sexta-feira, 29 de maio de 2009

50 anos do Cristo Rei mereciam mais atenção de cá

É do madeirense Francisco Franco, o mesmo que deu o nome à escola secundária e ao Museu, a autoria da estátua do Cristo Rei, uma das mais emblemáticas peças escultóricas do país.
A obra foi projectada para o santuário localizado em Almada, na margem Sul do Tejo, um pedido a Deus, por parte do Episcopado, para que poupasse o país da Segunda Guerra Mundial.
A primeira pedra foi lançada em 1949. O santuário foi inaugurado dez anos depois, com mais de 300 mil pessoas.
Ao passarem 50 anos (bodas de ouro) sobre a efeméride, creio que a Madeira explorou pouco a iniciativa e a obra deste nosso conterrâneo.
O monumento religioso é constituído por um pórtico projectado pelo arquitecto António Lino, com 75 metros de altura, encimado pelo Cristo Redentor com 28 metros.
Francisco Franco tem outras obras pelo país.
Na Madeira assina a estátua de João Gonçalves Zarco, a do Semeador e a do anjo, no cemitério
de São Martinho.
50 anos do Cristo Rei mereciam mais atenção das autoridades de cá.
Até a própria comunicação social explorou pouco este assunto.
E a geração anterior à minha tem bem presente os peditórios, o processo e até as pedrinhas
que da Madeira foram levadas para erguer o monumento.
Fica o reparo!

Coordenador de quê?!

Até simpatizo com o titular da 'pasta', Jorge de Freitas mas tenho para mim que o Gabinete coordenador de segurança, na Madeira, não passa de um 'flop'. Uma função (nem lhe chamaria cargo ou profissão) saída da Lei de Segurança Interna e da Lei de Organização e Investigação Criminal, cujo conteúdo funcional é difuso e, no meu modesto entendimento, até roça a fronteira das competências de outros organismos que zelam pela segurança pública.
Atente-se ao que diz a lei:
"1 - O Gabinete Coordenador de Segurança é, nos termos da Lei de Segurança Interna, o órgão especializado de assessoria e consulta para a coordenação técnica e operacional da actividade das forças e serviços de segurança, sendo ainda responsável por superintender tecnicamente nos procedimentos da Administração Pública.
2 - O Gabinete Coordenador de Segurança integra o Gabinete Nacional SIRENE.
3 - Junto do Gabinete Coordenador de Segurança funcionam a Autoridade Nacional de Segurança e o respectivo gabinete, a qual tem por missão:
a) Garantir a segurança das matérias classificadas no âmbito nacional e das organizações internacionais de que Portugal é parte;
b) Exercer a autoridade de credenciação de pessoas e empresas para o acesso e manuseamento
de matérias classificadas".
Ora, se dúvidas houvesse para a falácia que constitui a instituição, o coordenador regional, terça-feira, no discurso de tomada de posse desfez tais dúvidas.
Disse que a sua missão não é interferir com as missões dos outros. Coisa vaga para um cargo que deve ser discreto mas não secreto.
Será um novo SIS? A mim parece-me mais um organismo para a já complexa rede de segurança que pode criar ainda mais entropia ao sistema.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Um bom conselho: Não fume

Dia Mundial Sem Tabaco – 31 de Maio

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Viagem de soberania (??!!)... e estudo (??!!)

Não tenho qualquer tipo de inveja e até desejo, um dia, ir às Selvagens.
Mas não deixo de notar algum 'show-off' à volta da vista de Jaime Gama, ontem, às Selvagens. Aliás, noto muitas semelhanças e alguma continuidade entre a visita que fez às Selvagens e a que fez recentemente à Madeira a convite de Miguel Mendonça retribuindo a que este fez à Assembleia da República.
A única diferença é que uma ilha é habitada e outra não. Porque no discurso não aqueceu nem arrefeceu o que disse recentemente para gente (na Madeira) e o que disse para cagarras (Selvagens): Intervenções de circunstância.
Fica para a história a estreia da nova fragata da Armada Portuguesa, a "Bartolomeu Dias" (creio que a razão primeira da viagem às Selvagens para testar o novo navio), o passeio a bordo do helicóptero Lynx e o inevitável envio de um posta desde o marco dos correios das Selvagens.
No mais, registo o eufemismo que encerra a expressão "viagem de soberania e de estudo".

segunda-feira, 25 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sempre presente


Humor

No passado domingo festejaram-se 3 Tetras:
O Porto tetra campeão,
O Sporting tetra vice-campeão
E o Benfica tetraplégico.

Nota: até sou benfiquista mas tem piada.

