quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quem tem pai ministro...



Sabe em que consiste a "manutenção" do site do Ministério da justiça?
Não? Ok!
Eu esclareço: trata-se de actualizar conteúdos, um trabalho que provavelmente muitos dos nossos filhos fazem na escola ou em casa "com uma perna às costas".
Por falar em "costas" acham que o ministro Alberto Costa recorreu ao otl e pediu um puto qualquer para tratar do assunto?
Não!
Trata-se de uma tarefa altamente técnica que justifica uma remuneração de 3.254,00 euros mais o subsídio de almoço, claro !
E sabe quem tem o perfil adequado a essa extremamente especializada função ?
Não ?
Ok ! Eu esclareço.
Trata-se de Susana Isabel Costa Dutra.
Susana Isabel Costa Dutra, é (por um acaso daqueles que só acontecem em Portugal) filha do ministro Alberto Costa.
Et Voilá... Filha de Minsitro sabe nadar....
O pior cego é o que não quer ver...

Memórias de infância: Gamelas



O sítio foi outrora muito movimentado. Era uma zona agrícola por excelência, com palheiros e terrenos de esmoitada conquistados à floresta.
Para lá chegar só havia duas formas. Através de uma vereda/levada a partir dos Casais de Cima ou descendo uma vereda desde o Fanal que passava nas Gamelas e tinha continuidade até ao fundo da ribeira.Nunca lá fui embora tenha curiosidade em conhecer.
Acontece que as veredas estão hoje 'cerradas' pela mata porque mais ninguém as frequentou. Ainda devem existir ruínas de palheiros e árvores de fruto como castanheiros, pereiros e trepadeiras de maracujá inglês a resisitr à investida do arvoredo.
Não existe estrada para lá chegar. A zona é hoje de laurissilva. Mas os terrenos devem estar ainda registados como agrícolas e em nome de proprietários de outrora. Sim porque os herdeiros já nem se dão à maçada de os registar.
Creio que o nome gamelas advém de um recipiente em madeira, usado antigamente para vários fins.
Gamela é uma vasilha com a forma de uma tigela ou bacia, esculpida em madeira retirada de árvores cuja madeira é macia (exemplo disso é a gameleira).
A gamela pode ser redonda ou ovalada e é utilizada, quer na alimentação humana, como prato ou vasilha para levar a comida à mesa ou amassar pão, quer para dar de comer aos porcos, para banhos, lavagens e outros fins.
Apesar de construção aparentemente simples, a gamela, que atualmente é utilizada como ornamentação em casas mais abastadas, não deve ser considerada um utensílio culinário primitivo.
Foi necessário inventar primeiro os instrumentos de ferro para a produzir. As vasilhas de barro e pedra parecem ser as de construção mais antiga, sendo encontradas com frequência em sítios arqueológicos; desta forma, as gamelas devem ter sido inventadas em locais onde o barro não era abundante.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A fé dos Senhores deputados

A 26 de Março último foi publicada em 'Diário da República' a seguinte resolução (atente-se ao que diz o n.º 7 da resolução):

"Resolução da Assembleia da República n.º 21/2009
Aprova o regime de presenças e faltas ao Plenário
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, o seguinte:
1 — As presenças nas reuniões plenárias são verificadas a partir do registo de início de sessão efectuado pessoalmente por cada Deputado, no respectivo computador no
hemiciclo.
2 — Os serviços registam oficiosamente na base de dados que faz a gestão das presenças, a partir dos elementos de informação na sua posse, os Deputados que, por se encontrarem em missão parlamentar, não comparecerem à reunião.
3 — Aos Deputados que não se registem durante a reunião ou não se encontrem em missão parlamentar é marcada falta.
4 — Os procedimentos referidos nos números anteriores reportam -se a cada reunião, podendo esta repartir -se por vários períodos num só dia.
5 — Para efeitos da eventual aplicação de sanções, apenas releva uma falta em cada dia, prevalecendo a referente às reuniões plenárias, no dia em que estas tenham lugar.
6 — Os Deputados têm o direito de apresentar justificação para as faltas, nos termos estabelecidos no respectivo Estatuto e no Regimento, observando as respectivas
exigências de fundamentação.
7 — A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado médico caso a situação se prolongue por mais de uma semana.
8 — Para efeitos do eventual exercício desse direito, os serviços de apoio ao Plenário entregam pessoalmente ao Deputado ou a elemento do seu gabinete que, para o efeito, por ele tenha sido indicado, mediante protocolo, o registo da falta ou faltas dadas, no 1.º dia de trabalho parlamentar após a falta.
9 — O protocolo deve ser assinado pelo próprio ou pelo elemento por ele indicado.
10 — A comunicação menciona expressamente o prazo para apresentação da justificação e a ela irá junto impresso para tal efeito.
11 — A justificação das faltas deve ser apresentada no prazo de cinco dias a contar da notificação ou, no caso de faltas continuadas, a partir da notificação da última falta.
12 — Para efeitos de justificação de faltas, são contados no prazo apenas os dias parlamentares.
13 — O cumprimento do prazo verifica -se pela data de entrada da justificação no Gabinete do Presidente da Assembleia da República.
14 — Esgotado o prazo, a justificação não é apreciada e a falta é contada como injustificada.
15 — Os serviços de apoio ao Plenário comunicam ao interessado, nos termos do disposto nos n.os 8 a 10 e no prazo de três dias, a decisão da entidade competente para julgar a justificação das faltas, no caso de ser negativa.
16 — Os serviços de apoio ao Plenário enviam ao Presidente da Assembleia da República a lista de todas as faltas julgadas injustificadas em cada mês, dentro dos três primeiros dias úteis do 2.º mês subsequente.
17 — O Presidente da Assembleia manda notificar pessoalmente cada um dos Deputados em falta, nos termos atrás referidos.
18 — Decorridos oito dias após a recepção da notificação pelo Deputado em falta, verificada pelo protocolo de entrega da mesma, o processo é remetido ao Presidente da Assembleia para decisão.
19 — O despacho do Presidente da Assembleia é remetido aos serviços competentes para comunicação ao Deputado e eventual seguimento do processo de sanções.
20 — Tratando -se de perda do mandato de Deputado, o despacho do Presidente da Assembleia, com o processo respeitante, é remetido à Comissão de Ética para parecer.
21 — A falta a qualquer votação previamente agendada, em Plenário, segue o regime das faltas às reuniões plenárias, quanto à justificação e para os efeitos legais relativos às sanções pecuniárias.
22 — Só recebem tratamento autónomo as faltas às votações dos Deputados dados como presentes no registo próprio da reunião plenária respectiva.
23 — É revogada a Resolução da Assembleia da República n.º 77/2003, de 11 de Outubro.
Aprovada em 13 de Março de 2009.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama."

