segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Negócios sujos

Li este fim-de-semana que a presidente da empresa 'Valor Ambiente' tinha sido afastada do cargo "por suspeita de favores a privados".
Veio-me à memória uma história antiga.... (como diz a canção)

A mesma pessoa tinha sido acusada formalmente pelo Ministério Público, há coisa de oito anos, por abuso de poder, infidelidade, falsificação de documentos e participação económica em negócio.

É verdade, estávamos então na Direcção Regional do Saneamento Básico.
E o que lá se passava era uma "história longa de um só vencedor" (palavras do MP). Que é como quem diz, os factos diziam respeito ao fornecimento de material para a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos da Meia Serra (ETRSU) e remontavam ao período compreendido entre Maio de 1992 e Novembro de 1995, ano em que a gestão da ETRSU passou a ser da responsabilidade do consórcio HIDURBE/PRIMA.

Já na altura, a ex-presidente da 'Valo Ambiente' tinha a seu cargo o aprovisionamento de produtos químicos para a Meia Serra. Estavam em jogo milhares de contos, facturas e fichas rasuradas, documentos forjados, expediente ilegal por violação de regras de boa execução orçamental, desdobramento de requisições e facturas, requisições de material antes de visto da tutela, compra de produtos químicos sem justificação aparente e favorecimento de uma empresa fornecedora em detrimento de outras sem concursos públicos ou contratos escritos.

O caso foi despoletado em plena campanha eleitoral para as Regionais de 96 quando o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim instou os concidadãos a escreveram para a Quinta Vigia denunciando o que ia mal na administração pública regional.

O resultado foi que quem fez a denúncia foi afastado do cargo, depois uma autêntica perseguição que, primeiro o colocou com licença sem vencimento, depois levou-o ao sector privado, e só posteriormente foi reintegrado na função pública.

O Tribunal de Vara Mista do Funchal viria a absolver as suspeitas.

Mas os governantes deveriam ter ficado com a 'pulga atrás da orelha'.

O que aconteceu foi o contrário. Fizeram 'orelhas moucas' e premiaram a visada com a presidência da 'Valor Ambiente'.

Agora, em 2008, veio dizer-se que a engenheira foi saneada por "suspeita de favores a privados".

FRANCAMENTE!!
Quem devia ser saneado é quem a foi buscar para o exercício de cargos públicos... Mandava a prudência que assim se procedesse...

1 comentário:

vig@rices disse...

"Em terra de cegos quem tem 1 olho é Rei"
Nesta terra compensa o crime, a burla, a falsificação, o compadrio. Não compensa é ser honesto. Aqui, nesta terra de cegos quem tem 1 olho é considerado comuna.