Impressos on-line

Se precisa de impressos, não os compre (apenas para Portugal)
Para os que não conhecem, esta é uma boa dica.
Existe um site http://www.irn.mj.pt/IRN/sections/irn/legislacao/impressos onde é possível consultarem e imprimirem os vários impressos necessários para registos, alterações, etc, relativos a BI, registos Prediais, registo Automóvel, etc.
Ou seja, em vez de nos dirigirmos propositadamente às Finanças,Notários, Cartórios, etc, e ficar em filas para comprar os respectivos impressos, preenchê-los ou pagar exorbitâncias para os serviços o preencherem, quando podemos ser nós a fazê-lo, para depois perder mais tempo em novas filas para a entrega dos mesmos, pelo menos, com esta facilidade, metade do tempo e o dinheiro fica do nosso lado .

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fome

This film is about the hunger and poverty brought about by Globalization. There are 10,000 people dying everyday due to hunger and malnutrition. This short film shows a forgotten portion of the society. The people who live on the refuse of men to survive. What is inspiring is the hope and spirituality that never left this people.

Memórias: Pico dos Bodes

Há um na Ribeira Quente, nos Açores, mas refiro-me aos da Madeira, mais concretamente ao da Ribeira da Janela -quase na fronteira com a Calheta (porque há um no Jardim da Serra em cujas imediações se encontra a Boca dos Namorados e um miradouro na Fajã da Ovelha com esse nome). Semelhanças com os Açores só na origem vulcânica.
O Pico dos Bodes da Ribeira da Janela é referência no livro de 1836, de Alberto Artur Sarmento, antigo professor de ciência naturais, “Mamíferos do Arquipélago da Madeira”.
Em português dá-se o nome de bode ao macho da cabra, enquanto em inglês o nome de 'goat' aplica-se indistintamente ao bode e à cabra.
Se, por um lado, a cabra simboliza a potência procriadora feminina, fertilidade e abundância, por outro lado o bode simboliza o carácter masculino, vitalidade e energia criativa.
Aparentemente, o vocábulo latino 'caper' (bode) deu origem a 'capriccio' (italiano) e capricho (português), Capricórnio e Capri (também chamada 'Caprae'), uma ilha ao sul de Nápoles (que já visitei), primitivamente dedicada ao 'Goat Lord'.
Só por curiosidade veja a quantidade de provérbios que têm o bode por expiatório:
'A bode capado não apalpes o rabo'.
'Ainda está p'ra nascer quem de bodes há-de entender'.
'Quando um bode espirra é sinal de bom tempo'.
'De bode que recua, espera grande marrada'.
'Um bode morto não teme a faca'.
'Um bode velho não é mais reverenciado por causa da barba'.
'Não é fácil encurralar um bode'.
'Cada bode tem as suas idiossincracias'.
'Por mais que laves um bode, ele cheira sempre a bode'.
'O bode pasta onde está amarrado'.
'O bode só aprende a lição quando lhe golpeiam uma orelha'.
'Nunca te ponhas na frente dum bode, na traseira dum cavalo ou no meio de tolos!'
Isto para além da expressão popular 'bode expiatório', empregue em referência a alguém que é vítima de transgressões alheias.

'Madeira4evernews' ultrapassou os 5 mil acessos

Em cinco meses, este blogue registou mais de 5 mil acessos, o que dá a módica quantia de mil acessos por mês, mais de 30 acessos por dia.
Obrigado!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Onde é que ficamos?!

José Sócrates veio à Madeira e o grupo parlamentar do PSD-M abalou para o Porto Santo.
José Sócrates falou dos motivos que levaram à revisão da Lei de Finanças Regionais e logo o PSD-M pediu que Sócrates viesse cá explicar melhor essa coisa dos 21% e dos 15% do IVA sobre os quais incide a transferência de verbas da República para a Região.
Ou seja, bastou, de relance, o Primeiro-Ministro explicar que não seria justo transferir verbas tendo em conta os 21% quando na Madeira a taxa do IVA é de 15% para o PSD-M se empertigar.
Se tivessem acompanhado a visita talvez pudessem tirar a limpo essa e outras questões da Lei de Finanças. Lei que, lembre-se, não foi revista porque apeteceu ao PS ou a Lisboa mas porque a letra da lei o previa e há muito que esse prazo já tinha expirado.
Além disso, gosto muito da Madeira, mas o critério de razoabilidade leva-me a compreender alguns dos argumentos que o Primeiro-Ministro qualificou como justos face a outras regiões do país mais pobres do que a Madeira.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Memórias: Canais de lava