Regresso à Terra?!

A Secretária Regional do Ambiente e Recursos Naturais anunciou que surgiram este ano 400 novas explorações agrícolas na Região, o que representou um aumento de 90% em comparação com o ano passado.
Os dados são aferidos através de uma base em que os cultivadores são contabilizados pelo cadastro parcelar da agricultura, uma espécie de bilhete de identidade agrícola onde, numa ficha, o produtor mostra qual a área, localização e a que tipo de produções se dedica.
Depois, ano a ano, os produtores vão ao sistema e requalificam a sua propriedade, para poderem usufruir dos mecanismos de apoio.

Comentários:

Numa primeira análise pensei: 'Que bom, é o regresso aos poios de quem não encontra outro meio de sobrevivência!'
Mas depois reflecti com mais profundidade.
Primeiro não surgiram este ano 400 novas explorações agrícolas. Elas já lá estavam. Os terrenos é que estavam ao abandono.
Depois, as estatísticas são enganadoras. Na época da descoberta da Madeira só havia uma exploração agrícola (toda a Região).
Além disso, é preciso que se diga que o motivo por que surgiram 400 novas (???) explorações agrícolas tem um máximo denominador comum: Corrida ao(s) subsídio(s).
Acresce que o regresso à terra se faz, muitas vezes, através de novos métodos de cultivo intensivo (ainda que com a moda da agricultura biológica) recorrendo, muita vezes, a estufas. Opção que desfigura a paisagem madeirense.

Humor bilateral

Um ministro Português recebeu, em Lisboa, um ministro Angolano.
Simpático, o ministro português convidou o outro a ir lá a casa.
O ministro angolano foi e ficou espantado com a bela vivenda.
Em bairro chiquérrimo e com piscina.
Com a informalidade dos luandenses pôs-se a fazer perguntas.
- Com um ordenado que não chega a mil contos limpos, como é que o meu amigo conseguiu tudo isto? Não me diga que era rico antes de ir para o Governo?
O ministro português sorriu, disse que não, antes não era rico.
E em jeito de quem quer dar explicações, convidou o outro a ir até à janela.
- Está a ver aquela auto-estrada?
- Sim, respondeu o angolano.
- Pois ela foi adjudicada por 100 milhões. Mas, na verdade, só custou 90..disse o português, piscando o olho.
Semanas depois, o ministro português foi de viagem a Luanda.
O angolano quis retribuir a simpatia e convidou-o a ir lá a casa.
Era um palácio, com varandas viradas para o pôr-do-Sol do Mussulo, jardins japoneses e piscinas em cascata.
O português nem queria acreditar, gaguejou perguntas sobre como era possível um homem público ter uma mansão daquelas.
O angolano levou-o à janela.
- Está a ver aquela auto-estrada?
- Não...!!!!
- Nem eu...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Ganhou a abstenção

16 mil associados apenas 150 votantes...
Onde andam os maritimistas?!
Que conforto tem uma direcção eleita por apenas 0,94% dos sócios?!
Sim porque nunca percebei essa coisa de haver sócios com direito a mais votos do que outros (150 votantes, 2492 votos).
Mas isso aplica-se a todos os clubes e não apenas ao Marítimo.
Porque é que só apareceu uma lista aos órgãos sociais do Marítimo?
Questões para os maritimistas responderem.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Festa da Flor







Raimundo Quintal captou estas belezas na Quinta da Boa Vista, construída no século XVII, localizada anorte da Rua Conde Carvalhal, com acessos pelas ruas Figueiroa de Albuquerque e Lombo da Boa Vista.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Publicidade pouco católica

A página on-line do Jornal da Madeira apresenta uma publicidade pouco católica.
Para além do mau gosto (deve dar dinheiro), fica mal a um jornal de informação e de inspiração cristã promover brejeirices do género 'Máquina dos peidos'.
Se é para pôr toda a gente a rir... a opção não tem piada nenhuma.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Memórias de infância: O mestre Martinho







Memórias de infância: 'Não há gente cm'a gente!'

