terça-feira, 15 de novembro de 2011

Com a devida vénia a Miguel Esteves Cardoso

MiguelEsteves Cardoso
Os lambe-cus"

Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios.
Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta.
À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço».
Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc.
..Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.
Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-seirreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos atéao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu.
Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu.
Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.
Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.(...)
Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão maltratados e sucedidos como os engraxadores de outrora.
O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional.
O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos deculambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês."

Miguel Esteves Cardoso, in "Último Volume"

sábado, 24 de setembro de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

O que se disse no insuspeito JM do agora Primeiro-Ministro

-Data de Publicação: 2010-02-18 (JM)
Candidato à liderança do PSD nacional
Os negócios de Pedro Passos Coelho

-Hugo Velosa (16/02/2010) diz (no JM) esperar “que não haja um militante da Madeira a votar” no candidato
"Com Passos Coelho não haverá solidariedade"

-Data de Publicação: 2010-03-13 (JM)
Guilherme Silva mandatário de Rangel
«Melhor opção para a Madeira»
-
Data de Publicação: 2010-03-14 (JM)
Jardim e Cunha e Silva manifestam apoio a Paulo Rangel
Congressistas solidários com a Madeira

-Data de Publicação: 2010-03-27 (JM)
Eleições para a escolha de líder no PSD registam a maior participação de sempre
Passos Coelho vence directas, Paulo Rangel ganha na Madeira

-Data de Publicação: 2010-03-26 (JM)
Mandatário Regional Guilherme Silva considera
«Campanha mostrou que Rangel é o melhor»

-Data de Publicação: 2010-03-26 (JM)
Jardim, a propósito das directas que hoje elegem novo líder do partido, diz-se sem esperança
«Desarrumação mental» no PSD vai continuar

-Data de Publicação: 2010-03-24 (JM)
Guilherme Silva em almoço de apoio ao candidato à liderança do PSD
Rangel é a alternativa eficaz

-Data de Publicação: 2010-03-23 (JM)
No mesmo dia em Jardim apontou o candidato como o único que lhe dá “garantias”
Rangel recebe o apoio do ex-secretário geral

-Data de Publicação: 2010-03-19 (JM)
FRANCISCO GOMES
Apoiar Rangel!

-Data de Publicação: 2010-03-15 (JM)
No rescaldo de mais um congresso social democrata, Hugo Velosa acusa
«Coelho é uma versão pior de Sócrates»

-Data de Publicação: 2010-03-14 (JM)
Jardim e Cunha e Silva manifestam apoio a Paulo Rangel
Congressistas solidários com a Madeira

-Data de Publicação: 2010-02-11 (JM)
No percurso político do eurodeputado há uma vitória nas eleições
Guilherme lembra que Rangel já ganhou

A democracia da treta

Recomendo a leitura do 'post'/artigo do Pe. José Luís Rodrigues sob o título "A Democracia da treta na Madeira", publicado ontem no seu blogue 'Banquete da Palavra'.

sábado, 4 de junho de 2011

Humor: Alentejano esperto...

O alentejano mais pobre da aldeia só tinha uma bicicleta, mas um dia aparece no Café Central com um descapotável.
Admirados, perguntam os conterrâneos:
'Atão cumpadri, onde arranjou esse carrito?'
Nem calculam! Na estrada vi uma moça, por acaso bem jêtosa, a chorar e perguntê: 'o que é que se passa?'
Atão ela disse-me: 'veja lá, um carrinho tão novo e já avariado!'.
Atão, abri o motor, liguê dois fiositos e pronto! O carro estava arranjado.

Atão ela puxou-me para trás de um chaparro, despiu-se toda e disse-me:
'para pagar o trabalho que o senhor teve, faça o que quiser!'
E ê fiz o que quis: meti-me no carrito e abalê com ele!'
Em coro, respondem os outros:
'E vossemecê fez munto bên! De certeza que a roupa tamên nã lhe servia...'

Humor: O que é isso do "iPOD"!

Os primos da cidade foram passar o Natal com os parentes alentejanos.
Alguns dias após o Natal, estava o primo da cidade a fazer alarde dos presentes que tinha ganho.
- Primo, viste o que eu ganhei de presente? Um 'Ipod' espectacular e ainda por cima da melhor marca do mercado!
O primo alentejano respondeu:
- Bom primo, muito bom!!! Mesmo muito bom...

Aí o da cidade perguntou:
E o que foi que tu ganhaste?
- Ganhei o mesmo que tu.
- Mas, quem te deu?
- O Ministro das Finanças
- Foi mesmo?
- Foi. Estava eu descansado quando, na Televisão, ao falar de impostos, quase me interpelou sobre o aumento dos impostos nestes termos:
- Posso?
- "Aí Pode! Pode!".
Não sei se tem marca mas no dia das eleições logo se verá...

