terça-feira, 24 de agosto de 2010

Memórias: Cultura do fogo

Há uma certa razão nos que, como a dirigente da Quercus, Idalina Perestrelo afirmam que há uma cultura do fogo na Madeira. Para mal dos nossos pecados e da nossa floresta.
Ele é o 'cortejo do fogo', na Camacha, os 'fachos' em Machico, as queimadas para desfazer-se de matéria orgânica, o saltar da fogueira no São João, as girândolas nos arraiais, os foguetes que desassossegam as crianças.
Antes, quando uma cana incandescente de um foguete queimava um 'âmparo' (bardo que protege as vinhas do vento) lá iam os populares apagar à pressa. Era um espectáculo dentro do espectáculo e o 'festeiro' comprometia-se a reparar os danos.
Mas esta cultura do fogo (que se assemelha a uma herança tribal de índios à volta da fogueira) não pode justificar tudo.
A tradição não pode ser um bastião impenetrável. Senão, ainda hoje, teríamos escravos e a pena de morte estaria em vigor em Portugal. Estou convencido que as más tradições, mais tarde ou mais cedo, desaparecerão.

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