“Não há gente como a gente/ Honesta e hospitaleira/ Desde o nosso continente/ Aos Açores e à Madeira...”. A canção é do cantor luso-americano Jorge Ferreira e teve inspiração numa figura popularíssima da Ribeira da Janela, o emigrante na Venezuela, João de Gouveia, também conhecido por 'João da Ribeira'.
Reza a história que, após um espectáculo, em Caracas, João de Gouveia abraçou Jorge Ferreira e exclamou: “NÃO HÁ GENTE COMO A GENTE !”. A canção e o álbum de 1988 foi um enorme sucesso.
Efectivamente a canção "Não há gente como a gente" (There Aren't Any People Like Us) teve a sua origem em tal abordagem a Jorge Ferreira. Quando chegou Jorge Ferreira, o Sr. João, no meio de uma conversa, disse ao cantor: 'Não há gente como a gente, Jorge!'. Daí tirou inspiração para fazer a canção.
São 3 minutos de 17 segundos de homenagem à gente da nossa terra.
Posteriormente, a frase “NÃO HÁ GENTE COMO A GENTE” foi adoptada, designadamente pela claque do CD Nacional. Mas a genuína está na Ribeira da Janela. E para fazer a diferença (até foram mandadas fazer T-Shirts's pelo também emigrante da Ribeira da Janela na Venezuela, Antonino de Ponte) adoptou-se por mais genuína a frase que só a oralidade consegue pronunciar: “Não há gente c'ma gente!”.

Memórias de infância: A Igreja




A Ribeira da Janela teve uma primitiva ermida que já existia em 1558 e que, segundo a tradição, foi levada por uma aluvião. Sem qualquer capela para celebrarem ofícios divinos, os seus habitantes viam-se privados das práticas religiosas por não poderem transpor, no Inverno, o caudaloso curso de água para assistirem à missa no Porto Moniz.
Nos finais de Seiscentos, o Povo ergueu uma capela num sítio mais resguardado com a mesma invocação, ou seja, Nossa Senhora da Encarnação. Em 1731, os moradores fizeram uma petição ao Rei para que fosse nomeado um pároco para essa igreja.
Com a criação do Curato, em 1733, esta ermida foi tendo sucessivas ampliações. As obras de maior vulto verificaram-se a partir de 1889, data em que os moradores fizeram nova petição ao Rei no sentido de receberem um subsídio para a sua Igreja.
Diz o 'Elucidário Madeirense' que dá-se a capela de Nossa Senhora da Incarnação como fundada em 1630 por António Fernandes e Manuel Rodrigues, que eram ali moradores, dizendo-se que alguns anos depois foi destruída por uma grande aluvião.
É certo, porém, à vista de documentos, que a capela foi edificada pelo povo em 1699, sendo de 7 de Setembro deste ano a data da respectiva dotação. Será uma reedificação ou a construção primitiva? Não sabemos, mas inclinamo-nos a crer que o ano de 1699 é o da primeira edificação.
Em 1754, foi a ermida acrescentada, sendo concedida licença para a sua bênção a 28 de Abril do dito ano.
No ano de 1852, foram dadas de arrematação as obras da edificação duma nova igreja, pela importância de 6.1100$000 réis, mas não chegaram a ser iniciados os trabalhos de construção. No último quartel do século XIX é que o pequeno templo passou por uma grande transformação. Foi convertido em capela-mor, acrescentando-se-lhe o corpo da igreja, tendo-se dado por terminados os respectivos trabalhos no ano de 1874.
Sobre o pórtico, lê-se a seguinte inscrição: 'Feita pelo povo e dirigida pelo Pe. Pombo' em 1879. Para esta importante obra muito concorreram o pároco de então padre Manuel da Silva Pombo, o Dr. João Barbosa de Matos e Câmara e José Teixeira Rebêlo, proprietário nesta freguesia e representante duma nobre e antiga família, que aqui possuiu terras vinculadas.
No ano de 1922, procedeu-se nesta igreja a novas e importantes reparações, devidas às diligências do pároco, o padre Manuel Vasconcelos da Incarnação (1921).Foi servida esta capela por um capelão privativo até que o prelado diocesano D. Fr. Manuel Coutinho; por provisão de 25 de Setembro de 1726, estabeleceu nela um curato provisório, que teve a sua criação efectiva por alvará régio de 4 de Fevereiro de 1733, dizendo-se nesse diploma que fora criado a requerimento do vigário do Porto Moniz, Paulo Vieira Jardim, e arbitrando-se ao cura o vencimento anual duma pipa e meia de vinho e um moio e meio de trigo.
Era um curato dependente da vigairaria do Porto do Moniz, mas que, como outros curatos da Diocese do Funchal se foi gradualmente libertando da igreja matriz e passou a constituir uma paróquia autónoma. 0 primeiro sacerdote que aqui exerceu funções paroquiais foi o padre Inácio de Aguiar Sequeira.
São estas as principais solenidades religiosas:
25 DE MARÇO
Festa de Nossa Senhora da Encarnação: É uma das duas vezes no ano em que a Ribeira da Janela festeja a sua padroeira. A festa de Nossa Senhora da Encarnação realiza-se precisamente nove meses antes do Natal, neste importante arraial da freguesia.
11 E 12 DE AGOSTO
Festa do Santíssimo Sacramento: Uma das características principais desta festa é ter um tapete de flores, feito pelos populares e com cerca de 200 metros, que se estende desde a porta da igreja até aos Casais de Cima. É uma das festas mais participadas da freguesia, porque também coincide com a época de férias. A beleza do tapete de flores é elogiada por todos.
30 E 31 DE AGOSTO
Nossa Senhora da Encarnação: Esta festa realiza-se em honra da padroeira da freguesia. O curioso é que a Ribeira da Janela assinala duas vezes a sua padroeira. Uma no último fim-de-semana de Agosto e outra a 25 de Março, o dia oficial da de Nossa Senhora da Encarnação.
As romagens de Natal são outra característica genética da religiosidade da freguesia.