Humor: CSI à portuguesa

"Cenas da Investigação Criminal em Portugal"


(Excertos verdadeiros de autos elaborados pela GNR e PSP, peças processuais e diligências)


-Um agente da PSP desloca-se à residência de um casal que anda desavindo e escreve no auto de notícia que: "o sr. x anda muito frustrado porque pagou cerca de 5 mil euros pelos implantes mamários da sua mulher e suspeita que outro cidadão está a usufruir desses dividendos".


- A GNR participa acidente e explica que "naquele local o asfalto da estrada era de terra batida".


- O gatuno era "herdeiro e vozeiro naquele tipo de condutas".


- Auto de notícia em que se diz que a ofendida foi encontrada em "lã-jeri"


- O arguido era "de raça nómada".


- O arguido resolve acabar o seu requerimento de uma forma cordial: "Pede deferimento" e logo a seguir ... "As minhas sinceras condolências".


- "O denunciado proferiu vários impropérios na Língua de Camões e também em língua francesa"


-"O indivíduo trazia o produto estupefaciente junto do órgão genital masculino vulgo pénis"


- Diligência de inquérito: "Solicite à PSP que, em 48h, diligencie por identificar o denunciado que se sabe ter cerca de 16 anos e usar boné"


- Um arguido antes de bater no ofendido atirou-lhe com uma caixa em plástico, "nomeadamente um tampa-roer".


- "O arguido atirou um paralelo-ipípado".


- "O arguido trazia uma techerte azul às riscas".


- "Os meliantes colocaram-se em fuga, ao volante de uma Picap"


- Na sequência de uma queixa por crime de furto de um veículo a GNR informa que recuperou a dita viatura no entanto a mesma vinha cheia de moças.


-Caso de uma averiguação de causa de morte em que foi determinada a "autópsia parcial" do cadáver.


- Auto de notícia em que a GNR denuncia o furto de 24 galinhas das quais uma era galo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Humor...

A jornalista tentava iniciar uma entrevista com um alentejano, que, minuciosamente estudava o firmamento, debaixo do chaparro.
A jornalista: Aquele monte além dá trigo?
O alentejano: Na dá nada...
A jornalista: E dá batata?
O alentejano: Na dá batata, não...
A jornalista: Então, dá centeio?
O alentejano: Na dá nada...
A jornalista: E semeando milho?
O alentejano: ÁÁÁHHHHHHH, semeando já é outra conversa...!!!

O que disse Saramago...

Face à presença do FMI, a troika externa, amparada pela troika interna, é altura de relembrar Cadernos de Lanzarote:

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvaçãodo mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

terça-feira, 17 de maio de 2011

O primeiro e o actual ou a diferença entre a I e a III República

O primeiro era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos. O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o. Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso.Formou-se em Direito.

Foi advogado, professor, escritor, político e deputado. Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi reitor da Universidade de Coimbra. Foi Procurador-Geral da República.Passou cinquenta anos da sua vida a defender uma sociedade mais justa.

Com 71 anos foi eleito Presidente da República.Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país.. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..."Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este. Pagou a renda da residência oficial e todo o mobiliário do seu bolso.Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado. Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso.

Este SENHOR era Manuel de Arriaga e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa.


O segundo foi o homem que escreveu no 'Expresso' uns artigos sob o título 'O Monstro' que, segundo o próprio, alertavam para o risco de Portugal chegar à situação em que estamos. O homem que, na última vez em que o FMI esteve em Portugal, em 1983 fazia a rodagem do carro para a Figueira da Foz. Numa altura em que a causa remota da vinda do FMI foi a decisão de revalorizar o escudo. O homem que sucedeu ao governo do bloco central, governando em tempo de falsas vacas gordas, à custa da adesão à CEE, do reequilíbrio das contas externas e da imensidão dos fundos comunitários.

Quando já era primeiro-ministro, ao longo do seu consulado, definharam os sectores produtivos, sobretudo o agrícola, soçobrando face à competitividade da agricultura europeia à custa de "envenenadas" indemnizações compensatórias. Ele é o pai da economia liberal, dos negócios especulativos de acções cujo exponente máximo é o 'caso BPN', de inaugurações faustosas de obras públicas em vésperas de eleições. Com ele começou a invasão do Estado por milhares de boys, o criador do país das oportunidades/oportunistas.

Ele é o pai do triste episódio do assessor que inventou escutas numa página triste na história da instituição Presidência da República.Ele é inatacável e intocável. O acima de toda a crítica. O que defende o PEC ...para os outros. O que se queixou que a esposa ganha 800 euros de reforma. O mesmo homem do leme que, quando confrontado pelo facto de umas acções do grupo BPN/SLN que havia adquirido haverem valorizado cerca de 150% respondeu qualquer coisa do género 'Nessa altura não desempenhava quaisquer funções públicas'. O mesmo que amparou, noutras funções, o assessor das escutas. Os seus não são afastados. Quando muito, caem de maduros.

