quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Humor

Eu, abaixo assinado, endividado até à ponta dos cabelos, ameaço tornar pública a lista de bancos que não estão dispostos a me financiar mais.
Assinado
O presidente da RAM

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fundição..

No âmbito da proposta de Orçamento de Estado para 2011, estou curioso para saber como é que se vai fundir um serviço regionalizado (Direcção Regional dos Assuntos Fiscais) com um serviço não regionalizado (Alfândega do Funchal)!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Extinga-se a Direcção Regional de Formação Profissional

O engenheiro Rui Alves deu-me o mote. Ele sugeriu que fosse extinto o IDRAM. Eu sugiro a extinção da Direcção Regional de Qualificação Profissional. E explico porquê:A 21 de Setembro último um alto responsável assumiu que a nova escola profissional de São Martinho era para captar financiamento comunitário e que o estabelecimento deve formar nas áreas apontadas como prioritárias ao desenvolvimento.
Ora, para captar financiamento comunitário já temos o Centro de Formação. Ou, melhor dizendo, a Direcção Regional de Formação Profissional. Ou, mais requintado ainda, a Direcção Regional de Qualificação Profissional. Não foi assim nos últimos anos?!
É que a nova escola profissional de São Martinho, que também abarcará ensino secundário, terá capacidade para 1.140 alunos e 60 turmas, sendo 690 alunos e 30 turmas para o secundário e 490 alunos para o profissional, divididos por 18 turmas para o profissionalizante e 12 turmas para o tecnológico. O investimento do Governo ascende a 11,7 milhões de euros.
E o núcleo da formação profissional, abrangerá 18 turmas para os cursos de mecânica e 12 turmas para os cursos de novas tecnologias, num total de 450 alunos.
No que à Formação Profissional diz respeito, as oficinas comportarão cursos profissionais na área de mecânica, construções metálicas e novas tecnologias, orientadas para uma ligação activa com a mecânica assistida e robotizada.
O Núcleo do Ensino Profissional englobará ainda os seguintes espaços: seis pavilhões de trabalho oficinal para 12 turmas de 16 alunos; espaços anexos de apoio; gabinetes de trabalho; balneários de apoio aos espaços das oficinas; instalações sanitárias de apoio aos espaços das oficinas; espaço de armazém de materiais.
Pergunto: Já não era isto que se passava ali abaixo do Pico dos Barcelos?

E eles a gastar...

Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010.
Poderão aceder através do site http://WWW.dre.pt
Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica
1- Vencimento de Deputados .................................................12 milhões 349 mil Euros
2- Ajudas de Custo de Deputados.............................................2 milhões 724 mil Euros
3 - Transportes de Deputados ...................................................3 milhões 869 mil Euros
4 - Deslocações e Estadas .........................................................2 milhões 363 mil Euros
5 - Assistência Técnica (??) .......................................................2 milhões 948 mil Euros
6 - Outros Trabalhos Especializados (??) ...................................3 milhões 593 mil Euros
7 - RESTAURANTE,REFEITÓRIO,CAFETARIA...............................................961 mil Euros
8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares................................................970 mil Euros
9 - Equipamento de Informática ................................................2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??) ....................................................2 milhões 420 mil Euros
11- Edificios ...............................................................................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer's (??) Diversos (??)................................................13 milhões 506 mil Euros
13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. .................................16 milhões 977 mil Euros
14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ...........................73 milhões 798 mil Euros

NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, é :€ 191 405 356,61 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos)
- Ver Folha 372 do acima identificado Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Heras, buganvilias e outras trepadeiras

É apenas uma sugestão à 'Estradas da Madeira', concessionárias de vias e Câmaras Municipais. Que tal cobrir os taludes de betão (já não digo os de pedra aparelhada) com heras, buganvílias e outras trepadeiras. Numa espécie de 'jardins verticais' ou oblíquos.
Seria óptimo para a paisagem e relaxante para os condutores.
Estou a lembrar-me, por exemplo, do talude 'despido' criado com o novo túnel de acesso ao porto do Funchal.
Estou a lembra-se de 'n' taludes de injecção de betão (verde ou avermelhado) que poderiam ser cobertos verdes verdadeiros.
Aqui fica a sugestão!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

