quinta-feira, 14 de maio de 2009

Memórias: Projecto para exportar água


Era eu um jovenzinho. Estávamos no início da década de 80.
O país estava quase na bancarrota e, a nível nacional, a solução foi um Governo de 'Bloco Central' liderado por Mário Soares.
Por cá, havia que pôr a imaginação a funcionar para arranjar receitas para o investimento público.
Foi neste contexto que, em Janeiro de 1982, numa altura em que Alberto João Jardim foi o convidado de honra da Câmara de Comércio e Indústria luso-sul-africana, que o chefe do Executivo conseguiu trazer na bagagem a garantia, do Governo da República, de avalizar empréstimos da Região até aos sete milhões de contos.
Dessa forma, a Região poderia dar seguimento aos seus planos de investimento.
E foi assim que nasceu a ideia de exportar água potável para Canárias. Com passagem pelo Porto Santo, numa altura em que a água era um problema e ainda não se falava de dessalinizadoras.
Acontece que o plano não foi concretizado.
Pretendia-se vender água a Canárias, daquela que não fosse necessária na Madeira, nomeadamente a que sairia da Central da Ribeira da Janela para o mar depois de passar nas turbinas.
O navio que transportaria a água para o arquipélago espanhol tinha, por outro lado, de transportar gratuitamente a água para o Porto Santo até um milhão de metros cúbicos por ano.
Estava tudo pensado mas saiu tudo 'furado'.
Hoje fala-se em exportar inteligência!

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