terça-feira, 21 de abril de 2009

O 'Tiradentes'


O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, vai ser distinguido com a Medalha Tiradentes.
Tiradentes é a alcunha pela qual ficou conhecido Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira e herói nacional do Brasil.
Tiradentes lutou pela independência do Brasil, num período em que país sofria o domínio e a exploração de Portugal.
O Brasil não tinha uma Constituição, direitos de desenvolver indústrias em seu território e o povo sofria com os altos impostos cobrados pela metrópole.
Nas regiões mineradoras, o quinto (imposto pago sobre o ouro) e a derrama causavam revolta na população.
O movimento da Inconfidência Mineira, liderado por Tiradentes, pretendia transformar o Brasil numa república independente de Portugal.
Tiradentes era um excelente comunicador e orador. Tiradentes foi condenado à forca.
Foi executado em 21 de Abril de 1792, faz hoje anos.
Partes do seu corpo foram expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. A sua casa foi queimada e seus bens confiscados.
Qualquer coincidência entre o homem da homenagem e o homenageado é mera coincidência...

Que grandes 'trapalhadas'




1.ª trapalhada:
Soma e segue a 'trapalhada' do 8.º lugar atribuído ao PSD-M nas listas do PSD nacional às eleições europeias de 7 de Junho. Uma bronca que piora à medida que vamos conhecendo novos dados sobre o tema.
Primeiro foi a ida a Lisboa de Alberto João que falou à chegada na qualidade de presidente do Governo (tinha carro oficial à porta do aeroporto) mas tinha ido a Lisboa tratar de assuntos partidários (o lugar do PSD-M na lista).
Depois foi a surrealista explicação dada pelo líder do PSD-M (às portas da Quinta Vigia... Não devia ser às portas da Rua dos Netos?) sobre o 8.º lugar que era 6.º porque as quotas femininas e tal e tal... Uma explicação de mau gosto, a roçar o machismo provinciano dos descamisados rurais, de onde se infere que as mulheres servem para compor o ramalhete. Uma trapalhada. Conversa que seria para Vilão consumir!
Depois foi a 'nega' de Sérgio Marques (não sei se orquestrada ou não) e o anúncio meteórico do não menos meteórico substituto, Nuno Teixeira. Nuno que tem qualidades mas não ao ponto de ombrear com a experiência e o traquejo, por exemplo de Emanuel Jardim Fernandes ou de outros ex-eurodeputados, casos de Rui Vieira ou Virgílio Pereira. O tempo não é de 'desmamar' novos políticos...
Finalmente, a trapalhada que envolve Guilherme Silva e a manchete do 'Público'. Prova de que a história das quotas era para consumo regional e não nacional. Daí as repercussões e os desmentidos após a manchete. Com uma outra trapalhada pelo meio. Foi o adjunto da presidência do Governo (quando o assunto é partidário) a vir ontem emitir um comunicado sobre o tema. Está tudo às avessas!
2.ª trapalhada:
Soma e segue a trapalhada no partido que era da Rua do Surdo e agora é da Alfândega. Primeiro foram os afastamentos compulsivos de Victor Freitas e Jaime Leandro dos cargos dirigentes. Um afastamento nebuloso que nunca foi explicado nem pelos próprios nem pelo líder do partido, João Carlos Gouveia.
Depois foi a trapalhada da demissão de André Escórcio da liderança do grupo parlamentar, 55 dias (leu bem, 55 dias) após ter aceite o cargo. Reconheço em André Escórcio muitas qualidades mas a estabilidade não é uma delas.
Depois é o líder do partido com um discurso 'meio tonto' segundo o qual o tempo não é de desunião mas de união. Um discurso vazia porque resvala na carapaça da indiferença, no seio de um partido onde a desunião (as facções) sempre foram a imagem genética.

