quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Relativizar Saramago

"O Deus da Bíblia não é de fiar". "A Bíblia é manual de maus costumes". "Não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão". "A Bíblia é um desastre, cheia de maus conselhos, como incestos e matanças".
Estas expressões são atribuídas aos prémio Nobel português, José Saramago. O mesmo que diz que a Bíblia "tem coisas admiráveis do ponto de vista literário" e "muita coisa que vale a pena ler".
Ora, é nesta aparente contradição, diria encantamento de Saramago pela Bíblia, que deve ser vista a questão. Não com pedras prontas a crucificá-lo nem com fundamentalismos balofos.
A Bíblia vale o que vale. Para os Católicos vale muito. Cada um é livre de a interpretar, de a seguir ou de a criticar, do mesmo modo que Saramago também é livre de o fazer.
E não esqueçamos que é preciso dar a estas polémicas do desconto dos golpes de publicidade para vender livros.
Digo isto com a admiração e a humildade de quem já entrevistou Saramago, em Lanzarote, na ressaca do anúncio da atribuição do Nobel da literatura, em 1998.

1 comentário:

Scherzan disse...

Parabéns pela lucidez no post.