sábado, 28 de junho de 2008

Marcelino Pão & Vinho

"Marcelino Pão & Vinho" é um dos filmes mais populares da história do cinema.
Trata-se da história de Marcelino, um órfão encontrado na porta de um mosteiro e criado por 12 frades.
Certo dia, Marcelino oferece, durante a sua refeição, um pedaço de pão e um pouco de vinho a uma imagem de madeira de Jesus, que aceita a oferta e passa a conversar com o menino. É o início de uma grande amizade.
Entre a sinopse do filme e o mais recente episódio do também popular autarca de Santo António se houver relação entre a ficção e a realidade é mera coincidência.
O presidente da Junta de Freguesia de Santo António terá proferido palavras, no palco, no dia do encerramento das Festas de Santo António que o Ministério Público (MP) está a analisar depois de um auto de notícia lavrado pela PSP.
As palavras até terão sido gravadas pelo que resta aguardar pelo desfecho deste caso. Até porque, segundo o autarca, estavam no local mais de 1.500 pessoas (tanta testemunha!). Se se tratam se "massacres e calúnias", as instituições aí estão para aferir do que aconteceu.
O que me causa estranheza é a postura que o autarca veio hoje assumir, no Jornal da Madeira:
1.º) Estranha que alguém tenha gravado palavras que proferiu em público sem lhe transmitirem essa intenção.
Das duas uma. Ou o Sr. presidente é ingénuo (o que não me parece pelos ano que leva disto) -é que num arraial vai gente de todas as cores partidárias; ou anda distraído, desconhece que neste país se fazem escutas ilegais.
Sendo certo que, em qualquer das situações, o que conta é o foi dito.
2.º) Vem o Sr. Marcelino dizer que o que os dois polícias que estiveram presentes no arraial ("muito novos", veja-se a subtileza da linguagem) queriam era mostrar trabalho às chefias. Francamente! Tudo menos essa desculpa!
3.º) Vem o autarca dizer que as palavras que proferiu foram para tentar acalmar o povo. Pergunta-se...mas havia alguma rebelião!? Algum montim!? Algum levantamento popular!?
Parece que não à excepção dos crónicos foliões que, quando a banda pára de tocar, gritam "só mais uma!".
Para rematar:
Tal como no filme, parece que Marcelino é muito bem cuidado pelos monges, mas sente sempre a falta de qualquer coisa (no filme era de uma mãe).
Por outro lado, há algumas semelhanças entre o Marcelino (o do filme) que encontrou, um dia, um amigo especial, no sótão proibido, pendurado numa cruz e outros Marcelinos com amigos especiais. Amigos que retribuem a bondade de Marcelino, concedendo-lhe desejos do fundo de coração.
Que se esclareça a verdade!

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