço em atendimento único que permite que, nos divórcios por mútuo consentimento realizados nas conservatórias do registo civil, se possam partilhar os bens do casal e realizar todas as formalidades envolvidas como partilhar os bens do casal, pagar os impostos devidos ou pedir ou realizar ou realizar todos os registos dos bens partilhados.
Foi o caso do 'Casa Pronta', 'Empresa na hora', 'Cartão de cidadão', etc...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vai ser uma tourada em São Vicente

Eis a canção de Fernando Tordo: Tourada
"Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano as esperas.
Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
Entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais são tretas.
Entram vacas depois dos forcados que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão não pega.
Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera estamos na praça da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza graça.
Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões de crista.
Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca mais o snobismo
e cismo...
Entram empresários moralistas entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente que dá lucro aos milhões.
E diz o inteligente que acabaram as canções.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (M)

-Maçarico: É nome de planta mas é também nome de um aparelho a petróleo que serve para chamuscar porcos.
-Macela: planta muito cultivada, sobretudo na Camacha. O chá dos seus capítulos é estimulante e tónico, podendo servir externamente para combater certas inflamações dos olhos.
-Madre de Louro: Espécie de 'barbas'que aparece com frequência nos troncos dos velhos loureiros. Pode atingir 20 centímetros de comprido e é produzida por um fungo. Associada à aguardente, constitui um hemostático muito usado na Madeira, sendo também empregue como hemenagogo.
-Mangerona/orégãos: Erva aromática de uso culinário. Também é conhecida pelo nome de orégãos.
-Manilha: A medição das águas fazia-se outrora por manilhas, anéis e penas, contando cada manilha 16 anéis e cada anel oito penas. A manilha é uma medida pouco usada hoje. Serve para designar as tubagens (feitas de betão ou lusolite) que atravessam as estradas.
-Manta: Ave da família Falconida, que se encontra principalmente na região alta da Madeira e que contrói os seus ninhos nas rochas, sobre os loureiros, etc..
-Maracujá: Existem de várias espécies. A primeira espécie (maracujá amarelo ou inglês) e a segunda (maracujá roxo) são as mais apreciadas na ilha. Diz-se que o sumo dos frutos é útil no tratamento das moléstias cancerosas.
-Marmeleiro: Arbusto cultivado na Madeira, onde os seus frutos são muito procurados para a preparação da marmelada. 0 sumo do marmelo é útil das diarreias, e o chã das sementes pode ser usada contra a tosse.
-Massaroca: Muito cultivada na Madeira. Para além de dar milho, pode ser cozinha inteira, na sopa, juntamente com as semilhas ou na brasa.
-Mau olhado: conotado com a inveja e com o poder de fazer mal aos outros através do olhar.
-Melro Preto: Ave indígena da Madeira e que faz os seus ninhos sobre as árvores de pequeno porte. A postura tem lugar geralmente em Maio e Junho. Os machos têm um canto forte e agradável. O melro preto apresenta algumas vezes manchas brancas.
-Moleirinha: Zona sensível no crânio das crianças e que não se deve forçar sob pena de causar mazelas.
-Morangueiro: Alguns nascem de forma espontânea. Os morangos produzidos nas hortas são grandes e muito estimados; os das montanhas são pequenos mas saborosos. Os rizomas do morangueiro são usados em chá contra icterícia.
-Morcegos: Mamíferos que voa. Os morcegos são animais insectívoros e que só aparecem durante a noite, passando os dias escondidos em lugares escuros (grutas, concavidades), suspensos pelos membros posteriores.
-Moreias: Conhecem-se na Madeira a moreia pintada, manchada de amarelo, a moreia serpente, também com manchas amarelas, e a moreia preta. A primeira destas espécies vive nos baixos fundos; a segunda e a terceira, junto da costa.
-Morgado: Para além da instituição/cargo, o termo designa todos aqueles que são abastados.
-Moscas: Há várias espécies. A mais comum das quais é a Musca doméstica, insecto importuno que vive principalmente nas habitações e suas proximidades. A mosca varejeira também é comum, e as moscas verdes aparecem nas árvores, nos dejectos dos homens e animais etc.. É uma mosca que, depondo os ovos sob a pele do gado bovino, provoca pelas suas larvas os tumores que aparecem com uma certa frequência no gado. As feridas são debeladas por uma mistura de enxofre e azeite/óleo.
-Murganho: Pequeno mamífero roedor muito comum na Madeira. Multiplica-se com grande facilidade e nutre-se de tudo quanto encontra. Rói os soalhos e as portas, e abre ás vezes extensas galerias dentro das casas.
-Musgo: Há 189 espécies de musgos no nosso Arquipélago. A função pela qual me recorda a memória é servir para enfeitar presépios e lapinhas, no Natal.