‘Homo urbanus periféricus’



Há uma nova espécie de mundividência para a qual a sociedade, as organizações e os poderes (políticos, sociais, económicos, religiosos) ainda não despertaram devidamente. Falo do ‘homo urbanus periféricus’, essa amálgama de homens e mulheres que se juntaram ‘à volta’ dos grandes centros urbanos e cuja identidade, ou falta dela, merece atenção especial.
Outrora, a periferia da cidade do Funchal começava no Ribeiro Seco, no Torreão, na Nazaré, no Chão da Loba. Santo António era ‘campo’, a Ajuda bananeiras, o Caminho do Comboio a saída da cidade.
Hoje, dir-se-ia que a periferia do Funchal estende-se desde a Ponte dos Frades, Carmo e Rancho (Câmara de Lobos) até à Tendeira e Camacha (Santa Cruz). O Caniço e as Eiras são autênticos dormitórios. E só agora o poder económico começa a despertar para estes centros periféricos onde não havia farmácias, caixas multibanco, creches, centro de dia e lares de idosos, enfim, um sem número de serviços utilitários para quem só desfruta da sua casa de manhã e à noite.
A única instituição que parece ter acompanhado este fenómeno é a Igreja Católica que, também graças ao apoio público, tem construído novos templos nestes novos centros periféricos. De resto, é ali que vive a maioria da população, dos eleitores que tanta falta fazem aos partidos políticos.
E o poder autárquico terá de apresentar um novo paradigma para esta nova realidade. O encorajamento do regresso habitacional ao centro da cidade é uma ‘aspirina’ só ao alcance de uma minoria, dos mais ricos. Sejamos realistas. Não é preciso ser bruxo nem perceber muito da lei da oferta e da procura para entender que as soluções têm de ir ao encontro das populações e não ao contrário.
Ignorar esta nova realidade sociológica, esta nova geografia humana é a ‘morte do artista’. O ‘coração’ deste novo ‘homo periféricus’ não se conquista com as fórmulas gastas de outrora. Para quê, por exemplo, construir um campo de futebol para uma população que passo dia fora do seu meio? O que essa população periférica desejaria era de um belo jardim para passear ao fim da noite e não apenas ‘blocos de cimento’, qual caos urbanístico a atrofiar a mente e o espírito de quem passou um dia a trabalhar e, à noite, precisaria de ‘arejar as vistas’ de outro modo.
É difícil criar identidade num grupo de gente que arribou num determinado sítio só porque os apartamentos são mais baratos. Mas essa gente merece atenção. E é bom que os novos governantes, os nossos partidos, os nossos autarcas estudem algo mais sobre este fenómeno.
Aqui fica a dica!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Morte lenta!

Estas três palmeiras e uma sumaúma estão a definhar entre a Rua do Anadia e a Rua Brigadeiro Oudinot.
Desde o temporal de 20 de Fevereiro que ninguém mais deitou água a estas 'pobres' árvores.

Ao menos podiam transplantá-las para outro local. Afinal, até atingir este porte, são anos de investimento.

Uma consciência!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Desviar a foz da Ribeira???!!!

Pasme-se!. Ouvi dizer (ainda não vi nem li nenhum estudo que o sustente) que a foz da Ribeira de São João vai ser desviada para oeste.Não sou engenheiro nem coisa que o valhe mas, empiricamente, parece-me irrazoável tal opção.
Porquê? Porque mandar a foz da ribeira aina mais para o interior do porto do Funchal é de loucos. Desassorear o porto, tal como está, já custa balúrdios por ano ao erário (Perguntem à 'Portos da Madeira').

Mandar uma foz ainda mais para o interior do porto é quase um passaporte para terraplanar o interior do porto. Talvez se crie ali um novo aterro marítimo para que seja criada uma zona pedonal de lazer protegida pelo molhe da pontinha.