Lembram-se da sisa de Cadilhe (finais da década de 80)? Ele defendeu-o. Do sangue de Leonor Beleza (1985/86), defendeu-a até ao fim.Do recente escândalo BPN quando já era insustentável a presença do conselheiro Dias Loureiro no Conselho de Estado. Amparou-o até ao limite.Lembram-se quando atacou o Governo do seu próprio partido, encabeçado por Santana Lopes, com a história da boa e má moeda, favorecendo, assim, o PS de José Sócrates (2004).

Recordam-se, quando, na sequência destes ataques (feitos em 2004) Alberto João Jardim se referiu a ele como "sr.Silva"? Logo a seguir, como candidato a Belém, veio à Madeira (2005) beijar a mão que o atacou, pois precisava do voto dos madeirenses, não fosse o Diabo tecê-las, não ganhar à primeira volta e suceder-lhe o mesmo que a Freitas do Amaral em 1986? E por falar em Freitas do Amaral?

Lembram-se de Aníbal o ter apoiado em 1985/86 e depois se ter recusado a pagar a parte que cabia ao PSD (por ele liderado) nas dívidas de campanha, que depois o candidato pagou, com pareceres que foi elaborando ao longo dos anos seguintes?

Esse senhor é Aníbal Cavaco Silva. Esse homem político que tenta passar a mensagem que não é político mas foi o cidadão que mais tempo ocupou o cargo de primeiro-ministro (1985-2005). Depois de ter sido Ministro das Finanças (1979/80). E agora presidente na III República.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Eufemismos linguísticos...

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar 'afro-americanos' aos pretos (sem qualquer conotação racista), com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado! As 'criadas' dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico'.

Extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram a 'auxiliares da acção educativa'. Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'. Os caixeiros-viajantes são 'técnicos de vendas'.

O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez'; os operários são agora 'colaboradores';as fábricas, vistas de dentro, são 'unidades produtivas'e vistas de fora são 'centros de decisão nacionais'.

O analfabetismo desapareceu, cedendo o passo à 'iliteracia'. Desapareceram dos comboios e navios as 1.ª e 2.ª classes mas continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'. Ser mãe solteira, com os novos tempos, passou a 'família monoparental'. Já não há crianças 'terríveis'; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'.

Os 'cegos' -palavra desagradável e aviltante- passou a 'invisual' (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)

As 'putas' passaram a ser 'senhoras de alterne' e 'garotas de programa'. Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes', 'alavancar' e outros barbarismos da linguagem.

Os tradicionais "anões" estão em vias de passar a 'cidadãos verticalmente desfavorecidos'. O 'mongolismo' passou a designar-se 'síndroma do cromossoma 21'. O autismo foi banido da Assembleia da República. Os gordos e os magros passaram a ser pessoas com disfunção alimentar. Os gordos obesos e os magros anoréxicos,

Os que fazem desfalques não são ladrões mas cidadãos que incorrem no crime de 'peculato'. O conceito de corrupção organizada foi substituído pela palavra "sistema".E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a 'correcção política' e o novo-riquismo linguístico. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.

sábado, 14 de maio de 2011

Tão actual!!! Sempre a classe média...

Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV:
Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço…

Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado… o Estado, esse, é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se…
Todos os Estados o fazem!

Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarino: Criam-se outros…

Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarino: Sim, é impossível…

Colbert: E então os ricos?

Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert: Então como havemos de fazer?

Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos… É um reservatório inesgotável…."

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lusíadas, lusitanos e povo enganado...

I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III
Falem da crise portuguesa todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV
E vós, ninfas da Atlântida onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

Sinais de loucura...

Há sinais de loucura quando:

1. Envias um e-mail ou usas o Messenger ou o Facebook para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao teu lado;

2. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras;

3. Esquecendo o telemóvel em casa (coisa que não tinhas há 15 anos atrás), ficas apavorado e voltas para buscá-lo;4.

Levantas-te pela manhã e quase que ligas o computador antes de tomar o café;

5. Conheces o significado de tb, qd, cmg, mm, dps, k, ...;

6. Não sabes o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sozinho...);

8. Dizes o nome da tua empresa quando atendes ao telefone em tua própria casa (ou até mesmo o telemóvel!!);

Digitas o '0' para telefonar de tua casa;

10. Vais para o trabalho quando está a amanhecer, voltas para casa quando anoitece;

11. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu coração que parou;

11. Estás a ler esta lista e a concordar com a cabeça e sorrir;

12. Estás a concordar tão interessado na leitura que nem reparaste que a lista não tem o número 9;

13. Retornaste à lista para verificar se era verdade que faltava o número 9 e nem viste que há dois números 11;

14. E AGORA ESTÁS A RIR DE TI MESMO!!!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Onde 'cortar' na obesidade do Estado?