Memórias: Mau olhado

Publico aqui o que diz o Elucidário Madeirense:
"Ainda hoje é crença vulgar não só nos campos, mas também no Funchal, que há indivíduos dotados do poder de causar doença por meio dos órgãos visuais. Se uma criança começa a emagrecer sem causa conhecida, ou se o porco, a vaca, a ovelha ou a cabra adoecem sem ser de moléstia de fácil verificação, há sempre quem atribua esses males ao mau olhado, já que não é fácil achar para eles melhor explicação.
A árvore que dá bons frutos pode deixar de dá-los em virtude de mau olhado, e até os nossos alimentos não estão isentos dos sortilégios daqueles a quem o demónio concedeu o poder de fazer o mal, sem que a justiça lhes possa exigir responsabilidades.
Ninguém, segundo os crentes, pode fugir do mau olhado, mas curá-lo é coisa fácil, e nem mesmo se exige a presença do doente para que o tratamento dê bom resultado. Basta uma peça do vestuário da pessoa atacada, ou outro qualquer objecto que tocasse nesta, para que a curandeira proceda ao tratamento, com absoluta certeza de êxito.
Para verificar se uma pessoa está afectada de mau olhado, deita-se um pingo de azeite em agua; se o azeite alastra, é porque há o mau olhado, se se conserva unido, é porque ele não existe.
Reconhecida a existência do mau olhado, repete-se a experiência tantas vezes quantas forem necessárias para se conseguir que o azeite não alastre ao cair na agua. Logo que se alcança este resultado, está o doente curado. 0 tratamento pode durar ás vezes oito dias, não devendo a agua que serve num dia, ser utilizada nas experiências imediatas.
A curandeira profere as palavras seguintes, de cada vez que procede ao tratamento: Eu te curo em nome de Deus e da Virgem Maria; se te deram (o mau olhado) no comer, ou no beber, ou no rir, ou no zombar, ou na tua formosura, ou no teu andar, quem to deu nunca mais to torne a dar, e saia deste corpo e vá para o mar.
A crença no mau olhado é uma das poucas abusões que o progresso e a civilização não conseguiram destruir ainda entre nós. Tão arreigada está ela no animo das pessoas simples dos nossos campos, que não há conselhos nem advertências que as façam reconhecer o que há de ridículo e burlesco nos meios de que se servem as curandeiras para anular os supostos malefícios causados por certas criaturas aos seus semelhantes.
Os chifres que se vêm frequentes vezes sobre os chiqueiros, são colocados aí pelos donos dos suínos para obstar a que estes sejam influenciados pelo mau olhado ou pelo ar mau! Nos barcos de pesca também se guardam por vezes algumas pontas de boi para que o mau olhado não afugente o peixe, especialmente o atum e espécies vizinhas."

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mais um excelente artigo

Milagre,
por Mário Crespo

Esta coisa da humildade está a dar resultado. Os comentaristas comentam, os analistas analisam, os entrevistadores entrevistam e?nem uma palavra sobre o Freeport. O choque e espanto causado ao país pela súbita decisão do primeiro-ministro de passar a ser humilde ofuscou para planos remotos todas as outras questões definidoras de carácter em que ele está envolvido.
Que interessa o Freeport e Lopes da Mota, a licenciatura e as casas compradas a offshore, os primos e o DVD, quando temos em mão um prodígio que rivaliza com as aparições mais miraculosas? Sócrates teve agora a sua epifania. Foi preciso o pior resultado eleitoral na história do PS para a revelar, mas aí está. Morreu o Animal Feroz, viva o Animal Domesticado. Aleluia, que nasceu o novo homem, doce, cordato, simpático, sereno. "Hossana" grita o país em coro, maravilhado com o testemunho de humildade franciscana que agora transborda das suas comunicações e que, qual aura de beatitude, se está a alastrar, comunicando-se a fiéis e a infiéis, a jornalistas e políticos. Santos Silva, Silva Pereira e Luís Paixão Martins olham-no embevecidos e murmuram: "É tão humilde, não é?".
Do sector privado ao público, do gentio da fértil OTA aos nómadas de Alcochete, todos dão graças como no "Sermão da montanha"; "Bem-aventurados os mansos pois herdarão a terra" ouve-se em coro quando o povo sobressaltado vê que o Animal Feroz partiu e em seu lugar serpenteia a mansidão dialogante. Estava tudo previsto. Foi inspiração súbita que levou os técnicos da assessoria de imagem a ter o ímpeto de correr para o Antigo Testamento e parar, siderados, em Isaías 65:25 onde se lê claramente: "E o lobo e o cordeiro pastarão juntos (em longas entrevistas, subentende-se) e o leão comerá palha como o jumento e (subentende-se) não haverá mais cenas embaraçosas".
Nem no Parlamento. Nem à saída da Comissão Política. Nem quando o mais humilde dos repórteres abordar o novo José Sócrates e lhe perguntar se o haver mais um arguido no seu staff próximo é mau para ele, e o novo Sócrates, sorrindo docemente, responder: "Desculpe. Ser arguido é bom. Eu acho que todo o meu staff devia ser arguido." De facto, a diferença é tão abissal que já nem precisamos de eleições. Já mudámos de governante. Ou melhor ainda. O governante mudou-se a si mesmo. Acabou-se o vociferante Orlando Furioso de Ariosto, destruído em autocombustão purificadora entre frémitos coléricos no Parlamento e estertores catárticos em estúdios de TV. Ficou-nos o Orlando Enamorato de Boiardo, suave, sério, intenso e sempre, sempre, terno.
Como é que podemos cometer o sacrilégio de ir buscar as turvas águas do sapal de Alcochete para enlamear o renascimento? Os vendilhões já foram escorraçados do templo. Fica-nos a nova era e a nova imagem que vai ser construída por santos profetas milagreiros, que já produziram santos milagres em África, onde Santos, em poucos dias e alguns milhões de petrodólares e gemas de sangue, passou de ditador a santificado líder eleito. Se conseguiram fazer isto, convencendo os africanos junto ao Equador que era preciso usar um grosso cachecol de lã com as cores do MPLA em pleno Verão Austral, como é que não hão-de convencer os portugueses a quem a fé nunca faltou nesta terra de prodígios?
Ontem foi em Fátima, hoje é na Comissão Política do PS e nas Novas Fronteiras e em Portugal, sempre houve crentes e crédulos.

