sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Memórias: 'Palha-de-aço' e 'Sal azedo'



Nas mercearias não havia a actual esponja que combina com o esfregão verde. Havia 'Palha-de-aço'. Aos rolos, a 'Palha-de-aço' era vendida aos fregueses aos 'bocadinhos'.
A 'Palha-de-aço' ou 'Lá-de-aço' dava para quase tudo. Para a loiça, para as panelas ferrugentas, para limpar soalhos. Dava para esfregar o soalho apenas com água e sabão ou, para quem o tivesse, com aguarrás de limpeza, para as intervenções mais profundas.
Nas casas de banho e juntas de azulejos dava um jeitão. Era o ideal para limpar bicos de fogão. Os bicos eram colocados num recipiente com água e vinagre, deixando actuar durante aproximadamente uma hora. Para terminar esfregava-se com 'Palha-de-aço' para remover a sujidade.
Actualmente, a 'Palha-de-aço' é mais usada na construção civil/carpintaria do que nos usos
domésticos.
Fica a memória!
E por falar em limpezas, ainda sou tempo em que os terreiros das casas, pelo menos uma vez por ano (quase sempre coincidindo com o Natal), eram limpos com 'Sal azedo' diluído em água. Um produto corrosivo (ácido oxálico) que dava cabo do mais entranhado e encardido terreiro. O lodo/bolor não lhe resistia.
Hoje o 'Sal azedo' é mais usado na marinha de recreio para branquear os cascos das embarcações.
Fica também a memória!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Pravda anónimo...

Agradeço a simpatia do 'Pravda Ilhéu' em referir-se a este blogue.
O 'madeira4evernews' sei que é da minha autoria (dou o nome e a cara), o 'Pravda Ilhéu' não sei de quem é.
E se escrevo 'coisas culturais' é porque me apetece e não será ninguém de fora a ditar o conteúdo do que aqui se escreve.
Quanto a 'coisas contra o regime' não é por medo da Justiça (porque já conheço a sensação de me sentar no banco dos réus) mas por entender que o blogue tem outra finalidade que não a maledicência, a boataria, que não substituir-se ao papel e às regras da comunicação social.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vigens à borla é em Lisboa

Por cá, os 'Horários do Funchal' (HF) desdobram-se nisto e naquilo, com tímidas investidas para comemorar a Semana da Mobilidade. Em Lisboa e no Porto, durante o dia de hoje (terça-feira, 22 de Setembro), há viagens nos transportes públicos à borla.
As viagens nos transportes públicos suburbanos são gratuitas, numa iniciativa que assinala o último dia da Semana Europeia da Mobilidade.
As viagens nos transportes da CP e do Metro nas duas maiores cidades do país são gratuitas, segundo uma nota de imprensa do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, enviada a 15 de Setembro, no início da Semana da Mobilidade.
Aliás, 15 de Setembro foi também dia de borlas em Lisboa. A Transtejo, a Soflusa e a Carris aderiram à iniciativa.

Memórias: Fisgas

A fisga era um dos brinquedos mais populares entre os rapazes do meu tempo de criança. Pela sua natureza, a fisga é um objecto que permite projectar pequenas pedras a média distância, com algum grau de precisão, dependendo da destreza do atirador.
A fisga era um óptimo complemento das aventuras e brincadeiras de criança. A aventura começava logo na construção da 'arma'. Uma forquilha toda polida, um pedaço de cabedal para servir de suporte à pedrinha/munição (geralmente recortado de uma bota ou sapato velhos), tiras de visgo (borracha) -retiradas de câmaras de ar de pneus-, arame fininho.
Eram estes os componentes essenciais. O mais estava ao critério do artista. Até havia uns que cobriam as hastes da forquilha de visgo.A fisga acompanhava sempre a rapaziada. Ia no bolso de trás até para a escola.
Era usada, quase sempre para atirar contra os pássaros, de modo especial os melros pretos. Metia brincadeiras que implicavam destreza, como atirar contra alvos feitos por latas ou garrafas
de vidro.Menos recomendável era o seu uso para partir vidros e lâmpadas da iluminação pública e danificar a fruta nos pomares dos vizinhos. Também pouco recomendável era o seu uso nas "guerras" da pequenada, quais cowboys de fisga em riste.
Como munições eram necessárias as indispensáveis pedrinhas, de preferência do tamanho de uma cereja, ou até mais pequenas, quanto mais regulares melhor, pois eram as que garantiam um tiro mais certeiro. Um bom atirador de fisga andava sempre com os bolsos cheios de pedras.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Memórias: Fontanários