"Em diversas partes da Madeira encontram-se grutas escavadas na lava basáltica, em geral da mais recente data, que se formaram por um mecanismo idêntico àquele que em certas regiões vulcânicas do globo, como os Açores e Sandwich, deu origem a formações análogas.
Uma estreita corrente de lava ainda fluida, encaixada em lama ou escorias, escorregava ao longo duma encosta ou duma ravina, ao passo que o seu exterior, perdendo por irradiação grande parte do calor, solidificava-se, deixando o núcleo a uma temperatura ainda bastante elevada para que a fluidez lhe permitisse continuar a deslocar-se.
Resultava assim um canal em que o continente e o conteúdo eram da mesma natureza apenas com a diferença essencial da desigualdade de temperatura.
Esgotado o núcleo pastoso, restava essa espécie de canalização vulcânica, cujo exemplo mais perfeito na Madeira é a caverna situada perto da foz da Ribeira de S. Vicente, a qual poderá medir uns 80 metros de comprimento e uns 4 a 5 de largura.
No Montado dos Pessegueiros, sitio da mesma freguesia de S. Vicente, e no Porto do Moniz, há também destes canais, em correntes de lava moderna, e na costa meridional, tanto a leste como ao oeste do Funchal, observam-se vestígios de túneis desta natureza, na maior parte situados ao nível do mar.
0 Fojo, algar profundo escavado no tufo friável por detrás da linha da costa e um pouco a leste da Ponta da Cruz, parece ser o resultado duma erosão e do desmoronamento de um canal vulcânico que em épocas remotas ali passava, desembocando no mar, e cujas ruínas, hoje confusamente acumuladas em blocos de lava enegrecida, apresentam superfícies alisadas, com as estrias longas e paralelas que caracterizam as paredes dos túneis de lava. As águas do mar, tendo passado através de uma furna de erosão marinha que próxima existe, e havendo carcomido as rochas subjacentes ao canal, teriam provocado o aludido desmoronamento, ajudadas pela agua da chuva que aflue á fossa, desbastando o tufo e alargando-lhe o âmbito.
Entre o Fojo e a Ponta Gorda, não longe da Muralha dos Franceses, observam-se vestígios semelhantes de outros canais derruídos, rodeados como o do Fojo, de tufo amarelo de lama vulcânica.
Suspensos do tecto de alguns destes túneis, observam-se, como se fossem estalactites ou semelhassem lágrimas batavicas, curiosas excrescências de lava vitrificada a atestar a fluidez da rocha sob a acção de uma temperatura muito elevada. Exemplares dessas excrescências, notáveis pelo tamanho e forma bizarras foram encontrados numa gruta da Ribeira da Janela".
Li esta história no 'Elucidário Madeirense' e fiquei bastante curioso porque não estou a ver onde é que fica esta gruta na Ribeira da Janela.
Se alguém me puder ajudar!!!

Memórias: Sugestão de passeio

É um passeio que recomendo.
O traçado segue os vestígios de uma antiga vereda utilizada pela população para explorar os recursos lenhosos oferecidos pela floresta.
Grande parte do percurso é feito encosta abaixo.
Distância: 2,7 Km
Tempo: 1h 30m
Altitude máxima: 820 m
Altitude mínima: 400 m
Início: E.R. 209 (Curral Falso)
Fim: Ribeira da Janela
Este percurso faz a ligação entre o núcleo populacional da Ribeira da Janela e a área florestal que lhe é sobranceira, entre os 820 e os 400 metros de altitude.
Inicia-se junto à estrada regional 209, na zona do Curral Falso e termina na mesma estrada já dentro do núcleo populacional da Ribeira da Janela.
Este traçado segue os vestígios de uma antiga vereda utilizada pela população para explorar os recursos lenhosos oferecidos pela floresta e essenciais ao seu dia a dia.
Era também o caminho utilizado pela população para a ligação com as localidades da zona Sul, principalmente com a Calheta e Ponta do Sol, onde os rapazes corpulentos, subindo as encostas das serras, transportavam às costas os barris e/ou borrachos com o vinho produzido para venderem e/ou trocarem por outros produtos.
Na Ribeira da Janela poderá manter o contacto com a tradicional e peculiar área agrícola com os seus característicos poios agrícolas, suportados pelos muros de pedra laboriosamente trabalhados com batata-doce, “semilha” (o nome que é dado à batata na Madeira), feijão, milho e a vinha da Ribeira da Janela.
As casas ocupam uma posição dispersa pelos socalcos, estendendo-se entre a foz da ribeira e os 400 metros de altitude, ocupando a igreja uma posição intermédia.
O nome da localidade Ribeira da Janela provém do nome do mais extenso curso de água da ilha da Madeira com aproximadamente 15 700m.
Este é um bom local para poder avistar o Pombo trocaz (Columba trocaz), ave endémica exclusiva da Madeira. Na época das migrações poderá também encontrar na foz da Ribeira algumas das aves migratórias de passagem como a Garça branca (Egretta garzetta), a Garça vermelha (Ardea purpurea), o Pato real (Anas platyrhynchos).

Memórias: cancioneiro

Vejam o que descobri na págian 142 do livro "Subsídios para o Cancioneiro do arquipélago da Madeira: Tradições populares e vocábulos do do arquipélago da Madeira", de Urbano Canuto Soares, num excerto de "trovas populares".