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (I e L)

-Inhame: Existem várias espécies mas somente duas existem com maior frequência (inhame branco, e inhame vermelho) e delas são retiradas vantagens para os habitantes. O inhame branco encontra-se nos lugares encharcados; os vermelhos são menos exigentes em humidade, e podem mesmo viver nem lugares secos. O inhame vermelho coze com mais facilidade que o branco. É na Páscoa que são mais consumidos.
-Instrução: No campo é mais frequente referir-se a Educação pela palavra 'Instrução'. Ter educação significa ter boas maneiras.
-Junco: Serve para fazer gaiolas e os caules utilizam-se para atilhos e vencelhos.
-Lagartixa: Pequeno réptil muito frequente na Madeira e que causa grandes estragos nas uvas, tomates, etc.. Em crianças, divertíamos a caçá-las de laço e escupo.
-Lagoa: As originais existem na cratera de um vulcão. Existe uma do género ao chegar ao Fanal e que, nos Invernos mais prolongados se enche de água, formando um pequeno lago. Existe mais abaixo outra lagoa para fins agrícolas e, do outro lado da ribeira, nos Lamaceiros, a lagoa que serve a Central Hidroéléctrica da Ribeira da Janela.
-Laje: Existem duas definições para esta palavra. Uma lage de pedra e 'deitar uma lage' que significa cobrira a casa com cimento/betão.
-Lapas: A lapa branca é a mais comum de quatro espécies. A segunda é a lapa preta, a terceira a lapa pé de burro e a quarta o concharéu. A lapa branca é a que vive em maiores fundos; a lapa pé de barro encontra-se muitas vezes acima da linha da preia-mar e a lapa preta, também chamada das mulheres, fica a descoberto logo que baixa a maré.
-Lapinha: É com este termo que na Madeira se designam os 'presépios', que desde séculos estão entre nós. é uma palavra peculiar da Região. Deve ser o diminutivo de «lapa» com o significado de furna, gruta ou cavidade aberta em um rochedo, por analogia ou semelhança com o local do nascimento do Divino Redentor. As "lapinhas" madeirenses são armadas sobre uma mesa, tendo como centro uma pequena escada de poucos decímetros de altura, de três lanços contíguos, e no topo da qual se coloca a imagem do Menino Jesus.
-Laranjeira: Árvore que produz a laranja. Há as laranjas doces e as azedas. Também conhecidas por toranjas. As folhas e flores de laranjeiras são usadas para chá nas doenças nervosas e nas digestões laboriosas. Da mesma família existem as tangerinas ou laranjas tangerinas. Os ramos tenros e floridos são usados no Domingo de Ramos.
-Leitão: Bácoro dos porcos.
-Leituga: Não sei se por importação do castelhano ou por mérito próprio mas, no campo, dá-se esse nome a algumas espécies de alfaces.
-Lenha: A madeira para queimar usada nas casas é colhida na serra. É de vária espécie desde urze, faia, pinheiro, eucalipto, etc.. Ir à serra buscar lenha para obter o combustível para os usos domésticos faz parte do nosso imaginário etnográfico.
-Lesmas: Moluscos que aparecem nos lugares húmidos ou umbrosos, nas hortas, por entre as ervas, vinhas, etc.. Há uma espécie que vive ordinariamente sob as pedras e os cântaros que é conhecida às vezes pelo nome de lesma, apesar de ser provida de concha.
-Leste: Os madeirenses dão o nome de leste ao vento que sopra do lado da Costa de África e é acompanhado sempre de aumento considerável da temperatura e de um alto grau de secura atmosférica. Quando ele se faz sentir, o sol fica embaciado e o céu apresenta-se completamente limpo de nuvens, o que poucas vezes acontece noutras ocasiões.
-Levadas: Esses cursos de água que eu me dispenso de descrever porque sobejamente conhecidos. Na Ribeira da Janela existe a Levada Nova, Lombo Gordo, Cedros, Baixo e Cima.
-Limoeiro: O sumo dos seus frutos serve para a preparação de limonadas e é útil em certas inflamações da garganta. O limoeiro que produz os limões chamados de galinha, é a variedade ácida da subespécie Limonium.
-Linho: Planta têxtil cultivada em quase todas as freguesias da Madeira. O linho, depois de colhido, é passado pelos dentes do ripanço, afim de perder a baganha, indo depois a curtir para dentro de tanques ou nas águas das ribeiras. Decorrido este prazo, é posto a secar, depois do que é esmagado com um malho. Afim de separar as fibras têxteis da parte lenhosa que a elas adere, vai o linho à gramadeira e depois a tasquinhar, mas é somente no sedeiro, que é uma espécie de pente formado de dentes metálicos fixos sobre uma peça de madeira, que se desenreda e se pode tornar mais delgado o fio, fazendo-se ao mesmo tempo a separação das estopas. Tanto o linho como as estopas são fiados na roca. O fio é depois de ensarilhado, metido no forno ou em barrela, indo depois a corar ao sol. Dobado o fio depois de branqueado pode passar finalmente aos pequenos teares que existem disseminados por vários pontos da ilha e onde termina a série de operações a que o povo acertadamente costuma chamar os tormentos do linho.
-Lombrigas: Esses 'animaizinhos' que se apoderavam do nosso aparelho digestino e que, qual ténias, nos roubavam os alimentos. Conclusão: ficávamos magrinhos.
-Loureiro: Árvore de família das lauráceas, de 6 a 20 metros. Para além do espeto para carne, as folhas são um óptimo tempero e as sementes usadas para azeite de louro.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (G e H)

