Na trasfega era um rodopio.
A borra decantada era aproveitada.
Era fervida para fazer a aguardente.
De 1.ª, de 2.ª, até ao mais fino apuro.
A caldeira em cobre e os tubos a reluzir eram um “mundo encantado” para a pequenada.
Era um mistério o vapor “virar” aguardente depois de passar por uma cornucópia de tubos enrolada num tanque de água fria corrente.
O cheirinho característico... era quase caramelo.
Hoje em dia, a Brigada Fiscal proíbe os alambiques tradicionais.
Antigamente, havia dois a três por freguesia.
Lembro-me de um no Portal da Eira, Ribeira da Janela.
Para utilizá-lo havia marcações prévias.
Os agricultores traziam a borra ou o vinho vinagre para o alambique e aguardavam a sua vez.
Havia agricultores que ocupavam o alambique dias inteiros.
O almoço era fornecido pelo dono da borra.
Geralmente semilhas murchas ou rachadas com atum de escabeche.
O pagamento pela utilização do alambique era em géneros.
O dono ficava com parte da aguardente destilada.
Quase sempre a lenha necessária para a fervedura era fornecida pelo dono da borra.
Outros tempos, outras vontades...
C'ma Diz O Outro #100
Há 4 dias
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