Lembram-se da frase segundo a qual não era bonito ver madeirenses contra madeirenses?
Pois é, foi proferida por Alberto João Jardim a propóstio da queixa-crime apresentada por Joe Berardo à Procuradoria-Geral da República sobre o caso BCP.
O resultado é o que se lê nas sucessivas edições dos jornais nacionais designadamente do 'Correio da manhã':
Vejam:
"Os três presidentes e os quatro administradores do BCP acusados pelo Banco de Portugal ganharam 162,3 milhões de euros em remunerações fixas e variáveis, no período compreendido entre 2002 e 2006, o que dá uma média de cerca de dez mil euros por dia.
Segundo informações dos relatórios e contas do próprio BCP, em termos médios, os nove elementos que compunham os Conselhos de Administração do banco (entre 2002 e 2006) receberam 3,6 milhões de euros por ano, só em remunerações.
Em 2002, data em que o Banco Português de Investimento (BPI) denunciou ao Banco de Portugal a utilização irregular de 'offshores' por parte de administradores do BCP para a compra de acções do banco, as remunerações dos membros do Conselho de Administração, liderado por Jorge Jardim Gonçalves, e integrando seis dos sete administradores agora acusados, totalizaram 43,4 milhões de euros, sendo que mais de 41 milhões dizem respeito à componente variável.
No ano seguinte, os mesmos elementos do Conselho de Administração ganharam 29,5 milhões. E em 2004 mais 31,3 milhões.
No exercício de 2005, Jardim Gonçalves passa a presidência a Paulo Teixeira Pinto e a remuneração do Conselho de Administração mantém-se a mesma do ano anterior; 31,3 milhões (com 26 milhões para componente variável).
No seu segundo ano à frente do BCP, Teixeira Pinto corta na remuneração da Administração que baixa para os 26,8 milhões.
Mas é em 2007, já com as investigações do Banco de Portugal suportadas por documentos que denunciavam as transacções 'offshore', e com Filipe Pinhal na presidência (depois da renúncia de Teixeira Pinto em 31 de Julho), que o Conselho de Administração do BCP tem o seu ano mais 'modesto'.
Os nove administradores receberam 4,7 milhões de euros, sem remunerações variáveis.
Para além dos administradores foram ainda acusados dois altos funcionários do banco, Luís Gomes e Filipe Abecassis, que, no entanto, continuam a trabalhar na instituição".
Comentários:
1) Como é que num ano um Conselho de Administratação ganha 43,4 milhões e noutro 4,7 milhões para gerir o mesmo banco?
2) Como é possível acontecer esquemas 'offshore' de dinhero do banco para aumentar capital do mesmo banco?
3) Será que a "consanguinidade" (MADEIRENSES CONTRA MADEIRENSES) vale se for para fechar os olhos a ilegalidades e eventuais crimes?
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