-Gado: Expressão usada no campo para designar todo o tipo de animais domésticos.
-Gafanhotos: De longe em longe aparecem na Madeira alguns gafanhotos vindos da costa africana. Desconhceço se aqueles que eu brincava em criança, apanhados na erva carota, vinham de África. Também admito que possa estar a confundir com grilos embora estes produzam um som agudo pelo atrito das pernas contra os élitros.
-Gaiado: Peixe que se conseome fresco sobretudo no verão e outono. É consumido geralmente depois de salgado e seco ao sol. O gaiado tamb+ém pode ser conhecido por bonito.
-Gaivota: Ave que povoou a minha infãncia sobretudo quando se tirava areia na foz da Ribeira da Janela. Não sabiamos distinguir espécies pelo que admito que também poderaim ser garças ou galinholas.
-Gavião: Ave que faz o ninho sobre as árvores. É também conhecida pelo nome de fura-bardos (Não confundir com a gvina).
-Giesta: Arbusto muito comum. É muito usada para adubo das terras, e com os seus ramos fabricam-se cestas, gigas e outros pequenos artefactos.
-Goiabeira/Goiaba: Árvore originaria das Índias Ocidentais. Com os frutos (goiabas) confecciona-se um doce muito saboroso. A goiabeira é hoje muito menos frequente que outrora.
-Gomo: parte das laranjas ou limões.
-Gorgulho: Praga que ataca o grão e as farinhas.
-Grama: Graminea com espigas. É muito comum na Madeira e os seus rizomas são emolientes e diuréticos.
-Granizo: Confunde-se na Madeira com a neve. A queda do granizo nas serras é acompanhada ou precedida muitas vezes de trovoadas, e traz sempre como consequência um abaixamento da temperatura.
-Grão de Bico: Leguminosa cujas sementes servem para alimento do homem. Uma vez torradas e reduzidas a pó, são empregues como sucedâneas do café à semelhança da cevada.
-Guelra: parte dos peixes que é deitada fora depois de limpa. Pode servir de isca ou engodo.
-Hera: Planta trepadora. É utilizada para bardos e para revestir muros. A água de heras serve para lavar e tingir os tecidos pretos. As cordas chamadas de hera são fabricadas não com as fibras, mas com os ramos delgados e flexíveis da planta. É com estas cordas que é uso segurar o bagaço das uvas nos lagares.
-Heréus: Espécie de herdeiros das levadas-Hortelã: Planta cujas folhas, uma vez deitadas no leite, dão-lhe um sabor particular.
-Herva-Pombinha: Também conhecida por Molarinha. A infusão da molarinha ou herva-pombinha é usada nas afecções cutâneas.
-Herva-Cidreira: Planta empregue em infusão como sudorífico e nas digestões laboriosas e afecções nervosas.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (E e F)

-Ensaião ou Saião: planta cujo suco é usado interna e externamente no tratamento das lesões ou feridas produzidas por quedas, etc.. Também serve para tornar mais rijas e duráveis as linhas de que se servem os pescadores na pesca. Há um outro ensaião que é cultivado nos jardins e cujo suco das folhas é aconselhado contra os calos.
-Entrosa: Assim se chama a uma aprumada escarpa. É u lugar na Ribeira da Janela.
-Escalracho: É o nome de uma planta mas também se aplica a um lugar ermo de difícil acesso.
-Espadana: Planta cujas folhas glaucas e longas, uma vez cortadas em tiras depois de murchas, servem para ataduras. É comum os agricultores usarem para 'baixar a vinha' nas latadas. O suco das folhas de espadana tem sido aconselhado contra as moléstias cancerosas.
-Estrepe: Bocado de lenha ou farpa que se mete nas mãos ou nos pés e que tem de ser removida com auxílio de alfinete ou agulha sob pena de infectar e causar pus.
-Faia: Árvore ou arbusto que produz boa lenha, e os seus caules são utilizados para estacas em muitos pontos da costa norte. A sua casca é taninosa, a sua madeira é de cor baça, puxando às vezes a rosado.
-Fajã: Na Ribeira da Janela há várias. Conheço a Fajã das Selhas, a Fajã da Amoreira, a Fajã Redonda, a Fajã das Nogueiras, a Fajã do Manuel. Constituem, em geral, um solo de notável fertilidade. Na Fajã do Manuel naufragou, no ano de 1856, uma galera de nacionalidade inglesa, tendo morrido 15 pessoas das vinte e uma que trazia a bordo.
-Fanal: Esse sítio maravilhoso da Ribeira da Janela
-Fava: Leguminosa muito cultivada na Madeira. É originaria da região Cáspica e do norte de África. A fava de escabeche é um óptimo 'dente'. Quando verde faz sopas suculentas. A planta é um óptimo 'adubo' para a terra. Na Ribeira da Janela até se cultiva debaixo das latadas.
-Feiteira: Feto muito comum nas serras da Madeira. Nalgumas localidades chega a atingir dois metros de altura. A feiteira é utilizada como adubo e para cama de animais.
-Feno: Recebem este nome as ervas que são consumidas pelos animais depois de secas.
-Fetos: São conhecidas no arquipélago da Madeira 41 espécies de fetos indígenas e 4 naturalizadas.
-Figueira do Inferno: Três espécies são conhecidas por este nome na Madeira, sendo duas delas indígenas e uma cultivada. É frequente nos terrenos do litoral. O látex produzido pelos ramos cortados de uma destas espécies, é utilizado pelos pescadores para cegar ou atordoar o peixe que aparece nas poças à beira-mar.
-Folhado: Árvore existente em muitos pontos da Madeira. Tem folhas oblongas e flores brancas, aromáticas, dispostas em cachos. Os troncos novos e os rebentões dão magníficos bordões. Da madeira fazem-se colheres, fusos, etc.. As folhas e os tenros ramos são utilizados para alimentar as vacas.
-Frangolho: Papa feita com farinha de cevada ou de trigo. A cevada e o trigo destinados a esta papa são moidos em moinhos de mão, e a farinha é peneirada, mas quando se usa da cevada, seca-se ligeiramente o grão ao calor do lume, antes de ir para o moinho.
-Funcho: Planta frequente na região baixa da costa sul da Madeira. Os seus frutos são estimulantes e carminativos. Faz um óptimo chá.
-Furado: Nome que se dá na Madeira aos túneis.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Novo delfim com 'escolta' policial