Memórias: O sargento

Todos o conhecem. Já foi presidente da Junta de Freguesia.
Mais recentemente lançou o livro “Consonância de Palavras”.
Falamos de António dos Anjos Pereira.
“Consonância de Palavras” é o primeiro livro que António dos Anjos Pereira edita.
Nascido na Ribeira da Janela, sempre esteve habituado a escrever, contudo, nunca lhe havia surgido a ideia nem a oportunidade de colocar em livro as diversas quadras que vem rimando ao longo da sua vida.
Através do apoio da Câmara Municipal do Porto Moniz lançou a primeira edição deste livro.
A tiragem, nesta primeira fase, foi de mil exemplares.
Nas 200 páginas da obra, o autor retrata em quadras, essencialmente, populares um pouco da sua vida.
Ao Jornal da Madeira, a 18 de Março de 2008, confessou que este livro “é a minha vida em cinco capítulos: Porto Moniz (I), Ribeira da Janela (II), Serviço Militar (III), Política (IV) e Diversos (V).
O prefácio é do Pe. José Luis Rodrigues, pároco de São José e de São Roque.
Ao longo das dezenas de páginas, há a destacar algumas passagens sobre os emigrantes madeirenses e uma outra, em homenagem à irmã.
Ao longo da vida, este filho da Ribeira da Janela teve sempre muito gosto em fazer rimas, durante os convívios, em que transformava um tema em quadras.
António dos Anjos Pereira foi solicitado para escrever os versos para as romagens da freguesia, o que o fez desenvolver mais esta arte.
António dos Anjos Pereira confessa que tem mais versos em casa que dá para mais um livro.

Memórias: o popular Antonino

Não passa despercebido nas festas de Verão. Todos o conhecem na freguesia e fora dela. É extrovertido e fez carreira como empresário na Venezuela.
O restaurante "El Barquero", em Caracas, apresenta-se como "a embaixada dos mares" e tem uma clientela fiel há mais de 30 anos.
Ei-lo a falar na primeira pessoa, sobre a sua terra, numa 'peça' que saiu no 'Correio de Venezuela':
"Pensamentos de um emigrante depois de 30 anos
Se olharmos um pouco para trás, mais ou menos 30 anos, vemos o que tem sido feito no nosso concelho do Porto Moniz e em toda a Ilha da Madeira.
A minha consciência diz que temos que acreditar e ter fé só num governo presidido pelo Dr. Alberto João Jardim, para termos a nossa terra com um futuro à altura das melhores Ilhas da Europa e do Mundo.
Com ele, o futuro da 'Pérola do Atlântico' continua em progresso, e não podemos parar uma vez que também somos zona e espaço da União Europeia!
Se paramos com os programas e projectos, outros nos passarão à frente e ficaremos atrasados num Mundo cada dia mais exigente.
Ao longo destes trinta anos, está mais que provado que a forma de ser e seus princípios como homem, como grande líder político, o Dr. Alberto João Jardim é sem duvida o único homem que "empurra" a nossa ilha para o nível das exigências do século XXI, não só na melhor qualidade de vida dos Madeirenses, senão também dando melhores condições para o turismo nacional e internacional, como deve ser.
Desde esta nossa segunda e bem querida Pátria como é a Venezuela, também sentimos o dever de estar sempre agradecidos ao Dr. Alberto João Jardim e ao seu Governo e apoiá-lo incondicionalmente nos seus programas para o melhor e maior desenvolvimento da nossa Ilha da Madeira como é o seu e nosso desejo.
Talvez o emigrante veja a sua terra diferente dos que vivem nela. Até atrevo-me a dizer que é capaz de dar-lhe mais valor que muitos que vivem nela, pois infelizmente há alguns que não sabem ou não querem saber dar o valor do trabalho e obras realizadas nos últimos 30 anos.
Quem emigrou alguma vez conhece o que é estar longe da sua terra, dos seus familiares, e sentir como a saudade nos invade.
Sinto-me orgulhoso de ser madeirense do concelho do Porto Moniz, nascido na Ribeira da Janela, e até atrevo-me a dizer com alegria que somos a capital do Norte.
Antonino da Ponte"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Memórias: Ilustres da minha terra

Chama-se João Rodrigues de Ponte. Nasceu na Ribeira da Janela em 1903 e faleceu em 1963.
Fez o Liceu do Funchal e matriculou-se na Universidade de Direito de Lisboa onde concluiu o curso.
Empregou-se, como funcionário público, em São Vicente onde trabalhou muitos anos.
Foi presidente da Câmara do Porto moniz desde 1934 a 1942.
Em 1961 foi nomeado notário de Câmara de Lobos.

Memórias: Muito por fazer em 1997


Memórias: retrato da freguesia em 1997






sexta-feira, 15 de maio de 2009

Humor: Sorriso amarelo


Memórias: Quando o helicóptero aterrou...

Memórias: Ensinamentos de Manuel Gouveia


Memórias: Estrada do Fanal





Memórias: Vinho marca 'Ribeira da Janela'!