domingo, 19 de abril de 2009

Candidato que já foi

Algo vai mal no reino do PSD-M!
Este homem era candidato ao PE e deixou de o ser numa tarde/noite.
Só porque não se conformou com o 8.º lugar que negociaram por ele.
A 'treta' das quotas femininas não passa disso mesmo ...TRETA.
Ele merecia um lugar mais acima na lista e, por isso, bateu com a porta.
Era mais cómodo aceitar caladinho mas ele não fez isso.
Bateu o pé ao grande chefe.
Terá outras ambições?!
A ver vamos.
Para já fica o gesto.
Nem todos se resignam.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Somos pobres

Um estudo, da autoria de um membro do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, Nuno Alves, é inequívoco nas conclusões, no que respeita à distribuição geográfica da pobreza em Portugal, nos anos de 2005/2006:
"Em termos de localização geográfica, as regiões com as mais altas taxas de pobreza são, por ordem decrescente, a Madeira, os Açores e o Alentejo. A região de Lisboa e o Algarve apresentam consistentemente as mais baixas taxas de pobreza de Portugal".
O estudo considera uma pessoa pobre se, num determinado período, o seu nível de rendimento (despesa) for inferior a 60 por cento do rendimento (despesa) médio de Portugal.
as taxas de pobreza na Madeira variam entre os 23 e os 35 por cento de pobres, se tivermos em conta o rendimento monetário ou a despesa excluindo as rendas. Quanto à despesa total, na Região os pobres situam-se nos 29 por cento.

Comentário: Por cá continuamos a assobiar para o lado.
O secretário dos Assuntos sociais desvaloriza os números.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Informação útil

A MAIOR PARTE DE NÓS NÃO SABE ANDAR EM ROTUNDAS. (alguns pregam-nos cada susto e ainda acham que têm razão!)
Meta isto na cabeça:

Tendo em conta as disposições aplicáveis do Código da Estrada, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro, constantes dos artºs 13º, nº 1; 14º, nºs 1 a 3; 15º, nº 1; 16º, nº 1; 21º; 25º; 31º, nº 1, c) e 43º e as definições referidas no artº 1º do mesmo Código, na circulação em rotundas os condutores devem adoptar o seguinte comportamento:

1- O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve:
Ocupar, dentro da rotunda, a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretende sair.

2 - Se pretender tomar qualquer das outras saídas deve:
Ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar (2ª saída = 2ª via; 3ª saída= 3ª via);
Aproximar-se progressivamente da via da direita;
Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar;
Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.

A intrigante Casa Amarela

Quem circula na via rápida perto do nó da Cancela, no sentido Caniço/Funchal, não fica indiferente a uma casa amarela mesmo à direita da entrada do túnel. É uma intrigante casa amarela. É tudo amarelo: paredes, janelas, corrimões, até a casota do cão.
Desconheço a quem pertence mas isso não interessa. Apenas desafia as nossas opções estéticas. Faz lembrar o filme 'Recordações da Casa Amarela' (1989), película do realizador português João César Monteiro, a primeira obra da trilogia em que o autor interpreta o seu alter-ego. Será?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Que é feito da nova torre de controlo?

Que é feito da construção da nova torre de controlo do Aeroporto da Madeira?Agora que se sabe que a ANAM teve em 2008 o primeiro resultado positivo (um resultado
operacional positivo de 631 mil euros), com a empresa concessionária dos aeroportos a
reduzir o passivo em 50,5 milhões?
Não é verdade que o PIDDAR 2006 já previa o lançamento da obra de construção da Nova Torre de Controlo?
Por um lado folgo em saber que a obra ainda não foi para o terreno. Recordo que estava prevista para o lado oposto à actual torre, a norte da pista, num local não muito distante do saudoso "Hotel Altantis" que foi demolido por ser muito alto. E a torre, não será alta?
Por outro lado, não deixo de verificar que se trata de uma promessa adiada.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Memórias de infância: Cuspo para apanhar lagartixas