Fiquei surpreendido ao ver o secretário do ambiente e recursos naturais, Manuel António Correia receber uma delegação do Sindicato Unificado de Polícia (SUP).
Primeiro pensei que Manuel António Correia tivesse essa tutela mas logo conclui que essa é uma forma de dar visibilidade ao 'novo' delfim de Alberto João Jardim e Marcelo Rebelo de Sousa.
Afinal, o SUP reivindica novas viaturas, novas armas e novos coletes à prova de balas.
Se quiser ser Delfim, Manuel António também precisa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (C e D)

-Cabaça: Espécie de abóbora. Quando tenra serve para fazer sopa. Depois de bem madura e seca pode ser utilizada para guardar líquidos. A cabaça pequena,com vinho ou aguardente, é hoje objecto etnográfico quando outrora acompanhava os camponeses nos seus passeios ou romarias.
-Cabrinhas (Davallia canariensis). Feto da família das Polipodiaceas, muito comum na Madeira. O chá de cabrinhas é usado nas moléstias de pele.
-Calhau: O povo na Madeira dá o nome de calhau a uma praia pedregosa.
-Cana Vieira: (Arundo Donax). Graminea de colmos altos, ocos nos entrenós e lenhosos. Servem para rocas, para canas de pescar, para apoio de plantas trepadeiras (feijão) e para outros fins (joeiras, por exemplo). As folhas, quando tenras (grelos) eram usadas pelos miúdos para produzir sons quando sopradas.
-Caramujo (Trochus colubrinus). Molusco comestível. Fervido, salgado ou de escabeche. Uma delícia.
-Carqueja: Planta associada muitas vezes à giesta. Os ramos novos desta planta, depois de convenientemente esmagados por causa dos espinhos, constituem um excelente alimento para o gado. A carqueja é conhecida em Portugal pelo nome de tojo.
-Cavala/chicharro: Peixe abundante nos mares da Madeira. A par do chicharro constituia a ementa dos pobres/camponeses.
-Centeio: Graminea cuja farinha só, ou associada á do trigo, serve para fazer um pão escuro, mas saboroso. A palha da planta é utilizada no fabrico de chapéus.
-Cevada: A cevada cevada é cultivada principalmente na região baixa mas, nalguns sítios, vai até às proximidades da serra. A sopa de cevada é um dos alimentos das populações campesinas da Madeira, e a farinha serve para confeccionar rosquilhas e biscoitos. Uma vez torrada serve para fazer café. A palha é utilizada na cobertura de cabanas e na alimentação do gado.
-Corricar: Significa, em linguagem familiar, fazer rapidamente pequenos percursos em variadas direcções.
-Corsa: Veículo de arrasto, de forma rudimentar, destinado ao transporte de carga.
-Couve: Cultivada por toda a parte para fins alimentares. Servem não só para fazer sopa, mas também para cozer, cortadas em pequenos pedaços ou com farinha de milho.
-Damasqueiro: Árvore originaria da China, muito cultivada na Madeira. Os seus frutos que aparecem em Junho e Julho, variam muito no tocante ás dimensões e mesmo à cor, havendo uma variedade de damascos a que chamam pretos, cujo epicarpo apresenta a cor de certas ameixas.
-Dente de Cão. Dá-se este nome às ligeiras camadas de neve com a forma cristalina, que aparecem nas serras depois dos grandes frios. Estas camadas de neve provêm da congelação rápida do vapor de agua em contacto com os corpos em que elas aparecem. As geadas ou dente de cão costumam aparecer na costa do norte acima de 600 ou 700 metros. Quando há frios cortantes e demorados, costumam dizer os campónios que está caindo dente de cão.