Humor

Nada como começar o dia com alguma cultura geral......
Somente Três homens andaram sobre as águas em toda a história da Humanidade:
- O primeiro foi Cristo.
- O segundo foi Pedro.
- O terceiro foi o Zé Sousa .....
Mas quem é o Zé Sousa...... ?!!?!?!
-É o sujeito da foto abaixo!

Caso de dupla personalidade



Estamos perante um caso de dupla personalidade.
Alberto João Jardim diz que recebe José Sócrates de 'braços abertos' mas já disse dele cobras e lagartos.
O grupo parlamentar do PSD-M vai para o Porto Santo no dia da visita de Sócrates à Madeira.
Talvez os braços de Jardim estejam abertos (Cavaco Silva esforçou-se por os abriu) mas o punho está cerrado com uma pedra lá dentro.
Atente-se às atoardas que Jardim já disse sobre Sócrates e, de lá, recebeu apenas um comentário “basta” (e o basta foi em relação à contenção de dinheiros públicos).
Veja:
Em declarações ao Jornal da Madeira, Alberto João Jardim disse que José Sócrates é um "ditadorzinho potencial, como se vê nesta coisa de fazer leis para fechar a imprensa que lhe é adversária", Junho de 2008.
Ainda ao Jornal da Madeira, o presidente do Governo Regional chama ao primeiro-ministro "Mugabe da Europa".
"Está obcecado contra uma parte do território nacional, contra um povo, que é o madeirense, e quer fechar a imprensa que lhe é adversa. É nitidamente um Mugabe", declarou Alberto João Jardim ao matutino.
-"Pinto de Sousa", "ladrão" (José Sócrates);
-"Se algum energúmeno do sítio (Gaula) protestar pelo adiamento, vá a Lisboa buscar o dinheiro que nos roubaram", Alberto João Jardim, 10 de Janeiro.
-"Toda a gente sabe que o sr. Sócrates é uma pessoa sem vergonha", Setembro 2008
-"Esse cavalheiro, mal se apanhou no poleiro, roubou a Madeira", Abril 2007.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Memórias: Projecto para exportar água


Era eu um jovenzinho. Estávamos no início da década de 80.
O país estava quase na bancarrota e, a nível nacional, a solução foi um Governo de 'Bloco Central' liderado por Mário Soares.
Por cá, havia que pôr a imaginação a funcionar para arranjar receitas para o investimento público.
Foi neste contexto que, em Janeiro de 1982, numa altura em que Alberto João Jardim foi o convidado de honra da Câmara de Comércio e Indústria luso-sul-africana, que o chefe do Executivo conseguiu trazer na bagagem a garantia, do Governo da República, de avalizar empréstimos da Região até aos sete milhões de contos.
Dessa forma, a Região poderia dar seguimento aos seus planos de investimento.
E foi assim que nasceu a ideia de exportar água potável para Canárias. Com passagem pelo Porto Santo, numa altura em que a água era um problema e ainda não se falava de dessalinizadoras.
Acontece que o plano não foi concretizado.
Pretendia-se vender água a Canárias, daquela que não fosse necessária na Madeira, nomeadamente a que sairia da Central da Ribeira da Janela para o mar depois de passar nas turbinas.
O navio que transportaria a água para o arquipélago espanhol tinha, por outro lado, de transportar gratuitamente a água para o Porto Santo até um milhão de metros cúbicos por ano.
Estava tudo pensado mas saiu tudo 'furado'.
Hoje fala-se em exportar inteligência!

Perto da Europa, longe de Lisboa

O 'slogan' de campanha de Nuno Teixeira (não sei se foi da sua autoria) cheira a algum revanchismo contra Lisboa.
Dizer "Região Autónoma Portuguesa cada vez mais Região da Europa" é o mesmo que dizer 'Mais perto da Europa, mais longe de Lisboa'.
É o que penso!
Além disso, fiquei na dúvida quando li a primeira parte da frase ('Região Autónoma Portuguesa'). Porquê? Há dúvidas?
Ou querer-se-ia dizer "República da Região Autónoma da Madeira"?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Memórias: Ilustres da minha terra

O Padre João Eduardo de Sousa era natural da Ribeira da Janela, onde nasceu a 3 de Agosto de 1875, tendo falecido, no Funchal, no dia 18 de Novembro de 1944.
Era filho de Manuel António de Sousa e de Antónia Gouveia Velosa.
Cursou o Seminário do Funchal, tendo sido ordenado padre, a 22 de Setembro de 1900.
A 1 de Abril de 1901, é nomeado vice-vigário do Arco de São Jorge e, a 1 de Julho do mesmo ano, ocupa o mesmo cargo na Ribeira da Janela.
A 4 de Junho de 1908 é nomeado cura do Estreito de Câmara de Lobos e, a 27 de Março de 1909, pároco colado da Camacha.
A 1 de Agosto de 1912, é colocado na Fajã da Ovelha como pároco encomendado e a 3 de Marco de 1920, como pároco colado, cargo que ocupa até 1 de Junho de 1942, altura em que, por motivo de doença se fixa na sua residência, na Ribeira da Janela.[1].