Bem pensado!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Memórias: Cultura do fogo

Há uma certa razão nos que, como a dirigente da Quercus, Idalina Perestrelo afirmam que há uma cultura do fogo na Madeira. Para mal dos nossos pecados e da nossa floresta.
Ele é o 'cortejo do fogo', na Camacha, os 'fachos' em Machico, as queimadas para desfazer-se de matéria orgânica, o saltar da fogueira no São João, as girândolas nos arraiais, os foguetes que desassossegam as crianças.
Antes, quando uma cana incandescente de um foguete queimava um 'âmparo' (bardo que protege as vinhas do vento) lá iam os populares apagar à pressa. Era um espectáculo dentro do espectáculo e o 'festeiro' comprometia-se a reparar os danos.
Mas esta cultura do fogo (que se assemelha a uma herança tribal de índios à volta da fogueira) não pode justificar tudo.
A tradição não pode ser um bastião impenetrável. Senão, ainda hoje, teríamos escravos e a pena de morte estaria em vigor em Portugal. Estou convencido que as más tradições, mais tarde ou mais cedo, desaparecerão.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Rute Marlene na Ribeira da Janela

Ruth Marlene na Ribeira da Janela

FESTA EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNACÃO
RIBEIRA DA JANELA - CONCELHO DE PORTO MONIZ - ILHA DA MADEIRA

PROGRAMA:
* 5ta FEIRA 26 DE AGOSTO
21,00 HORAS DJ AURÉLIO

* 6ta FEIRA 27 DE AGOSTO
... Noite venezuelana com animaçãoo das "10 FESTEIRAS"
ÀS 20,30 : ACTUAÇÃO DO GRUPO " GUASAkAkA " ( SALSA E MERENGUE ) DJ`s e
ÀS 22,00 : LA HORA LOCA

* SABADO 28 DE AGOSTO
12,00 : GIRÂNDOLA
CHEGADA DA BANDA MUNICIPAL DE CÂMARA DE LOBOS
15,00 : SAÍDA DAS SENHORAS FESTEIRAS COM A BANDA PELA FREGUESIA PARA A RECOLHA DAS OFERTAS E SEMILHAS PARA A IGREJA.
20,00 . MISSA VESPERTINA.
21,30 : ACTUAÇÃO DO GRUPO MUSICAL " BANDA FIXE "
22,30 :...........ACTUAÇÃO DE "RUTH MARLENE " COM A SUA BANDA AO VIVO........
24,00 : ACTUAÇÃO DO GRUPO MUSICAL " BANDA FIXE "

*DOMINGO 29 DE AGOSTO
15,30 : MISSA SOLENE EM HONRA DA NOSSA SENHORA DA ENCARNACÃO CANTADA PELO GRUPO CORAL DE BOAVENTURA.
SEGUIDA DE PROCISSÃO ACOMPANHADA PELA BANDA E O POVO EM GERAL.
18,00 : ACTUAÇÃO DO GRUPO ANIMATURA DE BOAVENTURA (MÚSICA POPULAR)
20,30 : ACTUAÇÃO DO GRUPO MUSICAL DE JORGE CANHA
22,30 : ACTUAÇÃO DE " SIDÓNIO SILVA " COM O LANÇAMENTO DO SEU NOVO CD ( O POVO A CANTAR )
23,30 : ACTUAÇÃO DO GRUPO MUSICAL DE JORGE CANHA

Festa rija no Seixal



domingo, 22 de agosto de 2010

Humor

O SESARAM vai organizar a 1.ª Semana do Trauma entre 4 e 15 de Setembro.
Será que terá como destinatários todos os que saíram traumatizados do sistema?

sábado, 21 de agosto de 2010

Alargamento, onde?


Passei ontem pela estrada do Garajau (Entre a Cancela e o Caniço) e fiquei surpreendio com duas coisas.
Primeiro, a enorme rotunda na zona de quem desce para o Cristo Rei.
Segundo, a largura da estrada: Então não é que se andou a expropriar terrenos para alargar a estrada mas a faixa de rodagem fica na mesma.
Afinal, o alargamento serve é para passeios e estacionamentos.
São carinhos estes parques!