No ano passado, Marques Mendes apresentou a Lista com institutos públicos que podem ser extintos. Ei-los:


Ministério das Obras Públicas - 4
1. INIR (Instituto Nacional de Infraestruturas Rodoviárias)
a) Funções de Regulação (Parcerias Público-Privadas) e de Fiscalização da Rede Rodioviária Nacional;b) São competências que já estão hoje na EP Estradas de Portugal e no IMTT (antiga Direcção Geral de Viação).
CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTO.
2. GISAF (Gabinete Investigação e Segurança de Acidentes Ferroviários.
a) Funções de Investigação quando há acidentes ferroviários;b) Funções que também estão na CP e na REFER (quando há um acidente ferroviário é a CP ou a Refer que trata do assunto).c) Parece um instituto criado para colocar 1 socialista desempregado da gestão das EP dos Transportes (João Crisóstomo).
CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTO.
3. NAER (Instituto para estudar e Conceber o Novo Aeroporto de Lisboa)
a) As suas funções podem perfeitamente passar para a ANA, EP (Empresa de Aeroportos e Navegação Aérea)b) É uma racionalização óbvia e necessária.
CONCLUSÃO: ESTE SERVIÇO PODE SER EXTINTO.
4. Fundação das comunicações móveis (uma das centenas que existem - pendurada no Estado)
a) Tratou do Computador Magalhães;b) Estado nomeia os seus gestores (clientelas);c) AR já propôs a sua extinção em relatório aprovado;d) Governo fez vista grossa. O Governo gosta mais de reduzir salários que extinguir serviços.
CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTA
Ministério da Agricultura - 3
1. No âmbito do PRODER (QREN da Agricultura) há 2 serviços:
a) Gabinete do Planeamento (Concebe Projectos e Gere o Programa); e ob) IFAP (antigo IFADAP) - Paga e fiscaliza os apoios concedidos.
CONCLUSÃO: O Gabinete de Planeamento PODE SER EXTINTO e as suas competências passarem para o IFAP.É mais coerente, evitam-se sobreposições de competências e poupa-se dinheiro público.
2. Fundação Alter Reala) Competências sem relevância para serem autonomizadas numa Fundação Pública;b) Tem 5 Administradores - Presidente é o Presidente da companhia das Lezírias.
CONCLUSÃO: A Fundação pode ser extinta e as suas competências integradas na Companhia das Lezírias (hoje até já o Presidente é o mesmo).
3. No âmbito da Barragem do Alqueva há 2 Entidades:
a) a EDIA (190/200 Funcionários) que tratou da construção da Barragem do Alqueva; e ab) GESTALQUEVA (trata do Fomento do Turismo na Zona do Grande Lago)c) Não há razão nenhuma para esta duplicação de organismos:
Primeiro: EXTINGUIR A GESTALQUEVA, colocar as competências na EDIA ou concessionar a privados (fomento do turismo);Segundo: EMAGRECER A EDIA (já acabou a construção da barragem).
Ministério do Trabalho e da Segurança Social - 9
1. Há neste Ministério 7 organismos consultivos (uma loucura):
* O Conselho Nacional da Formação Profissional* Conselho Nacional da Higiene e Segurança no Trabalho* O Conselho Nacional de Segurança Social* O Conselho Nacional do Rendimento Social de Inserção* O Conselho Nacional para a Reabilitação* O Conselho Consultivo das Famílias* A Comissão de Protecção de Políticas da Família
Minha Proposta:* Extinguir todos (para estas tarefas existem Direcções - Gerais com as mesmas áreas de competência).2. Ao nível de outros serviços - estes de natureza executiva - podem ser feitas várias outras extinções.
Assim:
a) O Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério da Segurança Social pode integrar as competências do Instituto de Informática e do Instituto de gestão do FS Europeu (competências afins e sobrepostas). MENOS 2 ORGANISMOS.b) Dois institutos - o Instituto da Segurança Social e o Instituto Nacional para a Reabilitação podem ser extintos e as suas competências (hoje afins e sobrepostas) serem integradas na Direcção Geral da Segurança Social. MENOS DOIS ORGANISMOS
Mistério da Saúde - 3
1.Alto Comissário para a Saúde (Orçamento de 30 Milhões de Euros)
a) Criado por Correia de Campos no Governo Guterres;b) Veio o Governo do Durão Barroso e extinguiu-o:c) Voltou Correia de Campos no Governo Sócrates e voltou a criar;d) O Alto Comissário - veja-se bem - tem estatuto de membro do Governo (Sub-Secretário de Estado)e) CONCLUSÃO: Pode ser extinto e as suas competências passarem para a Direcção Geral de Saúde (actualmente são competências sobrepostas).f) Se a moda pega passamos a ter o Alto Comissário da Justiça, da Segurança Social, da Economia, da Comunicação Social, etc. etc.g) Haja Bom Senso. Temos de POUPAR, extinguindo este organismo inútil.
2. Conselho Nacional de Saúde - Mais 1 Conselho Consultivo
a) Orgão Consultivo do Ministério da Saúdeb) Não faz sentido. A D G Saúde faz na perfeição esse papel. É a sua competência legal.c) Mais um serviço que pode ser EXTINTO
3. Instituto da Droga e da Toxicodependência
a) Ao nível Central tem 5 Coordenadores - Equiparados a Directores Gerais.b) Ao nível Regional tem 5 Directores Regionaisc) Tem cerca de 2 mil funcionários (1/3 nos Serviços Centrais) - Uma Loucurad) As suas funções são no domínio da Saúde Públicae) Pode perfeitamente SER EXTINTO, as suas competências locais integradas nos Centros de Saúde e as suas competências centrais na DG Saúde (é área de saúde pública)f) Área de Estudos (quando for o caso encomendar às Universidades e Centros de Investigação)
Ministério do Ambiente - 3
1. Na área do ambiente há 3 institutos importantes:
a) Agência Portuguesa do Ambiente;b) ICN - Instituto Conservação da Natureza;c) INAG - Instituto Nacional da Água
Têm todos competências muito semelhantes e, nalguns casos, sobrepostas.* Seria possível e desejável fundir tudo num único organismo - a Agência Portuguesa do Ambiente.* É o exemplo Inglês (apontado normalmente como referência)* Poupa-se imenso:Passamos a ter 1 único Instituto em vez de 3Passamos a ter 1 único Administração em vez de 3Passamos a ter 1 única estrutura administrativa, de contabilidade e financeira, em vez de 3Passamos a ter 1 único orçamento em vez de 3Passamos a ter menos pessoal e menos encargos
2. Ao nível regional temos a seguinte estrutura sobreposta:
a) As Comissões de Coordenação Regional têm competências na área do ambiente;b) As ARH - Administração Recursos Hídricos, mesmo assim, existem como estruturas autónomas (5 ARH/ 5 Concelhos de Administração/5 Orçamentos/ 5 Estruturas Administrativas). Os organismos mais BUROCRÁTICOS que existem em Portugal.c) Podem extinguir-se as ARH e integrar as suas competências nas CCDR
GANHO DE POUPANÇA. GANHO DE DESBUROCRATIZAÇÃO
Ministério da Administração Interna - 18
1. Extinção de 18 Governos Civis
a) Hoje, os Governos Civis, não fazem qualquer sentido;b) Estão desprovidos de competências;c) As suas pequenas competências (de carácter administrativo e de concessão de licenças de exploração de estabelecimentos) podem passar para as Câmaras Municipais (com vantagem de proximidade para os cidadãos);d) A sua extinção permite poupar significativamente (porque têm grandes estruturas de pessoal)e) Servem de "Sacos Azuis" de vários Governosf) PSD em 2002 prometeu a sua extinção mas também falhou (não cumpriu) por falta de vontade política.
Ministério da Educação - 2
1. Três Institutos com Competências Duplicadas/Sobrepostas:
a) GAVE - Gabinete de Avaliação Educacionalb) GEP - Gabinete de Estudos e Planeamentoc) MISI - Gabinete Coordenador do Sistema Informático do ME (recolha de Informação)CONCLUSÃO: Destes 3 serviços, 2 PODEM SER EXTINTOS e concentrar competências num único.