Quem é que nunca foi apanhar lagartixas (e mesmo osgas -noutras paragens) e as levou para casa como troféu? Quem não sabe que a cauda de uma lagartixa cresce ainda que arrancada? Quem desconhece que, talvez atraídas pelo cuspo afrodisíaco das fêmeas, as lagartixas caem na armadilha?
Pois é, em pequeno, também andei à cata de lagartixas nas reentrâncias dos muros do caminho, com o caule de uma erva gramínea enlaçada e engodada de cuspo na ponta. Fi-lo no Ribeirinho, Casais de Baixo, Pigarro, Atalho, Murtório, Casais da Igreja, Cascalho, Charrua, Cova da Parreira, Serrado, Voltinha, Estaleiro, Eira do Pico, Fajã da Amoreira, Fajã Redonda, Ferradura, Eira do Jorge, Galinheiro, Penedo, Nogueiras, Roçada, Terra das Figueiras. Enfim, por onde os meus pais e os meus avós me levavam nas lides da terra.
Apanhar lagartixas tinha os seus truques. Tinha se estar quente e a linha do horizonte a tremer. O ideal era uma espiga de balanco ou de outra erva esguia e maleável. O laço teria de estar com o diâmetro ideal. Nem muito largo para deixar fugir a presa nem muito estreito que a fizesse desconfiar. O cuspo era sucessivamente renovado numa tarefa que hoje me dá asco. Ninguém morreu por isso.
Zás! Aí estava ela. Dependurada no laço a contorcer-se. O troféu, qual dragão, é exibido aos companheiros de brincadeira como o pescador amador exibe o seu peixe pescado à linha. O bicho debate-se, cai-lhe o rabo que fica a torcer-se como se tivesse vida autónoma.
O mesmo rabo que serve de leme em pleno voo. É que, empiricamente, comprovávamos o que estudos demonstram. Ao induzir as lagartixas a caírem de cabeça, em todas as ocasiões, os bichos conseguem mudar de posição em pleno 'voo' e cair de pé, usando a cauda como uma espécie de leme. Os gatos também são assim.
No muro e nas paredes outras lagartixas aventuram-se a por a cabeça de for a. Impotentes para valer à sua companheira de infortúnio. Algumas com um rabo enxertado/novo, sinal de outras desventuras e outras lutas.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pela mini-saia na Loja do Cidadão!

Fiquei estarrecido quando li esta notícia: "Loja do cidadão proíbe funcionárias de usar mini-saia".
Pensei: Olha que óptimo tema para ser desenvolvido pelo cronista da Revista, António Fontes!
Mas o assusto é sério e já botou falatório político. O deputado Manuel Alegre já veio denunciar o atentado à liberdade individual.
É verdade, a Agência de Modernização Administrativa proíbe as funcionárias da loja do cidadão de Faro de usarem saias curtas, blusas decotadas ou perfumes com aroma agressivo.
As funcionárias são proibidas de usar blusas decotadas, saias curtas, gangas, perfumes agressivos, sapatilhas (sapatilhas não é inovador, o presidente da ALM, Miguel Mendonça também proibiu os jornalistas de as usar).
Logo no Algarve onde o calor aperta e vem mesmo a calhar usar roupas leves.
Não sei, por cá, João Lomelino vai adoptar a mesma política mas espero que não.
No caso do Algarve estamos perante uma Loja do Cidadão de 2ª Geração mas, pelo andar da carruagem, parece uma loja de 3.ª idade.
E é um mau serviço que se presta à 3.ª idade uma vez que com mini-saias e decotes ainda se arrebitavam ... corações.
Não sou dos apologistas da máxima "é proibido proibir" mas, caramba, haja bom senso.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Memórias de infância: 'Curtir' tremoços



Era nesta época pascal que tal acontecia. Com a devida antecedência eram comprados os tremoços na mercearia. Depois eram cozidos e levados por nós para 'curtir' durante dias a fio em água corrente.
Muitos habitantes da Ribeira da Janela usavam precisamente... a ribeira. As sacas de serapilheira com os tremoços dentro eram amarradas a pedregulhos dentro da água corrente. Ficam ali durante dias até serem recolhidas.
Também havia quem usasse poços de rega para o fazer.
E na ida e volta dos tremoços aproveitava-se para colher o inhame, outra iguaria desta época pascal e que, consoante a classe, ficava horas a cozer. Também se traziam os agriões para fazer a sopa de Sexta-feira Santa, pois não se podia comer carne. E colhia-se, ainda, debaixo das latadas, as 'amêndoas de páscoa', flor que enfeitava as casas nesta época pascal.
De volta aos tremoços, sementes, de uma planta da família das Leguminosas da qual também fazem parte os feijoeiros,a faveira,a ervilheira,o grão-de-bico,a lentilha, enfim, todas essas cujo fruto é uma vagem. Quase todas comestíveis e muitas outras não comestíveis (como as giestas, os tojos, as olaias, os trevos, as joinas, etc.)
Só mais tarde fiquei a saber que só se pode comer tremoços demolhados. Porquê? porque os tremoços são muitíssimo tóxicos para nós e para outros mamíferos se não levarem qualquer tipo de tratamento.
O povo foi sábio, nesse aspecto, e descobriu que deixando os tremoços em água corrente durante determinado período de tempo, estes passavam a ser comestíveis.
A toxicidade desaparece, pois, com a ebulição em água ou colocando os tremoços durante algum tempo em água salgada.
Só mais tarde fiquei a saber que o tremoço tem de ser demolhado e fervido para purgar uma substância alcalóide (lupanina) que lhe confere um sabor amargo.
Feita a preparação, o tremoço é alimento de eleição, em regra, beneficiando quem dele se alimenta, prevenindo a ocorrência ou mesmo tratando certas enfermidades.
É muito bom na preparação dos solos para o cultivo do milho, melão e trigo.
Por outro lado, a selecção de variedades permitiu a sua utilização na alimentação dos animais de forma massiva e a sua introdução como aperitivo, provavelmente, pela mesa das populações rurais.
É o chamado “camarão dos pobres”.