Antes de haver um sistema de fornecimento de água canalizada, as nascentes, fontes, fontanários e chafarizes tinham um papel fundamental. É uma pena que alguns desses pontos estejam abandonados.
Como resultado do abastecimento de água potável ao domicílio, os fontanários passaram 'à história', caíram em ruínas ou cobriram-se de mato. Não havia sítio na Ribeira da Janela que não tivesse um. Lembro-me de um perto da casa da 'menina dona', nos Casais de Baixo. Para passar a estrada foi desmantelado com a promessa que iria ser reconstruído noutro local... até hoje.
Lembro-me de outro, também nos Casais de Baixo, perto da casa da 'Jenuairinha', abandonado há anos e substituído por outro a não mais de 20 metros de distância dali.
Os fontanários estavam para as gentes do campo como os pelourinhos para as vilas e cidades.
Por altura do São João, a alegria e o convívio entre as pessoas levava-as a enfeitar os fontanários, numa rivalidade saudável entre sítios.Havia fontanários muito bem construídos, com pormenores arquitectónicos deliciosos. Alguns com azulejaria da mais rica para a época.
A ADRAMA, através do programa 'Leader', tem financiado -e bem- a recuperação de alguns fontanários, por toda a ilha e também no Porto Moniz. Mas o esforço tem de continuar. O património agradece. Como se agradecem outros contributos para a valorização do património edificado da Ribeira da Janela.
Lembro que o PDM do Porto Moniz, publicado em Abril de 2004, classifica como "Imóveis de interesse público e valor local", Valores que se propõe para futura classificação na freguesia da Ribeira da Janela as seguintes construções:
a) Ponte da Ribeira; b) Igreja da Ribeira da Janela; c) Casa do Dr. Jardim, nos Casais da Igreja; d) Casa da Sr.a Maria Helena, nos Casais de Cima; e) Til centenário (árvore) nos Casais de Cima; f) Levada dos Cedros, na serra do Fanal; g) Antigo caminho municipal —Ponte da Ribeira-Fanal; h) Caminho antigo da ribeira Funda passando pela Passada.
MÃOS À OBRA!

sábado, 19 de setembro de 2009

Memórias: Poços de lavar (comunitários)

Ainda existem alguns na minha freguesia e nas demais freguesias da Madeira. Infelizmente abandonados ou aos quais se deu outro fim. Uns cuja arquitectura foi adulterada e outros pura e simplesmente demolidos para, no seu lugar, serem erguidas
novas edificações -dizem- em prol da comunidade!!!.Os poços de lavar roupa comunitários povoam a minha memória de infância. Um deles ficava bem perto da minha escola primária, nos Casais de Cima. Lembro-me de outro no Ribeiro Escuro, há muito desactivado.
Hoje estão sem uso. Uns invadidos por mato. Outros para quem o anil, o pau de sabão azul e a roupa a coarar nas imediações não passa de uma memória.Meus senhores, urge recuperar fontanários (sofre estes debruçar-me-ei noutra oportunidade) e poços de lavar comunitários.
Uma luta em nome da memória colectiva pois há quem defenda que eles devem ser transformados noutras coisas como armazéns de apoio às juntas de freguesia. Neste momento, podem não ser utilizados mas pode chegar o tempo em que alguém os utilize,
pelo que devem continuar a ser de livre acesso e abertos ao público.Vejam esta passagem do romance de Concha Rousia, 'As sete fontes': "...eles nunca se contentam, parece que não lhes chega nada. Arranjei­-lhe os poços de lavar, onde havia um velho de pedra, no seu lugar fiz três novos com cimento, um para beber o gado e outro para lavar, e o outro para …, três, para que não se queixem, e tampouco gostaram deles...".
O 'Manual de história da Madeira' também a eles faz referência nestes termos: ..."O final do Séc. XIX trouxe outras preocupações sociais que conduziram a uma aposta na canalização de águas, construção de fontanários e poços de lavar"...
A mensagem que deixo é a seguinte: Contrarie a seguinte trova de são João: "Andam a restaurar poços de lavar que ninguém vai usar, mas de um rego de regadio que muita falta faz, disso ninguém quer falar".
Diga antes: Ainda bem que andam a restaurar!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Memórias: O chofer e o cigarilha