Vantagens:
* São Menos Administradores* Menos Assessores* Menos Pessoal* Menos Despesa* Menos burocracia
2. Direcções Regionais de Educação - Emagrecer
* Em termos de dimensão estão a atingir proporções gigantescas.* Quadros de pessoal aumentaram significativamente nos últimos anos.
Assembleia da República - 2
1. Comissão Nacional de Eleições:
a) Estrutura permanente encarregue de fiscalizar os actos eleitorais;b) A seguir ao 25 de Abril podia justificar-se;c) Agora não faz sentido ser uma Comissão Permanente;d) ABSURDO - Funciona em Permanência (365 dias por ano) mas só tem competências quando há eleições (nos 30 dias antes das eleições);e) Pode ser extinta e as suas competências integradas no STAPE (Secretariado Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no MAI); ou quando muito, Ser uma Comissão Eventual (a funcionar só nos períodos eleitorais).
2. CADA - Comissão Nacional de Acesso aos Documentos Administrativos
* Não faz sentido* Pode ser extinta


CONCORDO COM MUITAS DAS SUGESTÕES MAS TENHO RESERVAS EM RELAÇÃO A ALGUMAS, DESIGNADAMENTE A CNE E A CADA.


Será que António Aleixo, tinha razão quando dizia...
"Há tantos burros

mandando em homens de inteligência,

que às vezes fico pensando,

se a burrice não será uma ciência."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Medidas do FMI para todos??!!!