Elegíveis?!

Começa a aborrecer esta história de candidatos “em lugares elegíveis”.
Primeiro porque a elegibilidade cabe, em última instância, ao eleitor.
Depois porque se regateiam lugares, mais abaixo ou mais acima na lista, como se de uma grande conquista se tratasse.
São apenas decisões de directórios partidários.
Além disso, salvo raras excepções, é lamentável que tais directórios coloquem nos lugares da frente uma espécie de “lebres” que, compondo o ramalhete, são meras operações de cosmética para eleger outros nomes secundaríssimos.
Devia haver a obrigação de ocupar o lugar.
Há senhores, na Madeira, que sempre foram candidatos a tudo mas apenas desempenharam um único cargo.
Para bom entendedor....

Memórias de infância: Desnatadeira


Era nelas que se fazia a recolha da matéria-prima no campo. Na Ribeira da Janela, no meu tempo, havia duas, uma na Eira da Achada e outra nos Casais da Igreja. Os postos de recepção de leite (desnatadeiras) foram, entretanto, desactivadas.
Mas marcaram uma longa época de relação do homem da terra com a indústria. Aliás, foram sustento de precárias economias familiares que nem uma bilha poderiam dispensar. Aliás, quando, por infelicidade, alguém derramava uma bilha antes de chegar à desnatadeira era um 'rombo' no orçamento e não se livrava de levar uma sova ou uma resonda ao chegar a casa.
E mandava a tradição que o leite devia ser recolhido em bilhas. Depois seguia para a desnatadeira onde se extraia toda a gordura do leite antes de coalhar. Numa fase mais recente o leite era apenas 'triado' (consoante a qualidade) para sem enviado para fábrica.
Ainda me lembro da minha mãe ter regateado com quem produzia leite para, em vez de mandar todo para a desnatadeira, separar uma garrafinha (leiteiro) para os pequenos beberem. Eu próprio ia de leiteiro em punho buscá-lo. E ai de mim se o entornasse!
O ideal era leite de cabra mas, quando não havia, o de vaca servia na perfeição. Até o soro, às vezes, servia.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Memórias de infância: os filmes no salão


Ainda antes da televisão chegar à Ribeira da Janela chegaram os missionários Combonianos. Eram eles que traziam os filmes que 'prendiam' miúdos e graúdos à tela.
Efectivamente, entre as iniciativas missionárias dos sucessores de Daniel Comboni contava-se (e presumo que ainda se conta) com a projecção de filmes e slides educativos. Às vezes eram precedidos de palestras, debates ou exposições.
Normalmente eram uns senhores de barba comprida que os traziam ao salão paroquial. Mal acabava a missa, o padre encaminhava os fiéis para o salão para ver o filme.
Entre um passar de olhos pelas revistas ''Além Mar” e “Audácia” (também trazidas por eles), era um domingo diferente quando havia filmes. Era o nosso cinema embora na tela, normalmente, só passassem 'pretinhos' de terras de África desconhecidas.
Não perdíamos 'pitada' da montagem e desmontagem dos aparelhos (projectores). E a 'Audácia', revista editada pelos missionários combonianos e publicada desde Novembro de 1966, impressa em formato A5, as primeiras sem cor, traziam aventuras de outras terras, por exemplo de África, onde nunca estive.
Eram outros tempos. Mesmo antes do 'Inatel' ter feito o mesmo percurso pelas paróquias, embora com filmes mais laicos.
Hoje os missionários Combonianos já possuem um anal de vídeos no 'YouTube' (sítio de partilha de vídeos) e apresentam nesse espaço vídeos sobre o trabalho missionário pelo mundo.
Hoje têm estúdios de produção de TV-DVD em Itália onde produzem vídeos, CD's e DVD's.
Hoje como outrora, o trabalho de evangelização prossegue, embora com novos instrumentos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Bola na Sexta-feira Santa



Parece incrível mas é verdade.
Com tantos dias do ano para jogar
Com tantas paragens de campeonato para jogos da Taça da Liga, da Selecção e das competições europeias
...Alguém lembrou-se que ficava bem fazer um joguinha Sexta-feira Santa.
Ainda por cima na cidade portuguesa que mais vive a Páscoa.
É verdade, caro leitor, o Braga recebe o Marítimo na Sexta-feira Santa.
Não sou agoirento mas não me parece de bom tom.
Lembram-se da "rave" que queriam dar, há uns anos, na marina do Lugar de Baixo ...na Sexta-feira Santa?
Vejam as agruras e travessuras daquela infra-estrutura, desde a queda de pedras às ondas do mar!
Quem te avisa...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Atrasados

Se o 'JM' não andasse distraído já tinha reparado que o DIÁRIO deu a notícia do novo procurador no Tribunal Administrativo na passada Quinta-feira e não no Domingo como o 'JM' fez.
Além disso, o 'JM' labora num erro ao dizer "Madeirense fica à frente do Tribunal Administrativo". À Frente?!!