Fanal

Lagoa da Ribeira da Janela (Fanal)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fábula



Um agricultor tinha um touro que era o melhor da Região.
Os fazendeiros descobriram que o tal touro era o melhor animal reprodutor e todos o queriam para cobrir as suas vacas.
Era só colocar uma vaca perde dele e o bicho não perdoava.
O agricultor foi ganhando muuuuiiiiiiito muuuiiiiito dinheiro.
Os fazendeiros reuniram-se e decidiram comprar o touro.
Fizeram uma proposta ao dono e este apresentou uma preço absurdo.
Os fazendeiros não aceitaram a proposta e foram queixar-se ao presidente da Câmara. Este, sensibilizado com o problema, comprou o animal com o dinheiro do erário público, pagando uma fortuna (14 milhões de euros) e registando o animal como património da cidade.
Fizeram uma festa imensa na cidade com a compra do touro cobridor.
Os fazendeiros trouxeram as vacas para o touro cobri-las, tudo de graça.
Veio a primeira vaca, o touro cheirou e... nada!
-"Deve ser culpa da vaca", disse o fazendeiro. É muito magrinha!"
Veio a segunda vaca, boazona, o touro cheirou e... nada.
Irritado, o presidente da Câmara convocou o antigo dono do touro para pedir explicações.
-"Não sei, Sr. presidente, ele nunca fez isto", explicou-se o agricultor. "Deixe que eu vou ter uma conversinha pé de orelha com o touro", prometeu.
E o agricultor, aproximando-se do bicho perguntou: "O que é que se passa? Não estás com mais vontade de cobrir?"
E o touro respondeu: "Não me chateies! Agora pertenço ao erário público!".

Qualquer semelhança desta fábula com o 'Mina Gerais' é mera coincidência.

Feriado na Justiça (hoje no Funchal)


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Memórias: São José

A Igreja da Ribeira da Janela foi pequena para tantos fiéis.

Ribeira da Janela festeja São José
Festa de São José ficou marcada, uma vez mais, pela forte presença de emigrantes
Data: 17-05-2010 (Diário de Notícias)
A freguesia da Ribeira da Janela celebrou ontem mais uma homenagem a São José. O acto mais marcante da cerimónia religiosa foi a celebração de uma missa solene, culminada com uma procissão bastante participada.
Uma vez mais, as cerimónias em honra de São José ficaram marcadas por uma elevada participação de emigrantes da freguesia e de outras localidades, atraídas pela divulgação do evento e pelo dinamismo empreendido por um dos seus 'embaixadores', o empresário Antonino de Ponte, radicado na Venezuela.
A eucaristia foi co-celebrada pelos padres Carlos Freitas e Alexandre Mendonça (este último com funções na comunidade luso-venezuelana, em Caracas) tendo sido participada por grande parte da população daquela freguesia do concelho do Porto Moniz.
Após as cerimónias religiosas, teve lugar um convívio promovido por Antonino de Ponte, no qual participaram muitos populares e diversos membros da comunidade luso-venezuelana, para além de figuras representativas do concelho e da freguesia. Neste particular, destaque para o contributo do presidente da Câmara Luso-Venezuelana de Comércio e Turismo, José Luís Ferreira, que chamou a si confecção do repasto.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Descubra as diferenças

5 de Maio de 2009:
"Em onze, ficam os quatro defesas e o resto são rifas de quermesse de caridade"
10 de Maio de 2010:
"Confesso que a certa altura os resultados não apareciam e fiquei preocupado com a direção técnica da equipa, mas o Mitchell Van der Gaag demonstrou como técnico e como homem o seu valor. Na minha opinião deveria continuar, mas não quero interferir. Se continuar, merece o meu apoio, mas não é a mim que compete essas questões, mas sim à SAD".

Nuvem!

Zé povinho!

Viagens a Paris!

Escutas!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Chegámos aos 20 mil!

Obrigado aos 20 mil blogger's que visitam regularmente este madeira4ver!

Parabéns!

Parabéns pela qualidade das canções participantes no 29.º Festival da Canção Infantil da Madeira! A qualidade merece ser elogiada.

sábado, 10 de abril de 2010

Ora viva, boa tarde!

Ao camarada, companheiro, amigo, um até sempre!

