quarta-feira, 14 de maio de 2008

Homenagem ao norte da Madeira

É mais um desabafo...
Fui nado e criado no norte da Madeira. Conheço minimanente as dificuldades daquele povo. Passei Invernos de bater o queixo. Apanhei chuva e vento para apanhar uma camioneta que gastava mais de 4 horas para chegar ao Funchal.
Há anos que oiço os agricultores do norte cramar porque pagam uma miséria pelas semilhas e pelas uvas. Ouvi promessas eleitorais no adro da igreja. Figuras públicas que nunca mais lá puseram os pés. Caça ao voto e engodo para enganar o povo. Espetada e vinho para alegrar a malta em véspera de eleições.
Conheço gente cuja preocupação pelo norte termina à boca da Encumeada. Se o nevoeiro aperta fogem para o Funchal. Ignoram que esse nevoeiro lhes dá água durante todo o ano. Os que lá ficam que aguentem o rigoroso inverno.
O que ganham os cidadãos do norte por darem de comer e de beber ao sul?
Será que os madeirenses que vivem a sul teriam a coragem de pagar aos agricultores do norte o mesmo preço que compram as semilhas no hipermercado?
Será verdade que alguns nortenhos bem instalados no Funchal se candidataram a subsídios comunitários para recuperar casas em nome de um turismo de habitação que só aos proprietários serve? (ver DIÁRIO de 13 de Maio)
VIVA O NORTE! ... E os que têm coragem de lá continuar a viver

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