O emprego do pronome indefinido tem destas coisas:

Era uma vez quatro indivíduos que se chamavam
todos, alguém, cada um e ninguém.

Existia um importante trabalho a ser feito,
e pediram a todos para fazê-lo.
Todos tinham certeza de que alguém o faria.
Cada um poderia tê-lo feito,
mas na realidade ninguém o fez.

Alguém se zangou, pois era trabalho de todos!
Todos pensaram que cada um poderia tê-lo feito
e ninguém duvidava de que alguém o faria.

No fim das contas, todos fizeram críticas a cada um
porque ninguém tinha feito o que alguém poderia ter feito.

*** Moral da história***

Sem querer recriminar a todos,
seria bom que cada um
fizesse aquilo que deve fazer
sem alimentar esperança de que
alguém vá fazê-lo em seu lugar...

A experiência mostra que
lá onde se espera alguém,
geralmente não se encontra ninguém.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rir é o melhor remédio

Um homem ia a passar junto à porta do Plenário da Assembleia Legislativa da Madeira e ouve uma gritaria que saía lá de dentro.


"Filho da Puta, Ladrão, Salafrário, Assassino, Traficante, Mentiroso, Pedófilo, Vagabundo, Sem Vergonha, Trafulha, Preguiçoso de Merda, Vendido, Usurário, Foragido à Justiça, Oportunista, Engana Incautos, Assaltante do Povo..."


Assustado, o homem pergunta ao segurança, parado na porta:


"O que está a acontecer aí dentro? Estão a brigar?!


"Não", responde o segurança. "Para mim estão a fazer a chamada para saber se falta alguém"!!!

País de loucos!!!

Documentação exigida aos pastores transumantes e a entregar quase exclusivamente pela net:

«Para a instrução do licenciamento da área de pasto, cada produtor tem de entregar um formulário com descrição exaustiva da actividade e da exploração pecuária, a caracterização da Parcela Valorização Agrícola (gestão dos efluentes pecuários), uma Declaração de Responsabilidade Sanitária, uma Declaração de Responsabilidade pelos Animais e uma Declaração do Produtor (do proprietário da exploração onde se localizam os pastos). (…) Além destes documentos, o pastor está também obrigado a manter um registo de existências e deslocações, actualizado semanalmente, e onde devem constar, entre outros elementos, uma planta em escala não inferior a 1:25.000, indicando a localização das instalações da actividade pecuária e abrangendo um raio de um quilómetro, com a indicação da zona de protecção e da localização de outras edificações envolventes.»

Fontes

http://youtu.be/ntKpwx0kIdI

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Porque é que o frango atravessou a rua?

Segunda uma professora Primária:
"Porque o frango queria chegar ao outro lado da rua."
Segundo uma Criança:
"Porque sim".
Para Platão:
"Porque queria alcançar o Bem."
Para Aristóteles:
"Porque é da natureza do frango atravessar a rua."
Para Descartes:
"O frango pensou antes de atravessar a rua, logo, existe.
Para Rousseau:
"O frango por natureza é bom; a sociedade é que o corrompe e o leva a atravessar a rua."
Para Freud:
"A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a rua é um sintoma de insegurança sexual."
Para Darwin:
"Ao longo dos tempos, os frangos vêm sendo seleccionados de forma natural, de modo que, actualmente, a sua evolução genética fê-losdotados da capacidade de cruzar a rua."
Para Einstein:
"Se o frango atravessou a rua ou se a rua se moveu em direcção ao frango, depende do ponto de vista... Tudo é relativo."
Para Martin Luther King:
"Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos livres podem cruzar a rua sem que sejam questionados os seus motivos. O frango sonhou."
Para George W. Bush:
"Sabemos que o frango atravessou a rua para poder dispor do seu arsenal dearmas de destruição massiça. Por isso tivemos de eliminar ofrango."
Para Cavaco Silva:
"Porque é que atravessou a rua, não é importante. O que o país precisa de saber é que, comigo, o frango vai dispor de uma conjuntura favorável. Não colocarei entraves para o frango atravessar a rua."
Para José Sócrates:
"O meu governo foi o que construiu mais passadeiras para frangos. Se for reeleito, vou construir galinheiros de cada lado da rua para os frangos não terem de a atravessar."
Para Mário Soares:
"Já disse ao frango para desistir de atravessar a rua! Eu é que vou atravessar! Não vou desistir porque sei que os portugueses querem que eu atravesse outra vez a rua!!!"
Para Manuel Alegre:
"O frango é livre, é lindo, uma coisa assim... com penas! Ele atravessou, atravessa e atravessará a rua, porque o vento cala a desgraça, o vento nada lhe diz!"
Para Jerónimo de Sousa:
"A culpa é das elites dominantes, imperialistas e burguesas que pretendem dominar os frangos, usurpar os seus direitos e aniquilar a sua capacidade de atravessar a rua, na conquista de um mundo socialista melhor e mais justo!"
Para Francisco Louçã:
"Porque é preciso dizer olhos nos olhos que só por uma questão racista o frango necessita de atravessar a rua para o outro lado. É uma mesquinhice obrigar o frango a atravessar a rua!"
Para Valentim Loureiro:
"Desafio alguém a provar que o frango atravessou a rua. É mentira...!!! Étudo mentira!!!"
Para Paulo Bento:
"O frango atravessou a rua tranquilamente... Era isso que esperávamos e foi isso que aconteceu, com muita naturalidade. O frango ainda é muito jovem e estas coisas pagam-se caro, com tranquilidade!!!"
Para Zézé Camarinha:
"Porque foi ao engate! É um verdadeiro macho, viu uma franga camone do outro lado da rua e não perdoou. Deu um créu nela!!!"
Para a Loira Lili Caneças:
"Porque se queria juntar aos outros mamíferos."

