sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mais bicharada

Já aqui falei sobre as dez pragas do Egipto e sobre as palmeiras que estão a "morrer" de pé, nesta Região, designadamente em São Vicente.
Mais recentemente também aconteceu na frente mar de Câmara de Lobos.
A culpa (nem vou falar da 'culpa' humana!) é de um escaravelho.
Existem, pelo menos, cinco focos de escaravelhos considerados “mortais” para várias espécies de palmeiras.
A praga de insectos do grupo dos gorgulhos foi encontrada, no Verão de 2007, no Algarve.
Em finais de Setembro, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do Algarve voltou a detectar a presença de 'Rynchophorus Ferrugineus' (nome científico) em palmeiras no concelho de Albufeira, com dois focos, e no de Portimão, com três.
A espécie é maior do que a generalidade das espécies de gorgulhos presentes em Portugal e pode ter sido introduzida no país acidentalmente, através do comércio de plantas.
No caso da Madeira, não é preciso ser bruxo para adivinhar quem é que encomendou palmeiras de grande porte.
Certo é que o combate com químicos (à semelhança dos mosquitos) não é totalmente eficaz, razão pela qual é difícil acabar com a praga.
Proveniente do sudeste asiático, o 'Rynchophorus Ferrugineus' tem uma preferência especial pela Palmeira das Canárias, muito comum em Portugal e Espanha.
A sua acção centra-se na base das folhas e interior do caule, e é especialmente preocupante porque bastam dois a três meses para que consiga secar uma árvore.
O problema adensa-se porque é difícil identificar a infestação antes de uma fase avançada. Acabada “a refeição”, o escaravelho asiático desloca-se para outras palmeiras nas proximidades, tendo por base o olfacto.
A praga foi detectada na zona de Alicante em 1995, e propagou-se no sul do país tendo provocado avultados prejuízos.
O combate à praga custou aos espanhóis cerca de 16 milhões de euros (Espera-se que, na Madeira, não sejam os Contribuintes a pagar a factura!).
Também desconheço se, no caso das palmeiras madeirenses importadas foram cumpridas as directivas da Comissão Europeia que, em Maio de 2007, publicou medidas de emergência, entre elas a obrigatoriedade de quarentena no país de origem (se for um país terceiro) durante um ano antes da importação, e de mais um ano no Estado receptor, para tentar evitar a propagação do escaravelho asiático.
Há bichos fantásticos, não há!

1 comentário:

vig@rices disse...

Quarentena? Então não sabemos todos que as entidades competentes e responsaveis pela importação de especies provenientes de outras regiões estão isentas de quarentena? Se assim não fosse não teríamos o previlegio de dividir o nosso habitat com o famoso mosquito de Santa Luzia. Bendita isenção!!!!