Na minha terra cigarrilha significa ajudante de chofer de camiões e não tem qualquer conotação com o tabaco. O cigarrilha (creio que é assim que se escreve e não sigarrilha ou cigarrila ou sigarrila) era o braço direito do motorista, o ajudante do camionista. Removia as pedras da estrada, acondicionava a carga, orientava a carga e a descarga. Sobretudo no transporte de urze e feiteira da serra.
Mas qual a lógica de chamar cigarrilha a um ajudante de motorista?
Se a expressão 'chofer' deriva do francês 'chauffeur' e significa motorista, condutor, já a palavra 'cigarrilha' não sei de onde deriva. Sei que a um chofer pode estar associado um cigarrilha, mormente quando se tratam de veículos pesados de transporte de mercadorias (camiões).
Sei que o significado que aprendi desde pequeno para cigarrilha não é o mesmo que vem nos dicionários e apontam para um objecto (versão mais curta e estreita do charuto). O cigarrilha quase que fazia parte da bagagem e ninguém podia contratar um sem o outro. Era a companhia do chofer nas viagens para qualquer eventualidade. Nem que fosse só para fazer companhia e não deixar o motorista adormecer ao volante.
Mas ele tinha outras tarefas: ajudava a acondiconar a carga para que o camião não virasse, amarrava as cordas com os laços e nos pontos certos e cobria a carga de lona grossa, se fosse caso disso. Era também ele que tirava as pedras que se entalavam entre pneus, que providenciava para que o chassis aguentasse, que deitava o combustível tirado de bidões de 200 litros porque, na serra, não havia bombas de gasolina por perto. E que varria a carroçaria no final de cada viagem.
O ciclo repetia-se.
Muitas vezes viajava de costas na carroçaria do camião para que a cabina fosse ocupada pela família de quem contratou a viagem. Nada que não estivesse habituado, calejado já pela poeira, pelo vento e pelas chuvas que tisnam a pele.
A minha homenagem a eles!!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Berardo e Jardim em sintonia

Depois de Jardim ter dito 'Fuck them', Joe Berardo comprou... um vibrador. Ou melhor, a peça de design impedida de participar numa exposição por incluir um vibrador.
O empresário e coleccionador madeirense Joe Berardo adquiriu a obra de arte contemporanea a Catarina Pestana, designer de comunicação e autora da obra.
E vejam a coincidencia... a obra chama-se "Light My Fire (Acende o meu Fogo)".
A peça encontra-se guardada desde a passada semana no Museu do Design e da Moda (MUDE), localizado na Baixa de Lisboa, para onde foi transportada depois de ter sido rejeitada numa exposição da Bienal ExperimentaDesign, para a qual tinha sido criada.
"Light My Fire (Acende o meu Fogo)" é composta por um manequim feminino dourado com um vibrador colocado entre as pernas, envergando luvas de boxe, e rodeado de máquinas fotográficas, bips e CDs. O manequim enverga uma t-shirt com a frase "Coca Cola Light Gosta de Mim".
De acordo com a designer de comunicação, a marca patrocinadora recusou "Light My Fire" por conter um objecto de cariz sexual/erótico, alegando que ia contra os códigos de conduta da empresa.
Por seu turno, a organização da ExperimentaDesign justificou na altura, numa declaração, que não correspondia aos parâmetros pedidos.
Certo ]e que 'Light My Fire' encaixa que nem uma luva [de boxe] no 'Fuck them'.

Memórias: Pau-branco para fusos

Tem o nome vulgar de pau-branco. O nome científico é 'Picconia excelsa' (Aiton). É uma árvore da família das 'Oleaceae'. Trata-se de uma espécie endémica da Macaronésia. Ocorre na Laurissilva madeirense na região central e a norte da Madeira, muitas vezes em ravinas e escarpas. Exemplares de pau-branco podem ser observados nas zonas mais recônditas da Ribeira da Janela onde bravos homens o iam buscar para fazer fusos.
O pau-branco chega a atingir 15 metros de altura, possui casca pálida e posição das folhas, caracteristicamente, oposta e alternada aos pares.
É uma espécie pouco abundante, ao abrigo dos estatutos atribuídos à floresta Laurissilva.
A sua madeira é extremamente rija e foi em tempos utilizada na construção de fusos de lagar.
Pau-branco é hoje nome de casa de turismo rural, no Porto Moniz.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Memórias: Pau-de-buxo



