segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Memórias de infância: calda para malassadas

Era nesta época do ano.
No entrudo.
Deliciava-me a ver a tia, a mãe ou a avó a juntar a farinha, o fermento, o leite e as gemas de ovo.
As claras em castelo, a massa a levedar. A água, o açúcar...
Era um rodopio à volta da cozinha.
A destreza dos dedos a enrolar pequenos bolos de massa que caiam no óleo a ferver.
A forma como caiam era prenúncio para uma malassada mais redonda ou mais pontiaguda.
O resultado final era aferido na travessa, depois da cozedura.
Havia malassadas parecidas com ursos, outras com corninhos, outras a emitar animais.
Ainda me lembro da calda para molhar as malassadas.
Era uma água feita com açúcar e um pau de canela e casca de limão. Um molho divinal para quem não tinha mel de cana por perto.
Se houvesse mel de abelhas, em anos mais afortunados, regavam as malassadas.
Mas também havia quem as comesse 'extremes' ou com açúcar por cima.
Mas a calda era algo de fazer água na boca.

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