Memórias de infância: Apanhar lapas

É daquelas coisas que só os Ilhéus e os habitantes das zonas costeiras sabem apreciar.
Outrora com mais liberdade (no meu tempo de meninice), hoje com regras mais apertadas (a apanha das lapas está regulamentada).
E se há coisa que eu gostava de fazer era apanhar lapas na maré vazia. Sobretudo no Verão, no início de uma jornada de vindimas.
Era uma espécie de bálsamo (que nem o ter de acordar cedo ou a água fria importunava) antes das tarefas mais árduas. Era assim na boca da Ribeira, no Cantinho, Entre os Furados, na Cova da Enseada ou nas Contreiras. Sítios predilectos para a apanha da lapa.
A cevadeira (espécie de bolsa de serapilheira, a tiracolo), a lapeira (convinha não a afiar antes porque dava azar) eram os instrumentos necessários. Por vezes uma lanterna ajudada mas quem queria, também, apanhar caramujos convinha não a usar.
E a maneira que mais gostava de as comer eram cruas, apanhar e comer logo de seguida.
Não tinha tamanho, nem jeito nem equipamento para apanhar lapas de mergulho. Por isso, ficava-me pelo calhau e só me aventurava até um determinado sítio não viesse uma onda mais alterosa arranhar-me os tornozelos ou fazer mossa maior.
Há muitos espécies de lapas, umas apanham-se nas pedras do calhau, outras fixam-se nas pedras mais profundas.
Uma análise empírica diferencia as duas: As "pretas" mais à babuje, as "amarelas" mais dentro.
Por vezes, lá conseguíamos umas cracas e uns búzios.
Mas hoje, quero falar das Patellae (lapas).
Nem imaginam a emoção que era ir às lapas!
"Varrer" o calhau para as apanhar! Os mais velhos e afoitos pelo mar dentro e os mais novoas à babugem.
Juntar familiares, dois ou três amigos e percorrer o calhau.
Uns de meias, outros descalços, uns de boxers, outros de fato-de-banho, mas com uma coisa em comum… uma lapeira! As vezes eram facas partidas outras vezes feitas de arcos de pipas.
Todos ao mar e fé em Deus! Quem iria conseguir apanhar mais?
Ao fim de uma hora ou duas lá se abriam as cevadeiras para ver o resultado final.
Uns mais contentes do que outros.
Outros a lamentar-se que o mar levou uma boa 'maquia' que já havia sido apanhada.
No regresso a casa, havia duas tarefas: Uma era separar as lapas grandes (para grelhar) das pequenas (para arroz de lapas ou caldeiradas). A outra tarefa era cozer os caramujos em água a ferver. Depois era comê-los com os alfinetes que a mãe ia buscar aos artefactos da costura.
Valeram os corpos molhados, as unhas partidas, as pernas arranhadas e os bons momentos passados com familiares e amigos!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A 39.ª Comarca (Madeira) devia ser "piloto"



A reforma do mapa judiciário vai arrancar a 14 de Abril nas três comarcas piloto: Alentejo Litoral, Baixo Vouga e Lisboa Noroeste.

O período experimental do novo mapa judiciário, que organiza os actuais 231 tribunais de comarca em 39 circunscrições (uma dessas é a Madeira), vai durar dois anos, devendo a reforma estender-se ao resto do país em 2011.

O que me questiono é porque é que a Madeira não foi contemplada neste ensaio-piloto.

Por um lado porque temos todas as características (por sermos ilhéus) que encaixam no novo modelo.

Por outro lado, porque a nova organização judiciária (ao prever uma única comarca para a Madeira, embora sem fechar tribunais actualmente existentes) facilitaria o trabalhos aos operadores judiciários.

Fica aqui a sugestão para os políticos: Será que estamos perante mais uma retaliação do Governo da República?

Memórias de infância: Azeite de Louro

Desde há muitos anos que os loureiros começaram a despertar a curiosidade do povo madeirense. Na Ribeira da Janela também foi assim.
A utilização dos frutos do loureiro para o fabrico do conhecido azeite de louro foi resultado dessa curiosidade.
As bagas maduras, são recolhidas entre Setembro e Novembro. Lembro-me de, em pequeno, por uma vez ou outra, ter ido à serra colher o fruto para a minha tia fazer o azeite. Assim como ia colher a baga da uveira da serra (arbusto endémico da Madeira) com a qual se faz um excelente doce caseiro e que tem também propriedades medicinais.
A sabedoria popular diz que o azeite de louro é um “remédio milagroso”, pois cura quase todos os males, internos e externos, sobretudo cicatrizante, problemas de circulação sanguínea, casos de gangrena e do tétano, reumatismo, males de estômago, da garganta e do fígado.
Uma colher de azeite de louro, duas vezes por mês é óptima na prevenção de doenças cardio-vasculares. O azeite de louro é também usado para friccionar as articulações com o objectivo de diminuir as dores reumáticas.
As bagas do louro são também um dos alimentos preferidos do nosso pombo trocaz (Columba trocaz) que está a dar cabo das couves dos agricultores e das saborosas nêsperas.