Hoje é pouco utilizado. Outrora, o arbusto era esventrado, sobretudo na Páscoa, para fazer piões. O pau de buxo é uma madeira dura. Boa para travincas ou chavelhas. Óptima para piões prontos a levar "ferroadas".
Com uma navalha faziam-se piões à nossa maneira. Alguns toscos outros mais torneados. Com jeitinho, o mestre Martinho, na Voltinha, até deixava usar o torno mecânico, para o tornear a jeito. E era o que calhava...pau de buxo era o ideal mas também o de laranjeira.
A pequenada entretinha-se a desbastar com um canivete o pau de buxo, até obter o pião ideal. Os artesãos, esses usam o pau de buxo para fazer colheres de pau que seriam usadas durante várias gerações para mexer e provar o tempero da comida. Com jeitinho, e se o pedaço de madeira desse, ainda se arranjava tempo para fazer umas “pucarinhas” em pau de buxo.
Os ramos mais esguios e direitos, cascados e polidos pelo o uso serviram de bengala a tanta gente. Até há quem faça flautas e clarinetes de pau de buxo mas isso era arte para outras mãos que não as da pequenada.
O buxo é uma árvore que se mantém sempre verde, e cuja madeira é muito dura. Pertence à família das Celastrináceas. As suas flores são verdes e as folhas lustrosas.
Os católicos utilizam os galhos dessa planta nas procissões do Domingo de Ramos.
A madeira é ainda empregue no fabrico de bolas de bilhar e de objectos de uso doméstico.
O buxo é uma planta utilizada muito em jardinagem para a construção de sebes porque suporta as podas e não perde a folhagem de inverno.
O buxo já foi utilizado em medicina popular como antipirético, mas esse uso é arriscado porque é uma planta altamente venenosa devido à presença de certos alcalóides.
Sob o ponto de vista humano, a sua principal utilização é como planta ornamental.

Memórias: Uveira-da-serra





A uveira-da-serra (Vaccinium padifolium) é um arbusto da família dasEricácias, que integra as associações arbustivas do último andarfitoclimático da Ilha da Madeira.
Para além de ser uma pioneira extraordinária no processo de recuperação da formação vegetal primitiva da cordilheira central, auveira-da-serra produz, em abundância, bagas ricas em vitamina A, compropriedades adstringentes, anti-inflamatórias e antioxidantes.
Estes "mirtilos" exclusivos da Madeira são bastante agradáveisquando consumidos frescos e produzem uma excelente compota, que, segundo atradição popular, deve ser usada contra a tosse e a gripe.
A população da Ribeira da Janela sabe que é possível conciliar de forma harmoniosa a conservação da Natureza com a apropriação dos seus recursos.
Desde pequeno aprendi a colher as bagas sem danificar as plantas, lavar os frutos para retirar impurezas e observar a cozedura e o processo de feitura da compota. A compota faz-se adicionado açúcar na proporção de um quilo de baga para meio quilo de açúcar.
Posso dizer-vos que os que nunca comeram "doce de uva-da-serra" ficarão surpreendidos com a
qualidade deste produto genuinamente madeirense.

nota: imagens da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Memórias: A "rocha do meio-dia"



Há na margem esquerda da Ribeira da Janela uma curiosa escarpa que dá pelo nome de "rocha do meio-dia". Em bom rigor, a rocha já está em território da freguesia vizinha do Porto Moniz mas toda a população da Ribeira da Janela dá de caras com ela porque fica "do outro lado" da ribeira.
Chama-se "rocha do meio-dia" porque a sua configuração em forma de vértice de um triângulo dá azo a que só ao meio-dia toda a superfície da rocha seja iluminada pelo sol. Ou seja, quando há sombra num dos lados significa que o Sol ainda não está a pique e que não é meio-dia.
Naturalmente que o meio-dia é da luz solar o que nem sempre coincide com o meio-dia do relógio.
Diria que a "rocha do meio-dia" é uma espécie de relógio da Sé natural, uma dádiva da natureza pela qual os agricultores se orienta(v)am.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Jardim e os 'espiões'