Monstros betónicos...

O Mina Gerais debruça-se sobre a Ribeira de São João. O Marina Club não lhe fica atrás...

Os clássicos também se abatem

O hotel Savoy Classic está a ser desmantelado...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Derrocada

Derrocada na Ribeira da Janela danifica poios e inutiliza campos de vinha e "semilhas".
Aconteceu na zona da Roçada, Casais de Baixo, pouco depois das grandes chuvadas de 20 de Fevereiro.
O talude tem uma razoável inclinação e a derrocada começou numa zona rochosa onde até existia uma pequena 'furna' para abrigo de cabras.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Brincar aos ralis!

Em vez de andarem a brincar aos ralis deviam era preocupar-se com o efeito trangressivo da costa e com o avanço do mar sobre a praia e as dunas do Porto Santo!

terça-feira, 16 de março de 2010

Inabilidade política




Tenho para mim que houve inabilidade política na escolha de Conceição Estudante para porta-voz do Governo Regional no temporal de 20 de Fevereiro último.
Se, por um lado, a imagem serena de uma mulher, experiente (e não caloira, insegura, nas lides governativas de Jardim Ramos) justificaria a escolha, por outro lado, não podemos esquecer que Conceição Estudante é o rosto do Turismo madeirense.
Então escolhemos o rosto de um sector que não pretendíamos afectado para dar a car pelo temporal? SIM, inabilmente!
Além do mais, não esqueçamos que é Jardim Ramos e não Conceição Estudante que tem a tutela da Protecção Civil e dos Serviços de Saúde.
Palavras para quê?!

sexta-feira, 5 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um zandinga que era engenheiro

É um artigo impressionante, premonitório, publicado em Janeiro de 1985, no Diário de Noticias do Funchal.

Este artigo foi uma verdadeira advertência antecipada do Eng. Silvicultor Cecilio Gomes da Siva para o que aconteceu, no Funchal, no passado dia 20 de Fev. 2010

Vejam:

Artigo publicado no dia 13 de Janeiro de 1985 no jornal “Diário de Notícias” do Funchal

“Eu tive um sonho
Cecílio Gomes da Silva*


Traumatizado pelo estado de desertificação das serras do interior da Ilha da Madeira, muito especialmente da região a Norte do Funchal e que constitui as bacias hidrográficas das três ribeiras que confluem para o Funchal, dando-lhe aquela fisiografia de perfeito anfiteatro, aliado a recordações da infância passada junto à margem de uma das mais torrenciais dessas ribeiras – a de Santa Luzia – o mundo dos meus sonhos é frequentemente tomado por pesadelos sempre ligados às enxurradas invernais e infernais dessa ribeira. Tive um sonho.