domingo, 1 de maio de 2011

Humildemente perante a Troika

"Poema" dirigido a Salazar - vale a pena ler "Nunca precisámos de outra coisa!" FOI FEITO EM 1934.









Conta-se que este poema foi dirigido ao Ministro da Agricultura do governo de Salazar, como forma de pedir adubos. Por mais estranho que pareça, o senhor que o escreveu não foi preso e Salazar até se fartou de rir (??!!!) quando o leu:


- E X P O S I Ç Ã O -

Porque julgamos digna de registo
a nossa exposição, senhor Ministro,
erguemos até vós, humildemente,
uma toada uníssona e plangente
em que evitámos o menor deslize
e em que damos razão da nossa crise.

Senhor: Em vão, esta província inteira,
desmoita, lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Falta a matéria orgânica precisa
na terra, que é delgada e sempre fraca!
- A matéria, em questão, chama-se caca.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Se os membros desse ilustre ministério
querem tomar o nosso caso a sério,
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade.
E mijem-nos, também, por caridade!

O senhor Oliveira Salazar
quando tiver vontade de cagar
venha até nós solícito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo com sossego,
ajeite o cú bem apontado ao rego,
e... como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho!

A Nação confiou-lhe os seus destinos?...
Então, comprima, aperte os intestinos;
se lhe escapar um traque, não se importe,
... quem sabe se o cheirá-lo nos dá sorte?
Quantos porão as suas esperanças
n'um traque do Ministro das Finanças?...
E quem vier aflito, sem recursos,
Já não distingue os traques dos discursos.

Não precisa falar! Tenha a certeza
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provém da merda que juntarmos n'elas.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Adubos de potassa?... Cal?... Azote?...
Tragam-nos merda pura, do bispote!
E todos os penicos portugueses
durante, pelo menos uns seis meses,
sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente nos despejem trampa!

Terras alentejanas, terras nuas;
desespero de arados e charruas,
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sente a paixão nostálgica da merda...

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Ah!... Merda grossa e fina! Merda boa
das inúteis retretes de Lisboa!...
Como é triste saber que todos vós
Andais cagando sem pensar em nós!

Se querem fomentar a agricultura
mandem vir muita gente com soltura.
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala.

Venham todas as merdas à vontade,
não faremos questão da qualidade.
Formas normais ou formas esquisitas!
E, desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia à grande bosta,
de tudo o que vier, a gente gosta.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Pela Junta Corporativa dos Sindicatos Reunidos, do Norte, Centro e Sul do Alentejo

Évora, 13 de Fevereiro de 1934

O Presidente

D. Tancredo (O Lavrador)

sábado, 30 de abril de 2011

Semelhanças!!!

SAVOY




MARCONI





Compare-se a arquitectura do novo Savoy (ainda em papel) com o Edifífio da Marconi, em Entrecampos, Lisboa.

Será que o arquitecto foi o mesmo ou houve plágio...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ideias simples e práticas





No reciclar está o ganho. Serve para substituir as molas. Funciona igualmente bem nas embalagens de legumes congelados que abrimos e não gastamos toda de uma só vez.
Trat-se de uma ideia prática para guardar mantimentos em vulgares saquinhos de plástico.

Ora vejam:

Corte logo abaixo do gargalo usando uma tesoura ou faca; passe o saco plástico por dentro do gargalo cortado; depois basta fechar com a tampa e pode usar nas embalagens de mantimentos, pães etc..

Memórias de infância: Bisnaga



A expressão deriva do latim 'pastináca', ou 'pastinaga'. Designava uma espécie de cenoura. E talvez seja pela forma de cenoura que se adquiriu a expressão 'Bisnaga'.

Era mais frequente outrora. Havia bisnagas para tudo. Desde bisnagas para cremes medicinais, pastas de dentes, massa de tomate, cola, cera para soalho, etc.. Não havia daquelas tipo ketchup em roulotes de venda ambulante, óleos e protectores solares.