Não sei se foi do calor do Verão ou da calmaria do Porto Santo mas o Presidente do Governo Regional proibiu a 25 de Agosto último, por despacho, a assinatura de protocolos entre entidades regionais e os Serviços de Informações e Segurança (SIS) e de Informações Estratégicas de Defesa (SIED).
O despacho Nº 13/2009, com a data de 25 de Agosto e assinado na Ilha do Porto Santo, considera que "os Serviços, Institutos e Empresas Públicas sob tutela do Governo Regional, não são instituições do Estado".
O líder madeirense reagia desta forma a uma notícia do 'Correio da Manhã' (desmentida) que avançava que o SIS e o SIED se preparavam para colocar agentes em alguns Ministérios como forma de combater a criminalidade organizada e o crime financeiro.
"Antes que alguém se lembrasse de usar aqueles métodos nos serviços do Governo Regional eu cortei a questão", declarou Jardim.
Comentários:

1) Curiosa antecipação de Sua Excelência! Não queremos cá mais espiões dos que já existem. Na Quinta Vigia, nas empresas públicas, na Junta de Freguesia, na Casa do Povo, na Banda de Música, no Grupo Folclórico, na Comissão Política de bairro e afins....

2) Jardim acredita (será???) que nem os serviços de Estado, nem os da Região, nem mesmo os municipais “precisam de espiões”, porque considera Portugal um pais de “gente séria”, onde ninguém coloca a pátria em perigo. Será? Com certas atoardas? Tenho as minhas dúvidas?

3) E mais, tenho para mim que, por cá não há espiões políticos (ahahahaha...). Jardim anda reocupado sem razão: afinal não há espiões infiltrados na Madeira. E o despacho que lavrou partiu de uma informação errada pelo que não faz sentido.

4) Por cá não há criminalidade organizada nem crime financeiro (ihihihihih!....). TUDO BONS RAPAZES ou, como diria o grande chefe, "Máfia no bom sentido".

O grito do Ipiranga



Não sou xenófobo mas não concordo com "estrangeiros" a jogar na selecção de PORTUGAL. Deco, Pepe e Liedson nasceram no Brasil, não em terras Lusas.
E nem comparem o caso aos luso-africanos que jogaram na Selecção, caso do Grande Eusébio que nasceu em África. É que, nessa altura, o país onde nasceu Eusébio, era uma colónia portuguesa. Ora, que eu saiba o gripo do Ipiranga foi dado no Brasil há muito tempo (Acontecimento ocorrido a 7 de Setembro de 1822). Na altura, o príncipe português D. Pedro (o futuro D. Pedro IV), regente do Brasil, declarou o território definitivamente separado da metrópole, bradando "Independência ou morte!".
Agora sou eu a fazer este grito do Ipiranga: Mudem-se os regulamentos por forma a que só cidadãos NASCIDOS e não Naturalizados tenham direito a vestir a camisola Lusa. Custa assim tanto?!..

A propósito da remuneração dos magistrados...

O programa de Governo do PSD propõe que uma parte variável da remuneração dos magistrados seja fixada em função da sua produtividade.
Em tese, a avaliação qualitativa e quantitativa do desempenho dos magistrados (e de todos os funcionários públicos) deveria ser assim.
Contudo, não esqueçamos que estamos em PORTUGAL, com tudo o que isto quer dizer.
A remuneração por objectivos é uma intenção muito bonita mas que esbarra na realidade.
Quando se afirma que se quer "premiar o mérito" esquece-se de dizer quem o vai premiar, como, onde, quando e em que circunstâncias? Ou seja, está aberta a discricionaridade para premiar o demérito.
Diz-se que será o Conselho Superior da Magistratura (CSM) a premiar o mérito. Esse mesmo Conselho que exerce a competência disciplinar e que tem membros politicamente indicados.
Eu já nem vou pelo argumento da Associação Sindical dos Juízes (com o qual concordo) segundo o qual a quantidade funciona como um factor de pressão e pode ser inimiga da qualidade. Basta-me o bom senso para ver que a proposta do PSD é demagógica ou inexequível.
E o direito comparado, nesta matéria, nomeadamente em relação a Espanha, vai no sentido de me dar razão: a remuneração por objectivos está a ser questionada pelo Tribunal Constitucional de 'nuestros hermanos'.
E lembro aqui a Resolução da Associação Europeia de Magistrados, que durante a sua reunião de Vilnius, realizada em 20 de Maio de 2006, registou com preocupação, a introdução em algumas jurisdições de sistemas de remuneração dos magistrados com recurso a prémios de produtividade.
Lembro ainda que já existem outros mecanismos para abonar os magistrados como a remuneração por acumulação de funções e admito que haja uma diferenciação de remunerações por tipo de tribunal. É que há uns mais trabalhosos do que outros.
Definitivamente, a proposta de Manuela Ferreira Leite não lembra ao diabo!