Memórias: Palavras que aprendi desde pequeno (A e B)

-Achada: A palavra arcaica (chada ou chaada), significa uma pequena chã ou planície, geralmente situada entre terrenos acidentados. Deu, por semelhança, o nome a muitos lugares da Madeira, que ainda actualmente o conservam, sendo apenas usados em acepção toponímica (Ex: Eira da Achada).
-Açougue: Também conhecido por talho. Onde se matavam e vendiam as vacas. Na Ribeira da Janela houve, durante anos, um na foz da Ribeira do Sr. António santos.
-Aguagem: Ou a palavra antiquada aguage. Significa uma pequena cascata ou queda de água, queespecialmente se dá nos leitos pedregosos das ribeiras.
-Alegra-campo (Semele androgyna): Arbusto da família das Liliáceas, subfamília das Asparagoideas, que aparece no estado espontâneo nalgumas ravinas. Os seus ramos longos são muito ornamentais, e servem para guarnecer as paredes dos templos, quando há festividades religiosas.
-Ameixieira (Prunus domestica). Árvore da família das Rosáceas. Produz frutos oblongos ou globosos, de excelente qualidade. A ameixa verde ou Rainha Claudia, é uma das mais saborosas da ilha.
-Amor-de-burro (Bidens pilosa): Planta muito usada nos campos como emenagogo. Recebe também os nomes de setas e malpica.-Araçá: São conhecidaos pelo nome de araçás. Existem os araçás amarelos e os roxos. Os seus frutos são saborosos e a infusão das suas folhas pode ser empregada para combater as diarreias.
-Assobiadouro: Eminência no Paul da Serra perto da qual têm origem as fontes do Rabaçal.
-Aveia (Avena strigosa). Graminea anual, cultivada na Madeira. Serve para alimento dos gados.
-Avenca: (Adiantum Capilus-Veneris), Feto indígena muito frequente nas rochas e lugares húmidos. É emoliente e peitoral.
-Azeda: É uma planta que, às vezes, é usada em infusão, para purificar o sangue, e pode servir para salada, esparregado, etc. Também é conhecida pelo nome de cabreira e os coelhos adoram-na.
-Azevinho (Ilex canariensis): Arbusto ou pequena árvore com folhas glabras, inermes ou espinulosas, flores brancas reunidas em cimeiras axilares, e frutos globosos e vermelhos. Durante as festas do Natal é uso ornamentar os presépios ou lapinhas com ramos de azevinho providos de frutos.
-Baraço: É feito com qualquer planta mais ou menos longa. Um baraço de aboboreira, por exemplo é um ramo que se corta da planta mãe, destinado, por exemplo, a amarrar o molho de erva.
-Bardo: tapume ou trincheira feito de estacas e ramos de árvores (mai tarde de arame) e destinado a impedir que os gados que pastavam livremente nas serras e baldios, descessem ao povoado e terras cultivadas.
-Bisbis (Regulus maderensis): É a mais pequena das aves da Madeira e a única que lhe é peculiar. Frequenta as matas de urzes e loureiros e constrói com muita arte um ninho de musgo.
-Boganga: Também conhecida por abóbora de Tenerife. As bogangas servem para sopa e para confeccionar o doce conhecido pelo nome de chila, no qual só entram os filamentos ou funiculos das sementes perfeitamente maduras.
-Boragem: Restos de comida que se deitam aos porcos.
-Buxo (Buxus sempervirens). Arbusto muito cultivado na Madeira. O cozimento das raízes, da casca das mesmas e das folhas, é aconselhado nos reumatismos. A madeira do buxo é estimada pelos torneiros por causa da sua grande dureza. Era dessa madeira que se faziam os piões, na Páscoa.

Dicas para escapar do Alzheimer

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.
Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurónios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de actividades dos neurónios em seu cérebro.
Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.
Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa.
O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional.
Tente fazer um teste:
- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (fazem na China jogging nos parques assim);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta é mudar o comportamento rotineiro!
Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro.
Vale a pena tentar!
Que tal começar a praticar agora, trocando o 'rato' de lado?
Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o 'rato' com a mão esquerda?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A brincar se dizem as verdades

Atendedor de mensagens de uma escola nos EUA:

Esta é a mensagem que o pessoal docente da Escola Secundária de Pacific Palisades (Califórnia) aprovou unanimemente que deveria ser gravada no atendedor de chamadas da escola.
Foi o resultado de a escola ter implementado medidas que exigiam aos alunos e aos pais que fossem responsáveis pelas faltas dos estudantes e pelas faltas de trabalho de casa.
A escola e os professores estão a ser processados por pais que querem que as notas que levam ao 'chumbo' dos seus filhos sejam alteradas para notas que os passem - ainda que esses miúdos tenham faltado 15 a 30 vezes num semestre e não tenham realizado trabalhos escolares suficientes para poderem ter positiva.
AQUI VAI A MENSAGEM GRAVADA:
Olá! Foi direccionado para o atendedor automático da escola.
De forma a podermos ajudá-lo a falar com a pessoa certa, por favor ouça todas as opções antes de fazer a sua selecção:
- Para mentir sobre a justificação das faltas do seu filho, pressione a tecla 1
- Para inventar uma desculpa sobre porque é que o seu filho não fez o seu trabalho, tecla 2
- Para se queixar sobre o que nós fazemos, tecla 3
- Para insultar os professores, tecla 4
- Para saber por que razão não recebeu determinada informação que já estava referida no boletim informativo ou em diversos documentos que lhe enviámos, tecla 5
- Se quiser que lhe criemos a sua criança, tecla 6
- Se quiser agarrar, tocar, esbofetear ou agredir alguém, tecla 7
- Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano, tecla 8
- Para se queixar dos transportes escolares, tecla 9
- Para se queixar dos almoços fornecidos pela escola, tecla 0
- Se já compreendeu que este é o mundo real e que a sua criança deve ser responsabilizada e responsável pelo seu comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelos seus TPC, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!