[1] Fonte 'O Jornal', 19 de Novembro de 1944.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Memórias de infância: O tafulho

Percorro outros ensinamentos e outras culturas e não encontro o significado que, na Ribeira da Janela, se dá a tafulho. Tafulho é um emaranhado de ervas secas (ou um pedaço de saca de serapilheira ou pano -nas versões menos genuínas) que serve para se colocar entre a borda da giga e a cabeça por forma a que a carga seja menos dolorosa e equitativamente repartida.
Ainda pequeno, lembro-me de o usar sobre a saca de cernelha, de serapilheira, na azáfama da vindima ou no transporte de batata. A giga, essa era à nossa medida. Uma réplica à nossa escala de uma giga de homem. Uma giga feita por um artesão do Ribeiro Escuro que já não lembro o nome. Era feita de vime e o meu avó mantinha-a no armazém para as eventualidades. Tal como a minha avó, na amassa do pão ou nas rosquilas, fazia o 'brindeiro' à nossa escala (pequeninos).
Feito este aparte, na minha infância era assim que conhecia o tafulho. Não na versão/expressão açoriana onde "Não ter Tafulho" quer dizer, não ter remédio, saída, saúde, etc. Exemplo: “O dia ainda não acabou mas eu estou esfalfado e sem tafulho”. "Sem tafulho", para os açorianos, é mesmo algo que não tem solução. "Sem tafulho" é ainda sem emenda, remédio, "ponta por onde se lhe pegue". Exemplos: “Não há nada a fazer. Isto já não tem tafulho”. "Não tenho tafulho! - Confesso, sou dependente.” .
Tafulho também adquiriu outros significados mas não os da Ribeira da Janela: Exemplos: “Desculpa não ter vindo ontem mas não tenho dado "tafulho" à minha lista de contactos”. Ou então “O fim dos períodos lectivos é sempre um tafulho de actividades”. Ou ainda “Já que o campeonato não tem tafulho é jogar em 4-4-2”. Ou mesmo, “os guardas florestais não dão tafulho a apanhar os ladrões de árvores de Natal”.
Diz a gramática que tafulho é um nome masculino, singular, cujo plural é tafulhos. Mas também pode ser um verbo conjugável (tafulhar) ou um substantivo. Está definido (significado) como “Peça que serve para tapar uma abertura; bucha, rolha”.
Confesso que para além do significado que inicialmente referi (o mais genuíno), na Ribeira da Janela também se usa o termo 'tafulho' para referir-se a um emaranhado de ervas e trapos velhos que servem para tapar a água em levadas e conduzi-la até à terra.
Acontece muito na rega de feijão ou da rama acabada de plantar. Após os regos estarem tirados, depois de colocado o restolho, erva, giesta ou galhos de faia. Depois de espalhado o estrume, havia que abafar os regos. Os regos eram habilmente 'tirados' por forma a que a água escoasse nem muito depressa nem muito devagar. Por isso é que haviam meios regos.
Estando a rama plantada, era importante regá-la logo de imediato, visto que era crucial para pegar.Logo que a água iniciava o seu percurso pelo rego, um ficava à frente da água para patinhar a rama. descalço e molhado até aos joelhos a saltar de rego em rego. Outro ficava na levada lateral, no tafulho a encaminhar a água da levada para os regos. Entre as vozes “tapa” ou “quebra” lá ia o tafulho deslizando até ao fim do poio.

Memórias de infância: A "baixinha"




Com a devida vénia ao 'JM':