Adormecendo ao som do vento e da chuva fustigando o arvoredo do exemplar Bairro dos Olivais Sul onde resido, subia a escadaria do Pico das Pedras, sobranceiro ao Funchal. Nuvens negras apareceram a Sudoeste da cidade, fazendo desaparecer o largo e profundo horizonte, ligando o mar ao céu. Acompanhavam-me dois dos meus irmãos – memórias do tempo da Juventude – em que nós, depois do almoço, íamos a pé, subindo a Ribeira de Santa Luzia e trepando até à Alegria por alturas da Fundoa, até ao Pico das Pedras, Esteias e Pico Escalvado. Mas no sonho, a meio da escadaria de lascas de pedra, o vento fez-nos parar, obrigando-nos a agarrarmo-nos a uns pinheiros que ladeavam a pequena levada que corria ao lado da escadaria. Lembro-me que corria água em supetões, devido ao grande declive, como nesses velhos tempos. De repente, tudo escureceu. Cordas de água desabaram sobre toda a paisagem que desaparecia rapidamente à nossa volta. O tempo passava e um ruído ensurdecedor, semelhante a uma trovoada, enchia todo o espaço. Quanto durou, é difícil calcular em sonhos. Repentinamente, como começou, tudo parou; as nuvens dissiparam-se, o vento amainou e a luz voltou. Só o ruído continuava cada vez mais cavo e assustador. Olhei para o Sul e qualquer coisa de terrível, dantesco e caótico se me deparou. A Ribeira de Santa Luzia, a Ribeira de S. João e a Ribeira de João Gomes eram três grandes rios, monstruosamente caudalosos e arrasadores. De onde me encontrava via-os transformarem-se numa só torrente de lama, pedras e detritos de toda a ordem. A Ribeira de Santa Luzia, bloqueada por alturas da Ponte Nova – um elevado monturo de pedras, plantas, arames e toda a ordem de entulho fez de tampão ao reduzido canal formado pelas muralhas da Rua 31 de Janeiro e da Rua 5 de Outubro – galgou para um e outro lado em ondas alterosas vermelho acastanhadas, arrasando todos os quarteirões entre a Rua dos Ferreiros na margem direita e a Rua das Hortas na margem esquerda. As águas efervescentes, engrossando cada vez mais em montanhas de vagas espessas, tudo cobriram até à Sé – único edifício de pé. Toda a velha baixa tinha desaparecido debaixo de um fervedouro de água e lama. A Ribeira de João Gomes quase não saiu do seu leito até alturas do Campo da Barca; aí, porém, chocando com as águas vindas da Ribeira de Santa Luzia, soltou pela margem esquerda formando um vasto leito que ia desaguar no Campo Almirante Reis junto ao Forte de S. Tiago. A Ribeira de S. João, interrompida por alturas da Cabouqueira fez da Rua da Carreira o seu novo leito que, transbordando, tudo arrasou até à Avenida Arriaga. Um tumultuoso lençol espumante de lama ia dos pés do Infante D. Henrique à muralha do Forte de S. Tiago. O mar em fúria disputava a terra com as ribeiras. Recordo-me de ver três ilhas no meio daquele turbilhão imenso: o Palácio de S. Lourenço, A torre da Sé e a fortaleza de S. Tiago. Tudo o mais tinha desaparecido – só água lamacenta em turbilhões devastadores.


Acordei encharcado. Não era água, mas suor. Não consegui voltar a adormecer. Acordado o resto da noite por tremenda insónia, resolvi arborizar toda a serra que forma as bacias dessas ribeiras. Continuei a sonhar, desta vez acordado. Quase materializei a imaginação; via-me por aquelas chapas nuas e erosionadas, com batalhões de homens, mulheres e máquinas, semeando urze e louro, plantando castanheiros, nogueiras, pau-branco e vinháticos; corrigindo as barrocas com pequenas barragens de correcção torrencial, canalizando talvegues, desobstruindo canais. E vi a serra verdejante; a água cristalina deslizar lentamente pelos relvados, saltitando pelos córregos enchendo levadas. Voltei a ouvir os cantares dolentes dos regantes pelos socalcos ubérrimos das vertentes. Foram dois sonhos. Nenhum deles era real; felizmente para o primeiro; infelizmente para o segundo.

Oxalá que nunca se diga que sou profeta. Mas as condições para a concretização do pesadelo existem em grau mais do que suficiente.


Os grandes aluviões são cíclicos na Madeira. Basta lembrar o da Ribeira da Madalena e mais recentemente o da Ribeira de Machico. Aqui, porém, já não é uma ribeira, mas três, qualquer delas com bacias hidrográficas mais amplas e totalmente desarborizadas. Os canais de dejecção praticamente não existem nestas ribeiras e os cones de dejecção etão a níveis mais elevados do que a baixa da cidade. As margens estão obstruídas por vegetação e nalguns troços estão cobertas por arames e trepadeiras. Agradável à vista mas preocupante se as águas as atingirem. Estão criadas todas as condições, a montante e a jusante para uma tragédia de dimensões imprevisíveis (só em sonhos).


Não sei como me classificaria Freud se ouvisse este sonho. Apenas posso afirmar sem necessidade de demonstrações matemáticas que 1 mais 1 são 2, com ou sem computador. O que me deprime, porém, é pensar que o segundo sonho é menos provável de acontecer do que o primeiro.
Dei o alarme – pensem nele


Lisboa, 11 de Dezembro de 1984


*Engenheiro Silvicultor”

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010