Uma bisnaga, em bom português, é um 'tubo'. Talvez 'tubo' seja um sinónimo de 'bisnaga', mas um sinónimo tipo primo em segundo grau.

No Brasil, 'bisnaga' também designa um brinquedo cheio de água ou de um líquido aromático que se usa no Carnaval. Também no Brasil 'bisnaga' é um tipo de pão comprido semelhante ao cacete.

Poder-se-ia dizer, grosseiramente, que 'bisnaga' é um 'tubo' (???), em regra de metal ou plástico flexível, que contém algo.

Em linguagem botânica, trata-se de uma planta, da família das umbelíferas, espontânea em Portugal, também denominada 'bisnaga-das-searas' e paliteira.

Na minha terra, em criança, a 'bisgnaga' era outra coisa. Depois de vazia, era utilizada como brinquedo para, por exemplo, jogar água aos outros.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Nova Divisão Administrativa da Madeira

Para quando uma nova divisão administrativa da Madeira?
O desafio coloca-se às principais forças políticas regionais.
Tenham a coragem de apresentar propostas concretas.
A oportunidade está aí... as próximas eleições Regionais de Outubro.
O futuro agradece!
Acabe-se com o caciquismo das 54 freguesias e 11 municípios...
Lisboa vai reduzir drasticamente o número das suas freguesias.
A Madeira tem menos área do que o Parque Natural de Montesinhos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Como é que querem que o país vá para a frente?

O art. 1º do Dec.-Lei 35/2010 de 15 de Abril começa da seguinte forma:

Os artigos 143.º e 144.º do Código do Processo Civil aprovado pelo Decreto -Lei n.º 44 129, de 28 de Dezembro de 1961, alterado pelo Decreto -Lei n.º 47 690, de 11 de Maio de 1967, pela Lei n.º 2140, de 14 de Março de 1969, pelo Decreto -Lei n.º 323/70, de 11 de Julho, pela Portaria n.º 439/74, de 10 de Julho, pelos Decretos -Leis n.os 261/75, de 27 de Maio, 165/76, de 1 de Março, 201/76, de 19 de Março, 366/76, de 15 de Maio, 605/76, de 24 de Julho, 738/76, de 16 de Outubro, 368/77, de 3 de Setembro, e 533/77, de 30 de Dezembro, pela Lei n.º 21/78, de 3 de Maio, pelos Decretos -Leis n.os 513 -X/79, de 27 de Dezembro, 207/80, de 1 de Julho, 457/80, de 10 de Outubro, 224/82, de 8 de Junho, e 400/82, de 23 de Setembro, pela Lei n.º 3/83, de 26 de Fevereiro, pelos Decretos -Leis n.os 128/83, de 12 de Março, 242/85, de 9 de Julho, 381 -A/85, de 28 de Setembro e 177/86, de 2 de Julho, pela Lei n.º 31/86, de 29 de Agosto, pelos Decretos -Leis n.os 92/88, de 17 de Março, 321 -B/90, de 15 de Outubro, 211/91, de 14 de Junho, 132/93, de 23 de Abril, 227/94, de 8 de Setembro, 39/95, de 15 de Fevereiro, 329 -A/95, de 12 de Dezembro, pela Lei n.º 6/96, de 29 de Fevereiro, pelos Decretos -Leis n.os 180/96, de 25 de Setembro, 125/98, de 12 de Maio, 269/98, de 1 de Setembro, e 315/98, de 20 de Outubro, pela Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro, pelos Decretos -Leis n.os 375 -A/99, de 20 de Setembro, e 183/2000, de 10 de Agosto, pela Lei n.º 30 -D/2000, de 20 de Dezembro, pelos Decretos -Leis n.os 272/2001, de 13 de Outubro, e 323/2001, de 17 de Dezembro, pela Lei n.º 13/2002, de 19 de Fevereiro, e pelos Decretos-Leis n.os 38/2003, de 8 de Março, 199/2003, de 10 de Setembro, 324/2003, de 27 de Dezembro, e 53/2004, de 18 de Março, pela Leis n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, pelo Decreto -Lei n.º 76 -A/2006, de 29 de Março, pelas Leis n.º 14/2006, de 26 de Abril e 53 -A/2006, de 29 de Dezembro, pelos Decretos -Leis n.os 8/2007, de 17 de Janeiro, 303/2007, de 24 de Agosto, 34/2008, de 26 de Fevereiro, 116/2008, de 4 de Julho, pelas Leis n.os 52/2008, de 28 de Agosto, e 61/2008, de 31 de Outubro, pelo Decreto -Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, e pela Lei n.º 29/2009, de 29 de Junho, passam a ter a seguinte redacção: ........................

Regresso...

Depois de um longo período de hibernação, estou de regresso.