"Autárquicas 2009
Ribeira da Janela quer ligação da foz ao ilhéu.
A prioridade das prioridades para a freguesia da Ribeira da Janela é arranjar a estrada regional, a qual encontra-se bastante degradada.
Por outro lado, faz falta uma ligação entre o “Pontão” na foz da Ribeira da Janela e o ilhéu conhecido por “Baixinha”, permitindo o apoio ao parque de campismo.
Quem o diz é o presidente da junta de freguesia, Ricardo Pereira.
Aquele representante do órgão de poder local da Ribeira da Janela diz saber que os melhoramentos da estrada principal que passa naquela freguesia estão condicionados pelas obras que vão ser feitas ao nível de saneamento básico.
«Quando fizerem a obra de saneamento básico, deitarão uma camada de alcatrão», apurou o presidente da junta quando quis indagar sobre a situação.
Quanto ao pontão entre a foz e o ilhéu da Ribeira da Janela, o presidente da junta considera que esta obra viria servir aqueles que usam o Parque de Campismo e aos residentes que quisessem, por exemplo, ir passear na zona ou até pescar.
De qualquer forma, Ricardo Pereira diz saber que o investimento não faz parte do programa de Governo.
Acredita, contudo, que o investimento poderá surgir tendo em conta que o presidente do Governo Regional mostrou-se sensível a esta preocupação da junta, colocada na inauguração da frente-mar da Ribeira da Janela.
De resto, conforme adianta, em declarações prestadas ao JORNAL da MADEIRA, o presidente da junta da Ribeira da Janela, aquela freguesia está muito bem servida a todos os níveis.
Para o Centro de Saúde, por exemplo, «não há lista de espera.
Todos têm o seu médico de família», considera Ricardo Pereira.
Apoio à natalidade sem resultados
O presidente da junta diz também que, no que toca à Educação, as crianças da freguesia estão a ser transportadas para o Porto Moniz, sendo não tem havido quaisquer complicações a esse nível.
Os menos jovens, por seu lado, podem desfrutar do Centro de Dia que proporciona diversas actividades de ocupação de tempos livres.
A freguesia da Ribeira da Janela dispõe de uma população bastante envelhecida, sendo que contam-se já três anos que não nascem bebés por aquelas bandas.
A junta de freguesia «foi a primeira da Madeira e, provavelmente do país, a dar apoios aos casais que tiverem filhos». Ainda assim, este incentivo não tem dado muitos resultados.
«Nem com a promessa de 500 euros de apoio, se vimos alguém se decidir a ter um filho», ironiza Ricardo Pereira.
Quanto ao futuro, o presidente da junta considera que a Ribeira da Janela tem todas as condições para vingar no turismo rural.
«Acho que devia aparecer algum privado a investir nesta zona. Viria dinamizar bastante esta zona», refere Ricardo Pereira.
Por outro lado, o presidente da junta daquela freguesia do concelho do Porto Moniz defende que deveria ser feita uma canalização para que no sítio do Fanal, as águas pluviais não se perdessem para as ribeiras.
«Era importante uma ligação entre a churrasqueira do Fanal e a lagoa natural localizada mais baixa», afirma Ricardo Pereira. «Era uma forma de evitar que faltasse água no Verão», prossegue.
No que diz respeito a obras levadas a cabo pela própria junta de freguesia, Ricardo Pereira diz que foram recuperadas mais de 30 veredas e vedados todos os poços da freguesia.
«Está tudo feito mas ainda há pessoas que dizem mal», refere o presidente da junta da Ribeira da Janela.
«Temos os tanques todos protegidos», sublinha, para logo adiantar que o órgão a que preside também apoia algumas famílias carenciadas.
Questionado sobre o relacionamento entre a junta que preside e a autarquia do Porto Moniz, Ricardo Pereira considera-o de excelente, uma vez que a edilidade nunca fecha a porta a um pedido do órgão a que preside.
Há 8 anos como presidente da junta da Ribeira da Janela, Ricardo Pereira mostra-se disponível para continuar à frente dos destinos daquela freguesia caso o partido assim o entenda.
«Sinto-me bem nisto», afirma Ricardo Pereira, o qual já foi o mais novo presidente de junta do país.
A Ribeira da Janela é uma freguesia com cerca de 180 eleitores dos seus cerca de 200 habitantes".
Comentário:

"A Baixinha" esteve sempre presente no meu imaginário de infância. Depois dos banhos nos 'poços' da ribeira, a aventura no mar começou com "a Baixinha".
Primeiro com bóia (uma velha câmara de ar de um gigante pneu de 'caterpilar'), depois sem apoio nenhuma.
Enfrentar as ondas era uma aventura. Em grupo porque os mais experientes deviam ajudar os mais novos.
Ainda cheguei, sem qualquer resultado, pescar na "Baixinha". Sem resultados. Sou um mau pescador amador.
A próxima etapa seria o ilhéu da Ruama mas deixei a Ribeira da Janela aos 11 anos para estudar no Funchal e gorou-se esse objectivo/conquista que outros mais velhos alcançaram a nado.
Curisosa, conforme comprova documento em anexo, foi o facto do ilhéu da Ruama, ou da Rama, ter sido outrora fruto de arrematações.
A Câmara do Porto Moniz ganhava algum dinheiro pela erva que 'vendia' do referido ilhéu que só podia ser acedido de barco.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Memórias de infância: A Ti Mariquinhas

Faço minhas as palavras escritas no DIÁRIO a 23 de Agosto de 2001, na então rubrica 'Ponto de Ordem', pela pena do jornalista Nicolas Fernandez:

"A Ti Maria

Escrevia eu contra a afirmação «nós os seguidores da Doutrina Social da Igreja...» feita no Dia da Cidade do Funchal, uma apropriação que continuo a achar indevida (como se, à semelhança do que querem impingir com a autonomia, o pensamento da Igreja tivesse dono) quando recebi a notícia da morte da minha tia-avó. E vi como às vezes andamos entretidos, passando ao lado do que verdadeiramente interessa.
Maria do Vale, a Ti Mariquinhas, completava em breve cento e um anos. Vai hoje a enterrar na Ribeira da Janela. Atravessou as agruras de um século, duas grandes guerras. Com a morte da cunhada, teve de cuidar de dez sobrinhos, o mais novo com apenas dois meses. Tinha sempre uma broa, uma fatia de bolo preto e um grande sorriso. Uma heroína sem nunca ter estado na ribalta.
E a Ti Mariquinhas é assim, mesmo depois de nos deixar, não deixa de nos questionar sobre o que fazemos, a quem damos voz, a quem servimos, a que jogos estamos submetidos, até que ponto não contribuímos para que a democracia não seja mais do que a expansão legal de uma qualquer tirania.
E à memória vem ainda a frase pouco batida, do também saudoso Victor Cunha Rego, «os órgãos de informação ou são embaixadores da condição humana ou nada são»".
NICOLAS FERNANDEZ

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Areeiro, quem te viu e quem te vê!

Não quero parecer abusador mas, mais uma vez, terei de recorrer a imagens colhidas pelo ambientalista, Raimundo Quintal.
Há cinco anos foi desactivada a pousada do Pico do Areeiro para dar lugar a um radar idealizado por geoestrategas do Ministério da Defesa.
Diz o activista que em Fevereiro de 2009 foi montado um estaleiro e a pousada foi vedada com chapas metálicas, que pouco tempo depois começaram a ser arrancadas pelo vento.
Foi construída uma nova vedação, que o vento já está a abanar e que poderá causar danos pessoais graves.
Entretanto, a obra continua sem arrancar.
Ao chegar ao Pico do Areeiro os visitantes deparam-se com um edifício degradado, em que parte do telhado já voou, maculando gravemente a paisagem dum Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000.
Comentário meu:
Conhecem a música 'A seita tem um radar...'?!


terça-feira, 5 de maio de 2009

O meu Fanal





As duas últimas fotos mostram os grandes tis (Ocotea foetens) que povoam o Fanal.
Segundo diz Raimundo Quintal, atendendo a que as vacas comem todos os rebentos novos, as árvores não têm capacidade de regeneração e morrem.
O que era Laurissilva será cada vez mais uma pastagem com uma biodiversidade bastante pobre.
As duas primeiras fotos referem-se a pequenas áreas vedadas em torno de alguns tis. Como aí não chegam as vacas, é evidente a rebentação dos tis, que, assim se perpetuarão.
Além disso, no interior das vedações começam a surgir outras pequenas árvores, arbustos, herbáceas que produzem flores e fetos.
Há uma clara recuperação da biodiversidade nessas pequenas áreas, o que prova que a manutenção do gado bovino em pastoreio intensivo é incompatível com a recuperação da Laurissilva.
As imagens dizem mais que as palavras.
Não se trata duma questão de gritaria, nem sequer de ruído como o emitido pelas motas todo o terreno que frequentemente invadem aquela zona que deveria ser de silêncio.
Não se trata de mera opinião sem prévia reflexão.
Trata-se do método experimental, importante em ciência mas desconhecido dos políticos que desde muito jovens fugiram ao debate sério sobre questões que serão muito caras para os nossos filhos e netos.

Memórias de infância: O pregão

À saída da missa dominical lá estava o pregoeiro no seu lugar para principiar o pregão.
O pregoeiro da freguesia subia o muro da 'Avenida' e dirigia-se ao Povo, ora posicionado no adro da igreja ora a um canto da 'Avenida'.
Não se tratava de um pregoeiro, qual personagem de um qualquer romance bairrista ou bucólico. O Sr. Ângelo, porventura o último a dizer pregões na Ribeira da Janela, era bem real.
Aliás, o Sr. Ângelo foi também o coveiro durante largos anos.
Da sua boca saíram pregões sobre a abertura de uma espécie de 'concurso público' para levadeiro ou da abertura da época da vindima.
Sabia-se por ele o preço a que as casas de Vinhos iriam comprar o quilo da uva verdelho ou sercial, os subsídios a que os agricultores se poderiam candidatar, as sessões de formação a que poderiam assistir.
Era ele que dava voz aos editais camarários que ninguém lia porque a maioria da população e era analfabeta. Os editais teriam de ser verbalizados.
Eram anunciados por meio de pregões. Era ele que anunciava as horas de funcionamento da delegação local do 'grémio' para comprar 'guano' ou 'sulfato' para a vinha.
O Sr. Ângelo era também cantoneiro de limpeza de caminhos e veredas. Ninguém como ele, munido de uma espécie de sacho, arrancava erva das reentrâncias da calçada.
Ainda estou a vê-lo de joelho direito no chão, a arrancar as ervas daninhas dos caminhos municipais. O caminho ficava um mimo.
O último pregoeiro público da Ribeira da Janela já partiu.