Para pensar

Há um 'mail' a circular cujo conteúdo é o seguinte:
Se a população da Terra fosse reduzida à dimensão de uma pequena cidade de 100 pessoas, poderia observar-se a seguinte distribuição:
57 Asiáticos
21 Europeus
14 Americanos (norte e sul)
08 Africanos
52 mulheres
48 homens
70 pessoas de cor
30 caucasianos
89 heterossexuais
11 homossexuais
06 pessoas seriam donas de 59% de toda a riqueza e todos eles seriam dos Estados Unidos da América
80 pessoas viveriam em más condições
70 não teriam recebido qualquer instrução escolar
50 passariam fome
01 morreria
02 nasceriam
01 teria um computador
01 (apenas um) teria instrução escolar superior
Quando olha para o mundo nessa perspectiva, consegue perceber a real necessidade de solidariedade, compreensão e educação?
Pensetambém no seguinte?:
Esta manhã, se acordar com saúde, então é mais feliz do que 1 milhão de pessoas que não vão sobreviver até ao final da próxima semana.
Se nunca sofrer os efeitos da guerra, a solidão de uma cela, a agonia da tortura, ou fome, então é mais feliz do que outros 500 milhões de pessoas do mundo.
Se pode entrar numa igreja (ou Mesquita) sem medo de ser preso ou morto, é mais feliz do que outros 3 milhões de pessoas do mundo.
Se tem comida no frigorífico e roupa, tem uma cama e teto, é mais rico do que 75% das outras pessoas do mundo.
Se tem uma conta bancária, dinheiro na carteira e algumas moedas num moedeiro, pertence ao pequeno grupo de 8% de pessoas do mundo que estão bem na vida.
Se está lendo esta mensagem, é triplamente abençoado,
pois:
1.Alguém embrou-se de você.
2.Não faz parte do grupo de 200 milhões de pessoas que não sabem ler.
3.E tem um computador!
Tal como alguém uma vez disse:
- "trabalha como se não precisasses do dinheiro;
- ama como se nunca tivesses sido magoado;
- dança como se ninguém estivesse a ver-te;- canta como se ninguém estivesse a te ouvir;
- vive como se a terra fosse o Paraíso ."

terça-feira, 9 de junho de 2009

Humor: Mail do chefe

Um belo dia, um trabalhador recebe um email de seu chefe, no qual estava escrito:
PORRA.

No dia seguinte, o funcionário respondeu ao email:
FODA-SE.

Regressando ao escritório, foi imediatamente chamado pelo chefe, que lhe disse:
- Você não tinha o direito de me responder daquela maneira!
Não sabe que estamos em contenção de despesas?

O meu email era simplificado e o significado de PORRA é: 'Por Obséquio Remeter o Relatório Atrasado'.

O funcionário argumentou:
- Sei de tudo isso e foi exactamente dentro desse espírito que lhe respondi FODASE, que significa: 'Foi Ontem Despachado Amanhã Será Entregue'.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Humor: Discursos (dos) políticos

Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para o palanque e começou o discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos!
Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte.
O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?

O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.

De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e 'atira':
- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic).
E com toda a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Memórias de infância: Óleo de fígado de bacalhau e outras 'curas'

Lembram-se do sabor do óleo de fígado de bacalhau? Intragável. Tão mau que deve ter deixado traumas em gerações de crianças que franziam a testa, tapavam o nariz e fechavam os olhos com aquela mistela acastanhada que nos obrigavam a beber.
Era, apenas, um dos muitos "remédios" tradicionais a que ninguém escapava. Até havia frascos recebidos na escola primária e destinados a serem bebidos em casa.
O óleo de fígado de bacalhau servia para abrir o apetite e era um complemento alimentar. Hoje já vendem o produto em pastilhas ou com sabor disfarçado por outros mais gostosos. É um bom estimulante do apetite, ajuda a regular os processos metabólicos sendo uma boa solução para obtenção de energia.
A tortura do óleo de fígado de bacalhau de outrora era apenas um dos muitos tormentos por que passaram os que hoje, como eu, entram na ternura dos quarenta. Havia todo o tipo de infusões, gemadas, chás e papas, para resolver as mais variadas maleitas. Da falta de apetite, das lombrigas, do "bucho virado" ou do "mau olhado".
Além de recorrerem aos médicos, que eram poucos e muito mal distribuídos pela Região, as mães eram fiéis aos ensinamentos dos "antigos", no que de bom e mau tinham. Do azeite louro para beber e para besuntar em feridas, da colher de mel fervida no fogão pela manhã.
Se uma criança não comia, tinha dores de barriga e começava a ficar amarela, o diagnóstico era rápido: bucho virado.
Sim, porque esta maleita estava, quase sempre, associada a uma muito maior: o mau olhado. Só tirado por uns poderes sobrenaturais e psicadélicos, detidos por vizinhos e até familiares que permitiam, com um simples olhar de cobiça, abalar a saúde, os estudos, o trabalho e muito mais.
Começava por ser feito o diagnóstico, o que muitas vezes acontecia em casa. Deitar pingos de azeite num copo de água era um teste de que não havia recurso. Se as gotas de azeite unissem, era certo que havia um "camadão de olhado".
Depois do diagnóstico vinha a terapia. Com um ramo de alecrim, umas cruzes e outros apetrechos, cuja função era insondável, o curandeiro começava uma cantiga para tirar o "mau olhado".
Curar do "mau olhado" era (e ainda é) uma arte, um dom que poucos tinham e de que alguns viviam.
Curioso é que não se ouvia uma voz contrária a estas práticas que não dependiam de condição social ou instrução. O que era preciso era "curar".
E muito havia para tratar, num tempo em que se comiam os frutos directamente das árvores e todo o tipo de porcarias. Uvas com remédio, nêsperas verdes e frutos silvestres faziam parte da dieta dos mais pequenos.
Além destas curas milagrosas, havia toda uma série de tratamentos, cada um mais curioso que o outro. As crianças que tinham sarampo - a quase totalidade -, além de ficarem na cama sem saber bem porquê, viam as janelas do seu quarto... forradas a vermelho.
Para a papeira, a solução era o tradicional lenço, amarado no topo da cabeça e que servia para segurar o queixo.
Até para as pequenas feridas se sugeria uma valente mijadela.
Havia até quem aconselhasse a colocação de "terra fininha" e teias de aranha sobre feridas. Escupo (cuspo) para impinjas.
A cinza também era usada em alguns casos. Principalmente para irritações da pele, muitas vezes associada a outras porcarias. Até caca de galinha, dar desterro a objectos pessoais depois de rezas e colocar miúdos descalços em pedras frias serenadas era prática. Para a pieira ou para outras doenças respiratórias como a asma.
Além das terapias, havia toda uma série de recomendações para evitar doenças. A mais comum até tinha algo de poético. Apontar para as estrelas condenava a criança ao aparecimento de verrugas nas mãos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Memórias de infância: Rocheiros

Quem nasceu na costa norte da Madeira, como eu, sabe o quanto foram importantes os rocheiros, profissão agora quase extinta. Restam resquícios, ainda que incomparáveis, dessa profissão que são os amantes do canyoning, quais rocheiros dos tempos modernos (abro parênteses para felicitar o Clube Naval do Seixal e a Câmara do Porto Moniz pela iniciativa de realizar entre os dias 5 e 12 de Junho, no Seixal, o Meeting Canyoning Madeira/ II Encontro Nacional de Canyoning).
Eram eles (rocheiros) que procediam ao desmantelamento de blocos de rocha em zonas inacessíveis que ameaçavam populações. Foram eles que, amarrados em cordas, em laços que só eles sabiam dar, às vezes com métodos arcaicos e sem capacete, contribuíram para 'rasgar' trilhos em falésias intransponíveis.
Mais recentemente, foram usados para procederem à limpeza de taludes sobranceiros a estradas. Creio, se a memória não me atraiçoa, que a Direcção Regional de Estradas tinha nos seus quadros o lugar de 'rocheiro'.
Não me refiro a outras memórias... à dos pescadores de Machico, Caniçal e São Gonçalo, também chamados 'rocheiros', homens que iam às Selvagens e se dedicavam a capturar cagarras antes destas poderem voar, por vezes mil por dia, que depois de depenadas e salgadas eram vendidas no Funchal às classes mais desfavorecidas.
Não me refiro à localidade brasileira de Rocheiros, no município de Teotônio Vilela.
Falo dos rocheiros da costa norte da Madeira. Caíam a pique, falésia abaixo, na vertigem libertadora da obra feita.
E todos quantos observam ou estudam a mecânica das rochas insulares, em comparação com os mais aperfeiçoados processos da mecânica e engenharia moderna, não podem deixar de pasmar das obras realizadas, em grandeza e temeridade, por rocheiros madeirenses.
A minha homenagem a esses homens tenebrosos (lembro-me do António Santos, da Ribeira da Janela) que desafiavam as falésias até para outros feitos menos terrenos mas igualmente nobres que era a recolha do alegra-campo, nas falésias, para enfeitar as festas de Verão.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Humor

Jesus Cristo, certo dia, cansado do tédio do Paraíso, resolveu voltar à terra para fazer o bem.
Procurou o melhor lugar para descer e optou pelo Hospital Central do Funchal, onde viu um médico a trabalhar há muitas horas e a morrer de cansaço.
Para não atrair as atenções, decidiu ir vestido de médico.
Jesus Cristo entrou de bata, passando pela fila de pacientes no corredor, até atingir o gabinete do médico.
Os pacientes viram e comentaram:
- Olha, vai mudar o turno...
Jesus Cristo entrou na sala e disse ao médico que podia sair, dado que ele mesmo iria assegurar o serviço.
E, decidido, gritou:
- O PRÓXIMO!
Entrou no gabinete um homem paraplégico que se deslocava numa cadeira de rodas.
Jesus Cristo levantou-se, olhou bem para o homem, e com a palma da mão direita sobre a sua cabeça disse:
- LEVANTA-TE E ANDA!
O homem levantou-se, andou e saiu do gabinete empurrando a cadeira de rodas.
Quando chegou ao corredor, o próximo da fila perguntou:
- Que tal é o medico novo?
Ele respondeu:
- Igualzinho aos outros... nem exames, nem análises, nem medicamentos... Nada! Só querem é despachar...

Memórias: 2009




Memórias: Verão de 1994


Memórias: A sinuoso estrada